Muito se tem debatido sobre o papel de um deputado, seja ele federal ou estadual, frente às necessidades crescentes da população. Fazer leis e fiscalizar os atos do Poder Executivo são obrigações constitucionais e prerrogativas que os parlamentares usufruem no exercício dos seus mandatos. Mas a realidade também impõe a esses políticos um trabalho muito mais efetivo – ser um elo entre as lideranças locais e os governos, para levar obras e recursos aos municípios.
Em seu primeiro mandato como deputada, primeira mulher da região central do Estado a conquistar esse cargo, Cristina Silvestri tem em seu trabalho parlamentar um número expressivo de realizações e uma atuação marcante na Assembleia Legislativa. Só em emendas, são quase R$ 20 milhões na saúde, segurança pública, educação, infraestrutura, desenvolvimento econômico e assistência social, entre outras áreas básicas, além do apoio em projetos estratégicos para Guarapuava e região: Hospital Regional (maior obra física do Governo do Estado, orçada em cerca de R$ 47 milhões), Centro de Especialidades Médicas, duplicações da BR-277 e da PR-466 e obras de saneamento básico.
Qual sua avaliação deste momento político?
Cristina Silvestri – Estamos no pior momento político da história no Brasil, uma crise política, moral e ética, das instituições públicas. Mesmo num momento delicado nós resolvemos enfrentar novos desafios. Se nos acovardarmos – nós pessoas do bem, que querem trabalhar pelo desenvolvimento dos seus municípios, da sua região, trazendo benefícios e brigando por uma condição melhor de vida, se nós que pensamos assim nos omitirmos, o que será do futuro? Nossa meta de trabalho sempre foi de lutar por uma condição melhor de vida para as pessoas e esse novo desafio é uma forma de demonstrar nossa gratidão por Guarapuava e região.
Tanto Guarapuava como a região da Cantuquiriguaçu, neste momento, não tem um deputado federal que realmente represente a região. A senhora acredita que vai suprir esta lacuna?
Cristina Silvestri – Este certamente é o maior motivo de estarmos colocando nosso nome à disposição da população. Infelizmente em toda eleição aparecem candidatos de diversas regiões do Estado angariando votos por aqui e o resultado disso são as sobras de emendas parlamentares aos municípios. Precisamos de pessoas que realmente nos representem no Congresso Nacional. A nossa região tem prioridades e necessidades que precisam de atenção do governo federal. Temos uma luta antiga de trazer a radioterapia para Guarapuava, como forma de prevenir e aliviar o sofrimento das pessoas com câncer, que estão tendo que se deslocar para outras regiões em busca de tratamento. Precisamos dar um basta nisso. Um Hospital do Câncer com radioterapia vai atender toda essa demanda.
Nos últimos anos, os investimentos foram via Governo do Estado. Isso é reflexo da falta de representatividade no Congresso Nacional?
Cristina Silvestri – Eu vivi esse exemplo quando precisei reivindicar melhorias de algumas ações a nível federal. Quando precisávamos ter alguém batendo nas portas dos ministérios, insistindo pelas liberações de recursos e todos perdemos com esse vazio. Isso é o reflexo de vários deputados federais, que vêm levar a maior parcela dos votos e depois não nos representam. Este será o meu desafio a partir de janeiro de 2019, de representar minha região e lutar pelas melhorias e conquistas que se fazem necessárias. Guarapuava foi a mãe de todos esses municípios do Centro-Oeste. Eu e minha família nos sentimos parte e com a responsabilidade de contribuir com o seu desenvolvimento.
(Fotos: Assessoria)
São sensíveis as dificuldades da população na área da saúde, também no transporte escolar, infraestrutura e na agricultura, por exemplo. É possível mudar esta realidade?
Cristina Silvestri – Eu sou uma deputada municipalista, eu vejo, vivo e sinto na pele junto com gestores públicos as dificuldades enfrentadas. Em casa tenho um prefeito, tenho um marido que teve um trabalho relevante e a gente discute quase diariamente as dificuldades e o que Guarapuava e a região necessitam para mudar alguns cenários negativos. São várias situações no transporte escolar, na educação e saúde, que eu quero estar lá, para fazer com que o governo tenha mais sensibilidade com a população local e regional, numa região altamente produtiva como a nossa e que contribui de forma expressiva com a economia do país.
Quais candidatos a senhora pretende apoiar com seu grupo político?
Cristina Silvestri – Nós vamos apoiar a Cida Borghetti, como forma de gratidão do que foi o governador Beto Richa e a própria Cida, quando era vice, para os municípios do Paraná, em conquistas e melhorias em todas as esferas públicas do Estado. Eu digo com certeza que foi o melhor governador de todos os tempos da história do Paraná. Nunca houve tantas liberações de recursos e a governadora Cida deu continuidade neste trabalho de apoio aos municípios.
Alguns políticos enfrentam dificuldades para visitar suas bases eleitorais, por outro lado percebe-se uma boa aceitação ao seu nome. A que a senhora atribui isso?
Cristina Silvestri – Nosso trabalho tem sido muito gratificante, primeiro que sou uma pessoa ficha limpa. Eu estou na vida pública para servir, com objetivo de trabalhar. Tenho sido muito bem recebida nos municípios. Levo comigo o nome do Cezar (meu esposo), que tem o seu trabalho reconhecido. É em cima disso que reforçamos este novo desafio, de trabalhar e representar bem a região no Congresso Nacional. Quero ser muito digna desta confiança que a população tem depositado na minha pessoa.
Enquanto o Hospital São Vicente de Paulo recebe recursos, o Santa Tereza corre o risco de fechar as portas. Porque isso está ocorrendo?
Cristina Silvestri – Avaliamos que são gestões e formas diferentes de administrar. No Hospital São Vicente, sob a provedoria do professor Huberto Limberger e diretoria, as ações têm sido muito hábeis na busca de apoio, e como resultado foram inúmeras as conquistas, em recursos, novos leitos e equipamentos. Conquistas estas que temos uma participação importante quando parlamentar. No caso do Santa Tereza, as últimas notícias têm nos entristecido, porque ninguém quer o fechamento de um hospital, ainda mais num momento delicado no setor de saúde, com a falta de recursos federais. Por ser uma unidade particular, é preciso que os detentores abram as portas para a participação de outros setores da iniciativa privada e entidades filantrópicas, como ocorre no São Vicente. Os dois hospitais são importantes e têm um histórico de relevantes serviços prestados à comunidade guarapuavana e região. Precisamos buscar os mecanismos necessários para tornar essas instituições fortes e autossustentáveis.
Estamos num momento de muita violência contra a mulher e a senhora foi autora do Botão do Pânico, um Projeto de Lei que deverá ser estendido a nível nacional. Qual sua opinião sobre isso?
Cristina Silvestri – Um legado que vou levar como deputada estadual. Comecei a trabalhar nele quando era secretária de Assistência Social, e tive a felicidade de torná-lo uma lei estadual de apoio e amparo à mulher.
(Foto: Reprodução)
Com isso acredito que vamos diminuir os índices de violência contra elas. Somos o único Estado da federação que tem o programa de Botão do Pânico de apoio às mulheres, que estão expostas à violência. Outro projeto é o da Pesca Esportiva, que tem uma identidade comigo, por ser uma pessoa naturalista, com o dever de trabalhar com as crianças a educação ambiental e a recomposição da mata ciliar, além de estarmos combatendo a pesca predatória e o descarte do lixo nas margens de rios. Confesso que foi uma surpresa a proporção que o projeto ganhou, passando a fazer parte do calendário estadual. Em outro projeto queremos combater o bullying nas escolas, para evitar traumas na criança, já que ela poderá carregar isso por toda uma vida. Temos que combater isso enquanto sociedade.
Qual sua opinião sobre o trabalho de apoio à agricultura familiar e à gastronomia típica regional?
Cristina Silvestri– Considero um dos melhores projetos dos últimos anos em favor das agroindústrias e da agricultura familiar. Isso tirou pessoas que estavam excluídas da sociedade, algumas delas viviam até debaixo de lonas e hoje estão numa nova realidade, produzindo e tendo renda própria. Temos que parabenizar o vice-prefeito, Itacir Vezzaro, que vem desenvolvendo esse e outros projetos para Guarapuava, que são referência na região e no Paraná. O segredo foi incentivar as famílias a plantarem e produzirem aquilo que tem venda garantida. Essa venda direta, sem passar pelo intermediário, vem dando uma melhor qualidade de vida às pessoas. Como deputada, conquistamos equipamentos agrícolas para associações de diversos municípios. Como representante dessas famílias no Congresso Nacional quero lutar por políticas públicas, que certamente vão trazer muitas outras conquistas para a agricultura familiar.