Equoterapia, um impacto positivo no tratamento para pessoas com necessidades especiais

A Equoterapia é um método terapêutico no qual o cavalo é utilizado como agente promotor de ganhos físicos, psicológicos e educacionais de pessoas com necessidades especiais, por meio de uma abordagem interdisciplinar nas áreas da saúde, educação e equitação. A prática, foi reconhecida pela Lei 13.830/19 que regulamentou a equoterapia no Brasil como método de reabilitação.

A nova legislação determina que a prática de reabilitação que utiliza o cavalo em abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação voltada ao desenvolvimento biopsicossocial da pessoa com necessidade especial, deverá ser exercida por uma equipe multiprofissional, integrada por médico, médico veterinário e profissionais como psicólogo, fisioterapeuta e da equitação.

Estudos realizados sobre a Equoterapia indicam que o contato com o cavalo vai além do físico, cria uma relação de amizade, de confiança, de bem-estar, de reflexo das emoções, das ações com espontaneidade, despertando, apesar de todos os obstáculos, a alegria de viver.

Em Guarapuava, a equoterapia começou há cerca de 20 anos com o psicólogo Dinoel de Lima e sua égua Lady. A ideia surgiu lá atrás com o antigo fisioterapeuta, no começo éramos apenas em dois e aos poucos fomos crescendo, graças ao apoio da Sociedade Rural que nos cedeu espaço, apoio e parceria, hoje temos uma equipe da qual eu tenho muito orgulho, já fomos elogiados como centro de referência, disse Dinoel.

O Equo Amor é reconhecido e filiado pela Associação Nacional de Equoterapia (ANDE Brasil) e conta com uma equipe de profissionais formados e capacitados pela Associação para que assim seja ofertado um trabalho de qualidade para a comunidade, principalmente quando se trabalha com criança com necessidade especial, deficiência física ou intelectual, e também por se tratar com animais que são seres que também exigem cuidados. A responsabilidade que assumimos é muito grande, a capacitação precisa ser muito séria, disse a fisioterapeuta Thais.

Equipe – A fisioterapeuta explicou que a equoterapia utiliza o cavalo em uma abordagem interdisciplinar, por isso há a necessidade de uma equipe que no Equoamor é formada por Caroline Antonichen, equitadora, Dinoel de Lima, psicólogo e equitador, Pedro Henrique, estagiário de fisioterapia e auxiliar guia, Thais Izidoro, fisioterapeuta, Sabrina Magiolo, psicóloga e Suliane Dall Agnol, psicóloga.

Equoterapia – A fisioterapeuta explicou como funciona a equoterapia. O trabalho é realizado na área física através do movimento tridimensional que o cavalo proporciona, a marcha do cavalo é semelhante com a marcha do ser humano, por isso os benefícios aos praticantes são muitos e os resultados vem muito rápidos. É como se o cérebro da pessoa estivesse compreendendo que está tendo um movimento ali quando ela está em cima do cavalo, quem está realizando é a própria pessoa mesmo que ela não tenha aquele movimento, é como se fosse uma extensão das pernas que não tem movimentos, ressaltou Thais.

Com tudo isso a autoestima da pessoa se eleva, por exemplo um cadeirante que vê o mundo de baixo e aí sobe em um cavalo, a autoestima eleva, a insegurança e o medo é trabalhada junto com os psicólogos, então após uma aula, a criança adquire autoconfiança ao perceber que está conseguindo uma postura, segurança, tudo isso faz com que a motivação aumente e os benefícios físicos e psicológicos apareçam rápido. Isso traz resultados positivos porque quando nossa mente vai bem, nosso corpo também vai, por isso a importância do trabalho em equipe. Trabalhamos com o praticante de uma forma global e poder ver os resultados é algo indescritível.

Sabrina Magiolo, psicóloga da equipe há dois anos contou que as indicações ao Equo Amor geralmente vêm de neurologistas. Eles percebem a diferença, evolução e resultados que a equoterapia traz e assim aumentam as recomendações para paralisia cerebral, autismo, síndrome de down, síndromes em geral, TDAH entre outros.

Em relação às indicações, não é somente com crianças mas também com adultos em situações de AVC, esquizofrenia, depressão, pacientes com transtorno de ansiedade, lesão medular, Parkinson, entre outras.

Trabalhamos em equipe diretamente com regras e limites em todos os comportamentos disfuncionais para eliminar ou amenizar. Há muitos ganhos cognitivos de desenvolvimento, coordenação, memória, por isso há muitas indicações, complementou Sabrina.

Equitação – Caroline Antonichen, estudante de veterinária e equitadora há quatro anos, falou à reportagem sobre a importância da conexão com o animal. A equitação é muito complexa, exige postura, equilíbrio, ato de conduzir o cavalo e muita técnica, é uma linguagem corporal com o cavalo através do movimento do corpo, exige muito do cavaleiro e amazona. Equitação não é andar a cavalo e sim montar a cavalo, finalizou Caroline.

A reportagem conversou com Clarice, mãe de Nicole (14), praticante de equoterapia. Ela disse que sua filha começou há oitos meses e que foi um divisor de águas pois viu melhoras no controle de tronco, a marcha melhorou bastante. Nicole é de Pinhão e faz equoterapia duas vezes na semana. A evolução está sendo muito boa, o diagnóstico dela é de paralisia cerebral, com toda essa evolução ela futuramente poderá caminhar. Ela faz cinco tipos de fisioterapia mas a equoterapia é a preferida”, finalizou Clarice.

André Spira, pai de Helena (4) contou que a filha faz equitação há um ano e meio, nesse tempo ela teve um desenvolvimento muito grande em equilíbrio e atenção. Acho importante esse convívio com cavalos, ela adora, não gosta de perder uma aula, as aulas de ballet ela deixa de lado mas aqui mesmo doente não gosta de faltar, Finalizou André.

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