SOBRE A EDUCAÇÃO

   Virou clichê no nosso país dizer que a educação não é valorizada, que professores ganham pouco, e etc, etc, etc…E eu concordo, em partes. Acho que precisamos começar a pensar sobre os assuntos. Pensar profundamente, e não apenas acatar e assimilar o que nos colocam. Quem ganha pouco? Quais os professores que não são valorizados? Para mim existem duas classes de professores neste país, falando-se em de rede pública de ensino: os professores do maternal, infantil, pré-escola, fundamental e médio (todos juntos) e os professores universitários. Quais deles ganham pouco? Quais não são valorizados? Os primeiros, apenas. Justamente aqueles que são os responsáveis – junto com os pais dos alunos – pela formação de cerca de 90% da personalidade e do aprendizado que uma pessoa receberá ao longo da sua vida – segundo o que a psicologia afirma. Desses 90%, 70% são formados e aprendidos até os 7 anos de idade, quando não até os 3 anos de idade, conforme afirmam alguns psicólogos. E são justamente esses os professores que ganham pouco, que não são valorizados, e que tem condições ruins de trabalho – os que mais são fundamentais para a formação de um cidadão e, consequentemente, para a construção de uma país – e não os universitários, apesar do respeito que tenho por estes, de uma forma geral.

     Acho que separações muitas vezes não são benéficas, mas neste caso se faz mister separamos uns dos outros. Conheço e convivo com vários professores universitários que ganham, sim, salários justos e condizentes com seu currículo, sua capacidade e seu trabalho – e aqui não vou entrar no mérito dos cargos comissionados porque esses merecem uma reflexão à parte já que estes sim, muitas vezes, violam a legislação vigente e exaurem as capacidades econômicas das instituições. Mas falo dos salários em si, do padrão dos salários. Se não são justos, ou não são o que se gostaria que fossem, pelo menos são muito maiores do que os salários aplicados pela iniciativa privada e do que a maioria da população ganha. Além também da questão de todas as facilidades, da quantidade de recessos, das férias, e em especial dos cursos e dos incentivos custeados pelas instituições para que esses professores se capacitem cada vez mais.

     Então, levando em consideração tudo isso, considero que se faz mister deixá-los à parte da classe de professores que não são valorizados. Recentemente tivemos corte de verbas pelo governo federal, e fomos obrigados a ver cenas deprimentes. Protagonizadas por quem? Justamente por eles, os professores universitários, em especial os das Universidades Federais (e eu aposto que a maioria deles ainda, além do salário padrão, recebe adicionais por exercer cargo comissionado) que são os mais bem remunerados e os que mais recebem benefícios das instituições. Que sejamos inteligentes, analíticos e críticos o suficiente para nãos sairmos repetindo frases prontas por aí, expressões clichês, criadas e propagadas justamente por quem menos pode reclamar de alguma coisa no nosso país.

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