Paraná oferta cursos gratuitos de programação para 65 mil alunos

Nesta quarta-feira (31), o governador Ratinho Junior lançou o programa EduTech, que vai oferecer aos alunos da rede estadual cursos gratuitos de programação, games e animação. Com 65 mil estudantes inscritos, o programa contará com 689 turmas virtuais.

Para marcar o lançamento, foi oferecida uma aula inaugural virtual, com a participação do governador, do presidente da Google no Brasil, Fábio Coelho; da empresária Luiza Trajano, presidente do Conselho de Administração da Magazine Luiza; a presidente-executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz; e Paulo Silveira, CEO da Alura e mestre em Geometria Computacional pela USP; além do secretário estadual da Educação e do Esporte, Renato Feder. O encontro foi transmitido pelo YouTube.

Os cursos gratuitos de programação são para alunos do Ensino Fundamental, Ensino Médio e professores da rede estadual. As trilhas de ensino dos cursos se dividem por séries e contemplam conteúdos como games e animação, Ciência de Dados, programação front-end, desenvolvimento mobile e programação em JavaScript e em Python. As aulas são remotas, com um professor de programação como tutor de cada turma virtual. O período do curso vai de 1º de abril até o final do ano letivo de 2021.

O governador ressaltou que a oferta de um curso voltado para a área tecnológica se soma a outras iniciativas do Governo para a rede estadual, que busca uma quebra de paradigma no modelo de ensino.

“O EduTech é o maior programa educacional de tecnologia no Brasil, que vai fazer com que nossos jovens possam ter a oportunidade de conhecer essa área, que cresce no mundo todo, e se preparar para o mercado de trabalho. Há todo um ambiente de possibilidades no setor, que paga bons salários”, afirmou Ratinho Junior.

Além do curso de programação, que tem uma meta de atingir 150 estudantes da rede pública, o Estado também passou a ofertar neste ano aulas de Educação Financeira para o Ensino Médio, além de iniciar o Ganhando o Mundo, um programa de intercâmbio voltado a alunos dos colégios estaduais. “O modelo educacional implantado na década de 1980 não avançou com o tempo. No Paraná, estamos fazendo uma ruptura para transformar a educação e trazer tudo aquilo que é inovador”, afirmou.

“Queremos preparar essa nova geração de jovens, na faixa dos 14, 15 e 16 anos, para ocuparem esse espaço de trabalho. No Brasil há milhares de vagas abertas e não tem profissional suficiente na área, então a ideia é fazer o Paraná ser o berço da tecnologia no país”, disse o governador. “Estamos começando com 65 mil alunos, mas queremos chegar a 150 mil e preparar a nova geração para esse mundo tecnológico, que esteja antenada, especializada e que possa ser bem remunerada”.

Mercado – O programa é implementado em meio à expansão do mercado de tecnologia da informação (TI), que deve crescer 11% neste ano, de acordo com estudo da consultoria IDC Brasil.

“Além de conhecimento, esse projeto dá condições para nossos alunos trilharem uma carreira no futuro em um mercado que cada vez mais busca por esses profissionais. A grande linguagem do século XXI é a da computação, e será para essa área que os estudantes paranaenses estão sendo preparados para atuar”, destacou o secretário Renato Feder.

Para o presidente do Google no Brasil, as empresas de tecnologia e o próprio Google estão sempre buscando mão de obra especializada. “Um programa como este ajuda a abrir as portas do mercado para quem conhece as ferramentas digitais. Vai ajudar a gerar mais oportunidades e formar um grupo de profissionais aptos para a área”, disse Coelho.

Paulo Silveira, CEO da Alura, plataforma pela qual as aulas serão oferecidas, explicou que conhecimento de programação é uma oportunidade de já sair da escola e alcançar uma vaga de trabalho qualificada. “É uma opção de conseguir um emprego que remunera bem e onde é possível exercitar suas melhores capacidades. São vagas altamente capacitadas”, comentou.

Segundo a Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro-Paraná), somente em Curitiba há um déficit de 3 mil profissionais na área. No Brasil, a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) projeta que 70 mil profissionais serão demandados por ano até 2024.

Porém, há um forte descompasso entre oferta e demanda: o país forma 46 mil pessoas com perfil tecnológico por ano. Ou seja, um déficit de 24 mil especialistas anualmente. Segundo a IDC, consultoria mundial para os mercados de tecnologia, o mercado de TI, globalmente, terá déficit de 570 mil profissionais neste ano.

Oportunidade – A empresária Luiza Trajano explicou que a rede Magazine Luiza conta com cinco laboratórios digitais, que, somente no ano passado, contrataram cinco mil profissionais de Tecnologia da Informação. “Existe muita oportunidade para quem tem essa formação, por isso é importante a oferta de cursos que prepare pessoas para o que o mercado está pedindo”, disse. “Peço aos alunos que não deixem escapar essa oportunidade, que fará uma grande diferença em sua vida”.

Para a presidente do Todos pela Educação, a iniciativa também contribui para trazer mudanças aos modelos educacionais, que também foram muito afetados pela pandemia.

“É preciso mudar para reconstruir, e o que eu vejo vindo do Paraná é uma luz que será fundamental para o futuro e vai irradiar em todo o Brasil”, ressaltou Priscila Cruz. “Precisamos desses bons exemplos para empurrar o país para frente, e a educação é o principal alicerce para o desenvolvimento social e econômico de uma nação”.

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