Em 2018 a Cooperativa Coamo superou a marca de 28,6 mil associados

A Cooperativa Coamo promoveu no dia 23, na unidade de Guarapuava, o 1º encontro do ano com cooperados, que contou com a presença do presidente, José Aroldo Gallassini e diretores. Numa apresentação dos números e negócios, os dados apontaram que a cooperativa chegou há 28.690 associados em 2018, com 7.838 colaboradores, numa atuação em 71 municípios, com 119 unidades de operação, no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Nossa expectativa é de melhora nos negócios em 2019. Mesmo com um excedente armazenado esperamos que aos poucos o mercado mundial absorva a nossa produção de milho e soja, destacou Gallassini.

Em 2018 foram produzidas mais de 118,5 milhões de sacas de grãos, onde a soja foi o produto mais comercializado, o milho em 2º lugar e trigo em terceiro lugar. A unidade de Guarapuava tem se mostrado muito unida nas ações entre os cooperados. Estamos investindo R$ 380 mil na estrutura de atendimentos e recebimentos, frisou o presidente. Que prestou uma homenagem o gerente na unidade local, Marino Mugnol, que completou 40 anos de atuação na cooperativa.

VARIAÇÃO DOS PREÇOS AGRÍCOLAS

José Aroldo falou da variação dos preços dos produtos agrícolas, onde destaca que neste momento o melhor para produtor rural é vender somente a quantidade necessária para cobrir custos. Nesta semana a soja teve uma média de preços em R$ 68,00. Com este patamar o produto garante um lucro de R$ 32,50 por saca de soja. Questionado pela reportagem sobre a quantidade de inseticidas e fungicidas usadas nas lavouras, Gallassini disse que a cooperativa tem colocado cada vez mais técnico no trabalho a campo, com objetivo de orientar o produtor, que não é a quantidade de defensivos agrícolas que vai garantir a produtividade e sim a maneira e o melhor momento de aplicar. Questionado sobre sua opinião dos desafios da Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, Aroldo Gallassini destacou que a ministra por ser do Mato Grosso, atuou em inúmeras demandas em defesa do setor cooperativista. Algumas dificuldades que tivemos no Mato Grosso foram contornadas com a intermediação dela, quando deputada. Uma pessoa correta, agrônoma e conhece os percalços da agricultura. Estamos otimistas que ela terá um bom desempenho no ministério, se a imprensa deixar, brincou ele.

AGENDA

Ao todo serão quatro encontros programados para as regiões Centro-Sul e Sudoeste do Paraná, nas tradicionais Reuniões de Campo. Que começou por Guarapuava, na sequência em Honório Serpa, Coronel Vivida, Mangueirinha e Palmas. Outros encontros acontecem em São Domingos, Xanxerê e Abelardo Luz, em Santa Catarina. Temos a satisfação em dizer que os resultados para Coamo tanto em Guarapuava, como num todo foi excelente. Os números apresentados mostram crescimento expressivo e a alegria de poder distribuir aos cooperados dividendos, frisou o gerente Marino Mugnol. Que comentou das novas linhas de produtos que a cooperativa vem apresentando, com a industrialização, no caso de produtos alimentícios, com acabamento final e a disponibilização para vendas. Entre os produtos estão a farinha de trigo, café, óleo de soja, margarina, entre outros.

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Itaipu faz pesquisa inédita para produção de dourados em tanque-rede

Primeira carga de seis mil peixes foi entregue na terça-feira. Objetivo é proporcionar mais uma opção de renda a pescadores e piscicultores da região

A Itaipu Binacional iniciou uma pesquisa inédita para a produção do peixe da espécie dourado (Salminus brasiliensis) em tanques-rede. A primeira carga com seis mil peixes jovens, com seis meses de idade, chegou na manhã dessa terça-feira (14) à Unidade Demonstrativa e Experimental de Aquicultura em Sistema Bioflocos.

O objetivo da pesquisa é desenvolver a cadeia produtiva dessa espécie e fornecer mais uma opção de renda às comunidades que dependem da pesca ou da aquicultura do reservatório para produção de alimento e faturamento.

Segundo o engenheiro agrônomo André Watanabe, da Divisão de Reservatório, a pesquisa pretende valorizar comercialmente a espécie cuja pesca é proibida no Paraná. “Quando alguém compra um peixe da pesca está extraindo um recurso limitado, havendo risco de extinção. Com a aquicultura, a gente consegue fornecer esse peixe para consumo humano sem impactar o estoque natural”, afirmou Watanabe.

Atualmente, não há produção de dourado em sistemas de tanques-rede no Paraná. Os filhotes que chegaram à Itaipu viajaram 12 horas de caminhão desde Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Quando chegaram, a primeira medida foi aclimatar a água, igualando a temperatura das caixas de transporte e do tanque onde eles passaram a ficar.

Depois disso, são mais dois meses para os peixes se recuperarem e ganharem peso antes de serem levados aos tanques-rede do reservatório. Os peixes jovens tinham em média 62 gramas quando chegaram à Unidade de Bioflocos; a previsão é que, em um ano, eles passem de um quilo e estejam prontos para serem comercializados. O dourado possui grande valor comercial, possibilitando o atendimento de nichos de mercado com produtos de alto valor agregado.

Watanabe explicou que a Itaipu estuda a construção de tanques-rede maiores, de 500 metros cúbicos – atualmente, são dois modelos de 7 m³ e de 24 m³ – especialmente para a produção do dourado que, por ser uma espécie carnívora e dominante, necessita de mais espaço para se adaptar. “É um peixe que também exige mais cuidado no manejo”, disse ele, mostrando os dedos com algumas marcas de mordida.

Sistema de bioflocos

Na cadeia produtiva do peixe, a fase que vai da larva até o peixe juvenil é a com maior índice de mortalidade, por isso são necessários vários cuidados para que o alevino sobreviva até a fase adulta. Isso acontece em um ambiente fechado e controlado, que utiliza o mínimo possível de água e não polui o meio ambiente: o sistema de bioflocos.

Os bioflocos são aglomerados de bactérias que consomem a amônia produzidas pelos peixes. Como subproduto, é gerado o nitrato que, em um segundo momento, é consumido por plantas aquáticas, em um outro tanque. Assim, a mesma água é reutilizada várias vezes.

A título de comparação, para cada quilo de peixe produzido no sistema de bioflocos, são consumidos em média 500 litros de água. Em um sistema convencional, são utilizados de 18 a 30 mil litros de água que, se não for tratada, contamina rios e lagos.

“O objetivo da Itaipu é estudar formas mais sustentáveis para produzir peixes, que não contaminem o nosso reservatório”, explica o técnico em aquicultura Celso Carlos Buglione, da Divisão de Reservatório da Itaipu, responsável pelas pesquisas sobre os bioflocos feitas em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

O Paraná é o maior produtor de peixes do País, com cerca de 200 mil toneladas de pescado por ano e mais de 70% dessa produção está na bacia onde o reservatório da Itaipu está localizado. As pesquisas buscam criar protocolos de alimentação, controle da qualidade da água, além da validação de custos e viabilidade econômica da produção de peixes nesse sistema.