O projeto de extensão “EducaDor”, do Departamento de Fisioterapia da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), recebeu um importante reconhecimento internacional. Recentemente, a iniciativa obteve um apoio significativo da Associação Internacional para Estudo da Dor (International Association for the Study of Pain), que concedeu um recurso de cinco mil dólares para o desenvolvimento e expansão do programa.
“Esse recurso é da Associação Internacional para Estudo da Dor, eles abriram um edital para promoção da educação em dor para países em desenvolvimento e a gente achou que tinha bem a cara do nosso projeto, tanto que fomos contemplados”, compartilhou a coordenadora do EducaDor, professora Marina Pegoraro Baroni.
Desde 2019, o projeto tem se dedicado a promover a educação em dor para usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) que sofrem com dor crônica, em Guarapuava. A dor crônica é uma condição que persiste por mais de três meses independente da região do corpo.
A partir de 2022, o “EducaDor” foi integrado à agenda eletrônica da atenção primária de Guarapuava, permitindo que profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS) agendem os usuários com dor crônica para participarem do EducaDor. O programa oferece um acompanhamento online de 10 semanas, disponível tanto de forma síncrona quanto assíncrona, através de e-book, vídeos e videochamadas semanais.
A abordagem do projeto inclui temas sobre os diversos fatores que podem interferir no processamento e na percepção da dor do indivíduo. A proposta é fornecer educação em dor e estratégias de enfrentamento para auxiliar os pacientes no gerenciamento da condição dolorosa.
“Trabalhamos diversos temas que ajudam as pessoas no autogerenciamento da dor crônica. Estresse, ansiedade, pensamento negativo, má qualidade do sono, a falta de exercício físico, má alimentação, tudo isso influencia para a piora do quadro de dor. Então, nós trabalhamos essa educação em dor, com estratégias de enfrentamento em diversos fatores que podem estar disparando essa dor”, contou a professora Marina
Para Marina, o apoio não só oferece recursos essenciais para sua continuidade e expansão, mas, principalmente, valida a relevância e a efetividade do projeto. “Alegria maior até do que pelo recurso que vem, é uma associação desse nível estar nos apoiando. Isso mostra que nós estamos com ações e estratégias voltadas para aquilo que o mundo está olhando, então isso foi bem importante”, afirmou a professora.
Um dos diferenciais do projeto é a participação de alunos de vários cursos da Unicentro, incluindo Fisioterapia, Farmácia, Enfermagem, Medicina e Ciência da Computação. Este último está contribuindo no desenvolvimento de um aplicativo que facilitará ainda mais o acesso e a gestão das informações pelos usuários.
O recurso de cinco mil dólares, aproximadamente R$ 27,5 mil, será destinado a cobrir despesas relacionadas ao desenvolvimento do aplicativo, incluindo taxas para plataformas e licenças de aplicativos usados no projeto, além da capacitação dos profissionais. A quantia também permitirá a criação de um curso online, ampliando o alcance do projeto e beneficiando um maior número de profissionais e pacientes.
E-Book e Canal no YouTube
Uma das ações do projeto é a criação de um e-book intitulado “EducaDor – Aprenda a Controlar a Sua Dor”. Este recurso digital oferece informações detalhadas sobre a dor crônica e estratégias práticas para seu manejo, abordando temas como técnicas de relaxamento, exercícios físicos e hábitos alimentares saudáveis. Além do e-book, o projeto também conta com um canal no YouTube chamado “Educar para Saúde”. Neste canal, são disponibilizados vídeos educativos que complementam o conteúdo do programa, oferecendo suporte contínuo e acessível aos pacientes.
Parcerias Interinstitucionais
O sucesso do projeto “Educador” também se deve às sólidas parcerias interinstitucionais que o sustentam. Entre os colaboradores estão a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti), a Prefeitura de Guarapuava, a Fundação Araucária, o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Programa de Mestrado e Doutorado da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid). Essas parcerias proporcionam suporte técnico, metodológico e financeiro, fortalecendo a capacidade do projeto de alcançar seus objetivos.
“O projeto não teria crescido sem as parcerias que se formaram ao longo da sua execução. Sejam elas dentro da própria instituição, com os diferentes cursos de graduação. Sejam elas pelas instituições de fomento, Secretaria Municipal de Saúde de Guarapuava, 5ª Regional de Saúde do Paraná e também parcerias interinstitucionais, a exemplo do Programa de Mestrado e Doutorado em Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo, a qual forneceu suporte técnico-científico para aprimoramento da metodologia que implementamos no projeto”, contou Marina.