Morte de Boechat é um duro golpe para jornalismo brasileiro

Nossa convicção é que as redações de jornalismo deste país estejam entretecidas desde o anúncio da morte do maior âncora de jornal dos dias atuais deste país, o jornalista Ricardo Boechat, da Rede Bandeirantes de Televisão, jornal e rádio. A sua morte veio de forma trágica num acidente aéreo, no início da tarde da última terça-feira (11).  O duro golpe vem justamente no momento em que Boechat fazia frente aos desmandos, a impunidade, com as tragédias vividas por todos os brasileiros, desde o rompimento da barragem na cidade de Mariana, agora de Brumadinho e a morte dos garotos atletas, no chamado Ninho do Urubu, do Esporte Clube Flamengo.

Todos os dias de forma incansável ele dizia das multas não pagas pelas empresas mineradoras, a omissão dos poderes judiciário, executivos e de órgãos de fiscalização ambientais. Como também dos recursos volumosos destinados as campanhas de políticos corruptos de Minas Gerais.

Como Boechat dizia, o jornalista não é a testemunha ocular dos fatos e sim as pessoas. Numa forma humorística ele fazia suas críticas, numa irreverência com muita maestria. Um legado que fica de um profissional sem papas na língua, que não olhava para o lado para falar a verdade, desde o presidente, aos intocáveis homens de preto, de toga, Supremo Tribunal Federal. Políticos até então não tinham vez, quando vinham com o chamado lero-lero nas entrevistas.

Numa crítica pela quantidade de partidos políticos no Brasil, criou o Partido da Genitália Nacional (PGN), projeto que foi abraçado pelos taxistas, que o idolatravam. Com o jornalista e colunista José Simão, brincavam de fazer jornalismo diariamente no rádio, na última brincadeira, antes de sofrer o acidente, Simão comunicava a ele uma mensagem do cantor Tim Maia vinda do além ao prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivela Tire meu nome dessa… de ciclovia.

Está manhã de quarta-feira acordamos mais triste em não poder assistir ou ouvir os comentários do mestre Ricardo Boechat. Comentários estes que muitos podiam não concordar, mais respeitavam as bandeiras que defendia, da verdade, integridade, jornalismo independente, que nos deixa grandes lições. Agora é tentar colocar em prática boa parte dos seus ensinamentos e   como ele Boechat dizia, toca o barco a minha gente!

 

 

 

 

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