Projeto piloto das áreas contaminadas é lançado em Guarapuava
Nessa quarta-feira (05) e durante a quinta-feira (06), a Secretaria de Meio Ambiente de Guarapuava, realizou o lançamento do projeto piloto das áreas contaminadas. Em parceria com órgãos da região e do Estado, o projeto tem o objetivo de gerir as áreas contaminadas de Guarapuava para ter o controle e solucionar problemas do subsolo.
O secretário Municipal de Meio Ambiente, Celso Alves de Araújo, ressalta que o projeto é muito importante para a disciplina sobre o uso do subsolo e que com ele, poderão ser evitados futuros problemas.
“A gente não sabe como está a contaminação do nosso lençol freático, do nosso subsolo. Nós temos alguns problemas sérios ali. Por exemplo, um deles é a base de combustível, que está próximo ao bairro Jardim Pinheirinho, que tem um passivo ambiental. Então, o projeto vai servir para termos noção e a base do como está nosso subsolo. A partir daí, vamos traçar políticas públicas para cuidar desse passivo ambiental e para evitar futuras contaminações”, comentou o secretário.
Celso ainda destaca que o projeto está sendo pensado há mais de dois anos, mas por conta da pandemia e a inviabilidade de reuniões presenciais, ele foi adiado, podendo agora, ser dado início para, em 2023, sair do papel.
“Tivemos problemas com a pandemia e não dava para fazermos as reuniões. Mas agora, pretendemos dar início em 2023, talvez com algumas ações já do estudo do nosso subsolo. Essa é a nossa intenção. Tanto do município de Guarapuava, através da Secretaria de Meio Ambiente, como também, do órgão estadual. E o prefeito Celso Góes, está dando todo o apoio. Já conversamos, então tudo que vier em benefício da população de Guarapuava, o Celso já determinou para nós darmos continuidade, que ele aprova”, salientou Araújo.
O biólogo do Instituto Água e Terra (IAT) Regional de Guarapuava, Marco Antônio Silva, enfatiza que o fato de o município sediar o projeto é de grande importância para a comunidade.
“É de grande importância para que possamos ter essa referência. Como diagnosticar, monitorar, acompanhar, traçar estratégias de gestão das áreas contaminadas para o Estado do Paraná. Como Guarapuava tem uma boa estrutura, (o município) tem condições de absorver essa iniciativa. É importante para a Secretaria Municipal, aqui, a SEMAG, e junto com a parceria do Estado, por meio da Kátia (Norma Siedlecki), do Instituto Água e Terra (IAT de Curitiba) que está aqui, do doutor Alexandre (Magno de Souza Maximiano) da CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) que também está aqui junto a nós. Para então, traçarmos esse caminho do projeto piloto e mais adiante, termos a certeza de que daqui a um ano e meio, dois anos, vamos ter bons parâmetros para replicar essa experiência para todo o Paraná”, evidencia Marco Antônio.
A geóloga, Kátia Norma Siedleck, representando o órgão estadual do IAT, lembrou que o projeto não foi pensado somente para o presente, mas que este trabalho tem pretensão de atingir as futuras gerações.
“(Tudo isso é) para que eles tenham a possibilidade de contar com a água subterrânea. É por isso que a gente está fazendo esse esforço hoje com este projeto. Trouxemos o professor Alexandre Maximiano até aqui para nos ajudar a esboçar e estruturar esse trabalho. Nós já contamos com muito material e pretendemos iniciar antes do fim do ano”, destaca Kátia.
O professor doutor Alexandre Magno de Souza Maximiano, especialista na área, comentou que ser convidado para participar do projeto é gratificante e que este pode ser o início de um trabalho direcionado não apenas ao município.
“Eu sou especialista em gerenciamento de áreas contaminadas e participar de projetos dessa envergadura que envolve o município, envolve mapeamento de áreas contaminadas a nível municipal e depois para servir de piloto para o Estado inteiro, é gratificante profissionalmente. E o estudo em si, ele vai procurar fazer o mapeamento dessas áreas potencialmente contaminadoras e das áreas contaminadas para estabelecer uma sistemática de proteção e identificação da vulnerabilidade dos aquíferos locais, com relação à contaminação vinda dessas fontes”, comenta o professor.
Os dois dias do lançamento do projeto piloto foram repletos de informações acerca do assunto.
No primeiro dia (05), a geóloga Kátia apresentou o projeto piloto de gerenciamento de áreas contaminadas, seguida pela apresentação institucional e diagnóstica local, realizada pela SEMAG.
Foi realizada ainda, a apresentação institucional e do projeto “Águas da Serra: Proteção e Recuperação da Bacia Hidrográfica do Rio das Pedras”, ministrada pelo professor da UNICENTRO, Maurício Camargo Filho.
Também na mesma tarde, a Central de Tratamento de Resíduos Industriais e Comerciais (CETRIC) apresentou seu projeto intitulado “Transporte, tratamento e destinação final de resíduos classe I/Atendimento a emergência”, seguida da Cooperativa Agrária com o “Programa de gestão ambiental rural” realizada por Robertson Wolf.
No segundo dia (06), o professor Alexandre Maximiano, apresentou os estudos acerca do Diagnóstico e Monitoramento de Áreas Contaminadas que servirá então, como base da estrutura do projeto.