Novos depoimentos levantam dúvidas sobre morte da advogada

Trecho do depoimento exibido pelo JN (Imagens: Reprodução/Jornal Nacional/Rede Globo)

 

Por Jonas Laskouski, com informações do Jornal Nacional

A morte da advogada Tatiane Spitzner continua repercutindo nacionalmente. Na abertura do Jornal Nacional desta segunda-feira (30), o âncora Willian Bonner fez a chamada da primeira reportagem: “E esta edição abre com informações sobre a morte da advogada Tatiane Spitzner no interior do Paraná. O Jornal Nacional teve acesso a novos depoimentos de vizinhos dela”.  O Extra Guarapuava, no compromisso com o leitor guarapuavano, transcreve a reportagem feita por Fernando Parracho, da RPC e exibida pelo telejornal.

De acordo com a matéria, “um dos depoimentos é de um homem que mora em frente ao prédio”. Segundo a reportagem, “à polícia, ele disse que por volta de 2h da manhã do dia 22 de julho ouviu uma discussão que parecia ocorrer em um dos apartamentos do edifício, e que em uma das sacadas havia uma mulher com uma das pernas para fora, debruçada sobre o parapeito ameaçando se jogar, mas que ela desistiu.

A testemunha também disse que viu que a mulher e o homem se seguraram e ocorria uma briga entre eles ali no chão da sacada. Em seguida, os dois levantaram e o homem entrou no apartamento, sendo seguido pela mulher e passado algum tempo, o homem saiu novamente para a sacada e se segurou no parapeito, e acenou com a cabeça de forma negativa, parecendo muito nervoso”. O depoimento segue:

“A testemunha contou que voltou para casa e minutos depois ouviu um barulho na rua, como se fosse um objeto caindo, e afirmou que depois viu um homem sair pela portaria do prédio, caminhar em direção à calçada, colocar as mãos na cabeça e dizer ‘o que você fez?’ Em seguida, a testemunha correu em direção a Luís Felipe, momento em que viu a mulher caída. Ainda de acordo com o depoimento, enquanto a testemunha chamava o socorro, Luís Felipe, chorando, dizia: ‘não adianta, ela já está morta’. Luís Felipe a ergueu e levou para dentro do prédio”.

 

O VIZINHO DE CIMA

Outra testemunha ouvida pela polícia, foi o vizinho que mora no andar acima do casal. “Ele disse que estava acordado na noite em que Tatiane morreu, que ouviu parte da discussão porque desceu as escadas e ficou na porta do apartamento onde o casal morava”.

“O vizinho falou para a polícia que Tatiane disse chorando: ‘deixa eu ver esse celular’ e que Luís Felipe não parecia nervoso e respondeu em tom de deboche que não ia deixá-la ver o aparelho. O vizinho disse ainda que ouviu portas batendo e Luís Felipe mandando Tatiane sair e ela dizendo que iria embora. Nessa hora, a testemunha afirmou que voltou para o seu apartamento e ligou para o pai, mas enquanto estava ao telefone ouviu Tatiane gritar ‘socorro’ e logo depois um barulho alto, como se fosse a batida de um carro”.

O celular de Luís Felipe, segundo a Polícia, está sendo periciado.

 

O IRMÃO DE FELIPE

André Manvailer, irmão de Luís Felipe, também prestou depoimento nessa segunda-feira, em Guarapuava. “Ele disse que o relacionamento do casal era aparentemente normal, salvo em algumas vezes pontuais e nada expressivo, mas que havia sinais de ciúme cotidianos por parte de Tatiane”. O advogado de defesa, Adriano Bretas, também falou. “Nós estamos nos prontificando a colaborar com as investigações. Ele (Luís Felipe) está se prontificando a esclarecer todos, absolutamente todos os questionamentos”.

A Polícia Civil de Guarapuava ouviu 18 pessoas, na maioria, vizinhos do casal que disseram ter ouvido a briga. Ninguém viu o momento da queda. O advogado da familia de Tatiane Spitzner disse que a maioria dos depoimentos contradiz a versão de Luís Felipe e vai aguardar a conclusão do inquérito para tecer novos comentários.

Tatiane Spitzner morreu há uma semana depois de cair da sacada do apartamento 403 do Edifício Golden Garden, onde morava com o marido, o professor Luís Felipe Manvailer. O casal (foto acima) estava casado há quase cinco anos. Ele é o principal suspeito da morte e está preso na Penitenciária Industrial de Guarapuava. O caso está sendo tratado como feminicídio.

Ao Extra Guarapuava, o delegado Bruno Miranda Maciozek disse nesta segunda-feira que pretender entregar o resultado do inquérito policial ao Ministério Público ainda nesta terça-feira (31). Vale ressaltar que ainda faltam os resultados periciais do IML que não estão nesta conclusão da Polícia Civil.

 

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