IAT aplica multas que somam R$ 3,5 milhões em 10 dias

O Instituto Água e Terra finalizou nesta quarta-feira (30) a sua participação na quarta edição da Operação Mata Atlântica em Pé. A força-tarefa do Instituto definiu seis municípios no Estado em que foram identificados cerca de 390 hectares com desmatamento ilegal.

O Instituto Água e Terra (IAT) finalizou na quarta-feira passada a sua participação na quarta edição da Operação Mata Atlântica em Pé. A força-tarefa criada pelo Instituto definiu seis municípios no Estado em que foram identificados cerca de 390 hectares com desmatamento ilegal. O órgão emitiu 59 Autos de Infração Ambiental (AIA), com multas que superam R$ 3,58 milhões.

As vistorias foram realizadas de 21 a 30 de setembro e contaram com a participação de 13 servidores do IAT, órgão vinculado à Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo.

O número de áreas envolvendo crimes ambientais será somado ao resultado final da operação, que contou com o apoio do Ministério Público e também com a participação do Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde (BPAMBFV) e do Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.

Os municípios fiscalizados pela equipe do IAT foram Canta Galo, Laranjeiras do Sul, Nova Laranjeiras, Porto Barreiro, Prudentópolis e Turvo.

Além da emissão dos autos de infração e das multas aplicadas, foram apreendidos instrumentos utilizados para o desmatamento e produtos oriundos da extração ilegal.

O gerente de Monitoramento e Fiscalização do IAT, Alvaro Cesar de Góes, explica que a ação fiscalizatória desenvolvida pelo instituto teve origem em informações levantadas desde outubro de 2019 através do site MapBiomas Alerta. “A ferramenta emite alertas e relatórios de constatação de desmatamento com tecnologias de monitoramento com a utilização de imagens temporais de alta resolução”, disse.

Entre as irregularidades encontradas pelos agentes fiscais, estão corte de floresta nativa nos estágios inicial, médio e avançado do Bioma Mata Atlântica, contendo ainda espécies nativas como a araucárias, imbuias, cedro-rosa e outras. Em muitas dessas áreas houve também o uso do fogo para a destruição da floresta.

Operação – A Operação Mata Atlântica em Pé visa coibir o desmatamento e proteger as regiões de floresta que integram o bioma da Mata Atlântica. Ela teve início em 2017 em uma ação realizada apenas no Paraná.

Em 2018, as fiscalizações foram estendidas para 15 estados e, no ano passado, 16 foram envolvidos. Nesta quarta edição – terceira em âmbito nacional -, todos os 17 estados que têm o bioma da Mata Atlântica receberam as vistorias.

Crime – Quem pratica o desmatamento ilegal pode ser multado em até R$ 10 mil por hectare, ou fração, e ainda responder a processo por crime ambiental.

No caso do corte da araucária, o valor do auto de infração é de R$ 500,00 por árvore derrubada, além de multa referente à área que sofreu desmatamento ilegal. Se o desmatamento ocorrer dentro de Áreas de Preservação Permanente (APP) o valor da multa pode variar de R$ 5 mil a R$ 50 mil por hectare ou fração de vegetação atingida.

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Mata Atlântica: Paraná reduz 95% do desmatamento ilegal em quatro anos

De acordo com levantamento do Instituto Água e Terra, a supressão vegetal passou de 6.939 hectares, registrados em 2021, para 329 hectares em 2024

O Paraná reduziu em 95,2% o desmatamento ilegal da Mata Atlântica nos últimos quatro anos, de 6.939 hectares, em 2021, para 329 hectares em 2024. As informações são de um levantamento produzido pelo Instituto Água e Terra (IAT), autarquia vinculada à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest).

O balanço foi coordenado pelo Núcleo de Inteligência Geográfica e da Informação (NGI) do órgão ambiental, setor desenvolvido para colaborar com a vigilância do patrimônio natural paranaense, com base nos alertas publicados pela Plataforma MapBiomas, uma iniciativa do Observatório do Clima.

Entre as regionais do IAT que apresentaram as reduções mais significativas no período estão a de Francisco Beltrão, que passou de 706,01 hectares para 11,26 hectares (queda de 98%), seguida do Litoral (de 58,58 hectares para 1,88 hectare) e Pato Branco (de 571,79 hectares para 17,68 hectares), ambas com 96%.

Fecham o ranking os núcleos de Cascavel (de 278,51 hectares para 12,86 hectares), Irati (de 473,47 hectares para 22,92 hectares) e Guarapuava (de 2.596,06 hectares para 111,73 hectares), todos com diminuição de 95%.

Fiscalização – A redução significativa pode ser atribuída a melhorias nas ações de fiscalização desenvolvidas pelo IAT, tanto em vistorias a campo quanto de forma remota. De 2021 para 2024, o número de Autos de Infração Ambiental (AIAs) ligados a crimes contra a flora nativa aumentou em 65%, passando de 3.183 para 5.252. O valor total das multas também cresceu, indo de R$ 78.797.343 para R$ 134.067.876 no ano passado, um aumento de 70%.

Somente em 2024, em número de infrações, as regionais de Guarapuava (745), Curitiba (633), Francisco Beltrão (584), Irati (529) e Ponta Grossa (420) foram as que mais advertiram. Somados, esses escritórios do IAT aplicaram R$ 84,9 milhões (63%) em multas ambientais relacionadas à supressão vegetal.

O valor arrecadado com as infrações é repassado integralmente ao Fundo Estadual do Meio Ambiente. A reserva financeira tem como finalidade financiar planos, programas ou projetos que objetivem o controle, a preservação, a conservação e a recuperação do meio ambiente, conforme a Lei Estadual 12.945/2000.

Gerente de Monitoramento e Fiscalização do IAT, Álvaro Cesar de Goes destaca que o aumento do volume de multas reforça a eficácia do trabalho desenvolvido pelo órgão ambiental no combate ao desmatamento criminoso no Paraná. “Esse balanço mostra claramente a forte atuação do IAT, por meio dos nossos agentes fiscais, que estão espalhados por todo o Paraná, mas principalmente nas áreas onde ainda se concentram a maior reserva de vegetação nativa da Mata Atlântica”, afirma.

“Com o apoio de ferramentas tecnológicas, conseguimos identificar e punir os infratores com uma maior rapidez. Isso nos possibilita realizar operações de rotina e planejadas, atuando por terra, água e também com apoio aéreo”, acrescenta o gerente.

Como Ajudar – A denúncia é a melhor forma de contribuir para minimizar cada vez mais os crimes contra a flora e a fauna silvestres. Quem pratica o desmatamento ilegal está sujeito a penalidades administrativas previstas na Lei Federal nº 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais) e no Decreto Federal nº 6.514/08 (Condutas Infracionais ao Meio Ambiente). O responsável também pode responder a processo por crime ambiental.

O principal canal do Batalhão Ambiental é o Disque-Denúncia 181, o qual possibilita que seja feita uma análise e verificação in loco de todas as informações recebidas do cidadão. No IAT, a denúncia deve ser registrada junto ao serviço de Ouvidoria, disponível no Fale Conosco, ou nos escritórios regionais. É importante informar a localização e os acontecimentos de forma objetiva e precisa. Quanto mais detalhes sobre a ocorrência, melhor será a apuração dos fatos e mais rapidamente as equipes conseguem realizar o atendimento.