Empatia, solidariedade e simplesmente fazer o que se pode e o que se deve (Foto: João Muniz/Extra)
Jonas Laskouski
O registro acima mostra o momento em que um homem tenta reanimar uma senhora que acabara de sofrer uma parada cardíaca enquanto caminhava na calçada com o filho e mais um rapaz pela rua Guaíra, no Centro de Guarapuava, por volta das 14h30 desta quinta-feira (25). Ele consegue, mas ela sofre uma segunda parada. Nessa hora, o SAMU já está ali para reanimar a mulher novamente.
ENTENDA
Da sala de edição e diagramação do Extra Guarapuava, escutamos quando passou uma ambulância com as sirenes ligadas. Alguns minutos depois, outra. Ligamos para o SAMU e descobrimos que as equipes estavam perto aqui da Redação. Nos dirigindo até o local, (o editor, Jonas Laskouski e o diagramador, Juliano M. de Oliveira) quando dobramos a Benjamin Constant com a Guaíra, nos deparamos com a movimentação na quadra de baixo. Duas ambulâncias, equipes médicas, vários carros parados e curiosos. Outro jornalista do Extra, João Muniz, já estava por ali registrando o que estava acontecendo.
Depois do primeiro atendimento, que possibilitou tempo até a chegada do SAMU, os socorristas finalizaram o salvamento (Vídeo: Joâo Muniz/Extra)
Nesse momento, as equipes do SAMU já estavam atendendo Vera Leni de Lara, de 57 anos de idade. Ela tinha caído após sofrer uma parada cardíaca. Os atendentes já estavam colocando dona Vera na maca para conduzi-la até uma das ambulâncias, quando atravessei a rua para checar o que havia acontecido de fato. Algumas pessoas já estavam deixando o local, já que a senhora estava sendo atendida
Dentre as pessoas que ali estavam e que ajudaram num primeiro momento, havia um casal que tinha parado seu carro. Quem faz o relato é uma moça que também parou seu carro para socorrer dona Vera.
“A senhora estava caminhando quando caiu, desmaiada. Parei na hora, outras pessoas pararam, e o filho dela, no desespero, implorou para que a colocássemos dentro do carro para levá-la até um hospital. Ela já estava ‘roxa’, morta. Quando estávamos colocando ela no carro, um rapaz impediu e a colocamos de volta na rua. Foi esse rapaz que fez as primeiras massagens cardíacas e salvou ela”, conta a moça.
Ainda segundo a moça, depois das massagens, ela voltou a si, vomitando. Mas houve outra parada cardíaca, e nisso, o SAMU já havia chegado, como mostra o registro feito em vídeo. Os desfibriladores precisaram ser usados na tentativa de reanimá-la novamente. A senhora foi levada para dentro da ambulância. Mas e o rapaz que a salvou da primeira parada, permitindo que houvesse tempo para a chegada do SAMU? Quando nos demos conta, já não estava mais ali e ninguém sabia o seu nome, a não ser que ele é educador físico e que, sua esposa trabalhou no Instituto Virmond/Hospital Santa Tereza.
Dona Vera estava dentro da ambulância sendo atendida. Quem ainda estava ali, numa tensão tremenda. O filho então e o outro rapaz, mais aflitos ainda. Foi quando a socorrista do SAMU abriu a porta lateral da ambulância e disse que ela estava respirando. O “graças a Deus” foi uníssono. Vera Leni de Lara foi levada para o Hospital Santa Tereza.
Todos que ali estavam foram unânimes em dizer que se não fosse o tal rapaz ter ajudado naquele primeiro momento até a chegada dos socorristas, não haveria tido tempo suficiente para salvá-la.
O herói, ainda sem nome para nós, é o rapaz de boné amarelo, moleton preto e calça de agasalho azul. Outras pessoas também ajudaram. A mocinha que fez a massagem na ponta dos dedos de dona Vera foi uma delas. O reconhecimento aos profissionais do SAMU, também essenciais no salvamento de dona Vera.
A ajuda vem de onde menos se espera. Uma parada cardíaca no meio da rua e no mesmo momento, alguém que podia ajudar intervindo com um procedimento [a massagem cardíaca] que deveria ser de conhecimento de todos, uma técnica fácil de aprender e que, como nos mostra a vida, nessa quinta-feira, 25 de outubro, salvou uma senhora.