O lixo é um problema sério em todos os municípios brasileiros e grande parte do mundo. Ele começa quando você coloca o seu na rua. E piora muito quando não o separa ou não recicla corretamente.
O Paraná encontrou uma solução inédita para o problema. É o Sistema Integrado de Coleta Seletiva, lançado pelo governador Beto Richa em junho do ano passado. O programa é executado pelo Instituto das Águas do Paraná e estará em mais de 100 municípios, principalmente nos pequenos, visando saneamento ambiental e geração de emprego e renda.
Funciona assim: estamos investindo, numa primeira etapa, R$ 25 milhões na compra de 100 caminhões de coleta e o mesmo valor na construção de barracões nos municípios para que o material recolhido nas ruas seja separado e processado. Mais R$ 2 milhões foram destinados para a compra de equipamentos como esteiras, carrinhos, compactadores, prensas eletrônicas, etc. Até o momento foram entregues 43 caminhões e outros 47 serão repassados pelo governador Beto Richa nos próximos dias.
Mas para cuidar do lixo é preciso antes educar o homem. Por isso, a Sanepar, em parceria com o Provopar, está aplicando outros R$ 3 milhões em programas de educação ambiental nas cidades e também no treinamento das pessoas que vão operar os equipamentos. Talvez o mais significativo benefício do programa seja retirar das ruas os catadores e catadoras e seus carrinhos pesados (às vezes com filhos pequenos dentro deles) e que causam tanta tristeza na paisagem urbana das cidades. Vamos dar dignidade, com jornadas condizentes, ambiente de trabalho organizado e salário digno.
É preciso ressaltar ainda que esse programa em funcionamento no Paraná é referência no Brasil. Somente durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso houve algo semelhante no país. Mas foi abandonado após o PT assumir o comando.
Estranhamente, o Partido dos Trabalhadores optou por não dar dignidade e condições de crescimento pessoal e profissional para quem sobrevive dos recicláveis. Preferiu mantê-los tutelados e presos a programas incipientes e sem portas de saída. Aqui não queremos reféns do governo, mas sim cidadãos com dignidade plena e consciente de seus direitos. E estamos conseguindo.
*Valdir Rossoni é chefe da Casa Civil e deputado federal licenciado.