Se denúncia for aceita pelo MP-PR, Luís Felipe vai a julgamento (Foto: Reprodução/Facebook)
Por Jonas Laskouski, com informações do G1
No final da tarde desta terça-feira (31), a Polícia Civil de Guarapuava entregou ao Ministério Público do Paraná (MP-PR) a conclusão do inquérito sobre a morte da advogada Tatiane Spitzner, indiciando o marido da vítima, Luís Felipe Manvailer, por feminicídio e também pelos crimes de homicídio qualificado, motivo torpe, uso de meio cruel que impossibilitou a defesa da vítima e condição do sexo feminino, além do furto do veículo da mulher. O delegado responsável pelas investigações, Bruno Miranda Maciozek, deu declarações sobre o caso.
“[Ele] retirou o corpo do local e apagou as manchas e marcas de sangue existentes no hall do edifício com evidente intuito de induzir ao erro os peritos e o juiz”, afirma o delegado.
Maciozek disse que imagens das câmeras do circuito interno de monitoramento do prédio – que não foram divulgadas – mostram “agressões brutais, cruéis contra a vítima” na garagem antes da queda. Ainda segundo Bruno, havia marcas “evidentes” no pescoço da vítima que são indicativo de esganadura. O laudo de necropsia ainda não foi concluído pelo Instituto Médico-Legal (IML).
O delegado também explicou que consta na conclusão do inquérito que há diligências pendentes, como análises nos telefones celulares do casal, por exemplo. Outro laudo que ainda não foi concluído é o da dinâmica de queda, realizado na sexta-feira (27), numa espécie de reconstituição (foto abaixo) do que pode ter acontecido na madrugada do dia 22 de julho, quando Tatiane caiu do 4º andar do Edifício Golden Garden, no Centro de Guarapuava.
Luís Felipe Manvailer nega as acusações. Ele foi preso no mesmo dia da morte da mulher após sofrer um acidente na BR-277, em São Miguel do Iguaçu, no Oeste do Estado. Por determinação da Justiça, ele foi transferido para a Penitenciária Industrial de Guarapuava.
Agora, com o indiciamento de Manvailer, o Ministério Público vai analisar se aceita a denúncia ou não. O Extra Guarapuava entrou em contato com o MP. A pessoa que nos atendeu disse que, por se tratar de um réu já preso, o promotor que recebeu a denúncia tem um prazo de cinco dias para fazer a análise dessa denúncia. Se ele tiver o mesmo entendimento da Polícia, Manvailer vai a julgamento.
Em nota, a defesa de Luís Felipe informou que “não irá comentar as declarações da autoridade policial em coletiva de imprensa, realizada no final da tarde desta terça, pois não teve acesso nem ao relatório final do inquérito e nem às declarações dadas sobre o assunto”.
MENSAGENS NO CELULAR
A defesa da família da advogada anexou nesta terça-feira conversas por WhatsApp de Tatiane com uma amiga falando sobre a relação com o marido.
Nas mensagens, entre março e junho deste ano, ela relata sentir “medo” e diz que Mainvailer tem “ódio mortal” por ela.
Os trechos, segundo a defesa da família, fazem parte do pedido de manutenção da prisão preventiva do marido.
(…) a hipótese de sua liberdade durante as investigações ou a colheita judicial da prova gera temor em familiares de Tatiane possivelmente em testemunhas do caso, restando evidenciada a necessidade de manutenção da sua prisão, diz trecho do pedido.
Nas imagens abaixo, você vê trechos das conversas:
A defesa de Luís Felipe Manvailer, segundo o Jornal Nacional, disse que as mensagens estão fora de contexto.