Educadores do Paraná aprovam greve contra terceirização da escola pública

A paralisação está prevista para começar dia 3 de junho e deve ser mantida, caso o Governo do Estado não retire a proposta de pauta

No último sábado (25), educadores do Paraná aprovaram, em Assembleia Estadual, uma greve por tempo indeterminado a partir do dia 3 de junho. Mais de quatro mil profissionais participaram da Assembleia e definiram pela paralisação total das atividades em resposta ao que eles chamam de ataques do governador Ratinho Junior contra a Educação.

A Assembleia informou que se manterá permanente para avaliar a movimentação do governo e o comando de greve avaliará os passos do governo e mobilizações dos educadores

“Nós precisamos do engajamento nessa frente de luta de todos(as) os(as) professores(as) e funcionários(as), independente do contrato. Nós precisamos do engajamento, nessa luta, de pais e mães e de toda a comunidade paranaense, pois é o direito de acesso a uma escola pública de qualidade que está sendo negado”, explicou a presidenta da APP Sindicato, Walkiria Olegário Mazeto.

A decisão foi tomada após intenso debate devido, segundo a APP, à falta de diálogo com o governo sobre pautas importantes para a categoria como: pagamento da Data-Base, que nos últimos 12 meses e a dívida de mais 39% do Estado com os educadores e demais servidores; o projeto do governo de privatização de 200 escolas e o fim da terceirização do cargo de funcionários de escola.

Fim da escola pública

Segundo a representante do sindicato, atualmente, o governo abriu uma nova linha de ataques com o envio do projeto Parceiros da Escola, proposta que visa a venda de escolas públicas para empresas. Na terça-feira passada (22), informaram, o governador sentou com deputados da base para garantir a tramitação da proposta. O projeto será enviado ainda esta semana para a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).

De acordo com a APP, em um primeiro momento de luta, professores e funcionários de escola lutam para que o projeto seja retirado da pauta. Caso o projeto seja mantido, a luta será para organizar as comunidades e rejeitar a medida.

Os organizadores do movimento ressaltam que a paralização é em defesa dos educadores e por uma escola pública de qualidade e para todos, gratuita, laica e gerida pelo Estado.

“Este programa é o fim da escola pública, talvez essa seja a  luta das últimas décadas mais importante para nós. Fazemos luta todo ano, defendemos uma escola pública de qualidade todo ano, mas nunca nos deparamos com um projeto que acaba com a escola pública. Se este programa for aprovado e implantado nas escolas, nós vamos, a cada dia, travar uma luta para manter uma escola aberta”, alertou Walkiria.