Não regulamentado, skate é usado como meio de transporte

Nas ruas de Guarapuava, volta e meia, aparece uma pessoa, principalmente jovem, em cima de um skate, disputando espaço com veículos e motos. Um perigo para eles, e um problema para os motoristas, já que costumam circular no meio da via.

A regulamentação do skate como meio de transporte vem sendo discutida há um bom tempo. O tema, entretanto, é considerado polêmico e divide opiniões. O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) reconhece, por exemplo, a charrete como meio de transporte, mas o skate não. Por que, se os dois têm quatro rodas? Vale lembrar que o uso não é proibido

Na prática, a falta de consenso em relação ao skate como veículo alimenta as lacunas para o seu uso e não inibe as imprudências. Flagrantes, feitos por nossa reportagem, revelam os riscos de quem trafega entre carros e motos. Se o skate é apresentado como alternativa de transporte não poluente é ótimo. No entanto, a questão da segurança ainda não foi resolvida.

Para o secretário de Trânsito de Guarapuava, Adalberto Campos, o uso de skate como forma de locomoção é uma questão complexa, que carece de muita atenção.

“No nosso código Brasileiro de Trânsito não há nada que proíba os skatistas de andarem pela rua. Para feito de fiscalização, não existe uma regra onde enquadre os skatistas dentro de algum artigo.

É uma questão pessoal. Uma questão de conscientização do próprio skatista. Ele não deve colocar a vida dele em risco, andando na contramão, cruzando preferencial.

A abordagem dos nossos agentes com os skatistas é sobre e responsabilidade que eles têm com a própria vida, é uma orientação para eles, mas não podemos proibir nada”, disse Adalberto.

O processo de mudança de cultura em relação a novos meios de transporte, principalmente os que reduzem a utilização do automóvel em via pública, é por demais importante, porém, as limitações do skate, que não possui freio e apresenta dificuldades de fazer curvas, precisam ser levadas em consideração. Antes de se discutir a validação de um meio de transporte em vias compartilhadas, é necessário debater as condições de segurança para que se incentive, ou não, o seu uso.

O melhor caminho para introduzir uma cultura nova de meio de transporte é a política inclusiva, na qual as pessoas compartilhem o mesmo espaço e aprendam a se respeitar. Para o futuro, o skate é uma questão a ser estudada.

Para muitos especialistas, a ausência de regulamentação clara é um problema. A depender da interpretação, o skatista pode ser equiparado tanto ao pedestre quanto ao ciclista. É preciso haver uma definição.

“Pela falta de uma regra pelo Contran, pelos órgãos que organizam, nosso Código Brasileiro de Trânsito, não tem nenhuma determinação que possa enquadrar o skatista. Então, não tem como a gente proibir eles. No momento, apenas, orientação”, acrescentou.

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