Estudantes, professores e pesquisadores dos três estados da região sul do Brasil estiveram em Guarapuava participando, entre os dias 08 e 10 de junho, do Intercom Sul 2023, realizado pelo Departamento de Comunicação Social, no Câmpus Santa Cruz. O evento reuniu 900 congressistas que discutiram, entre outras temáticas pertinentes à área, o tema central do evento – “Comunicação e políticas científicas: desmonte e reconstrução”.
Para a professora Layse Soares do Nascimento, chefe do Departamento de Comunicação Social da Unicentro, realizar o Intercom Sul foi uma injeção de ânimo tanto para professores quanto para os estudantes dos cursos de Jornalismo e de Publicidade e Propaganda da universidade.
“Coloca os nossos cursos em evidência. Mostra onde é que nós estamos, o que é que nós fazemos, quem é que nós somos e que nós existimos. Nos dá visibilidade – acho que esse é um fator bastante importante.
Além disso, para os nossos alunos é uma experiência riquíssima. Eles começam a montar suas redes de contato; começam a se aproximar dos colegas que são de outras universidades; começam a conhecer outras realidades para além da Unicentro”.
Essa foi a segunda vez que a Unicentro sediou o Intercom Sul. A primeira foi no ano de 2008. A comparação dos dois eventos, aponta a coordenadora geral local do Intercom Sul 2023, professora Ariane Pereira, mostra o fortalecimento do curso no período.
“Naquela época o curso tinha cinco anos. Hoje, já são 20 anos. A gente tem estudantes daquela época que hoje são professores. Fazer Intercom Sul agora é uma evidência de quanto a Unicentro tem crescido e se fortalecido nos últimos anos”, avaliou.
A programação do Intercom Sul 2023 contou com 20 sessões do Expocom, que é uma mostra competitiva de trabalhos práticos em Comunicação; 14 sessões do Intercom Júnior, que reúne trabalhos de pesquisa desenvolvidos pelos alunos da graduação; e com sete sessões das Divisões Temáticas, que congregam de doutores à mestrandos.
“É o momento”, explicou a diretora Regional Sul da Intercom (Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares em Comunicação), Cristiane Finger, “que os trabalhos dos graduandos começam a ser divididos com outros colegas, com professores de outras instituições de ensino. Há uma troca”.
O Intercom Sul também ofereceu aos congressistas dez minicursos; quatro oficinas; a palestra “Comunicação e políticas científicas: desmonte e reconstrução”, com o pesquisador Juremir Machado da Silva, que tem 43 livros individuais publicados.
E a mesa-redonda “A investigação jornalística como ferramenta de transformação social”, com a jornalista Kátia Bembratti, que é editora de O Estado de S. Paulo e presidente da Associação Brasileira de Jornalistas Investigativos (Abraji), e com o podcaster Ivan Mizanzuk, de O Caso Evandro.
“Tudo o que é autoritário, ditatorial, a gente não quer. Eu acho que é importante que estudantes de comunicação tenham uma noção de qual é o seu papel nesse processo. Então, entender o que é democracia e o quanto ela é frágil. É muito sutil e muito rápido para um sistema se corroer.
Da civilidade ao caos é um passo muito rápido. Então, jornalistas e comunicadores, em geral, têm um papel muito grande nessa área e eles só vão conseguir exercer esse papel de eles conhecerem como funciona”, defendeu Kátia.
Já Ivan, enalteceu, para além do ponto de vista formativo, as conexões pessoais possibilitadas pelos congressos.
“Estar em contato com tanta gente diferente. É uma pessoa que você conhece na barraquinha do cachorro-quente, que troca uma ideia; é alguém que está usando uma camiseta de uma banda que você gosta e, de repente, vocês estão conversando sobre aquilo e vocês criam uma conexão”, destacou Ivan.
“Não apenas a parte profissional de networking. Quanto mais diversa for a sua experiência com pessoas de diferentes lugares, raças, orientações e designações, melhor vai ser a sua visão de mundo, especialmente para quem trabalha com comunicação”, finalizou.