Comunicado da PIG diz que Manvailer tentou se matar

Ele teria desistido do suicídio depois de se lembrar da mãe (Imagem: Reprodução/Arquivo)

 

Por Jonas Laskouski com G1 Paraná

 

Em um comunicado da última segunda-feira (06), a Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG) informou uma “tentativa de suicídio” de Luís Felipe Manvailer, acusado pela morte da advogada Tatiane Spitzner, dizendo que ele apresentava hematomas na cabeça e que, “aparentemente havia se cortado”.

Conforme a Divisão de Segurança e Disciplina da penitenciária, o preso recebeu atendimento médico e está bem fisicamente, mas abalado emocionalmente. Segundo a penitenciária, o professor confessou que havia se cortado para acabar com o sofrimento.

No comunicado, a PIG ainda diz que o marido desistiu do suicídio depois de se lembrar da mãe. Luís Felipe está em uma cela especial por ser um preso provisório e ter ensino superior completo.

A DEFESA E A ACUSAÇÃO

A defesa do professor Luís Felipe Manvailer, de 32 anos, pede que ele seja transferido da PIG para o Complexo Médico-Penal do Paraná (CMP), em Pinhais, na região de Curitiba, para atendimento psiquiátrico e psicológico urgente, depois da tentativa de “tirar a própria vida”.

(Foto: Lineu Filho)

O CMP (foto acima) é um estabelecimento penal de regime fechado, destinado a presos do sexo masculino e feminino, em cumprimento de medida de segurança e/ou que necessitam de tratamento psiquiátrico e ambulatorial.

“A defesa teve conhecimento de que Luís Felipe, profundamente abalado pelo turbilhão emocional sofrido nos últimos dias, vinha apresentando quadro de depressão profunda”, diz o pedido de transferência.

O MP-PR pediu uma avaliação psiquiátrica e psicológica de Manvailer, com urgência, antes da análise do pedido de transferência.

(Foto: Reprodução/RPC)

A família de Tatiane (foto acima) se manifestou contra a transferência. Os advogados alegam que parece pouco crível a alegação para a transferência. Ainda segundo os advogados, o máximo que a atitude de Lus Felipe produziu foi uma pequena lesão superficial.

Eles questionam o fato de não ter sido anexada foto ao processo e que não há comprovação suficiente de que a lesão retrate uma intenção suicida.

LAUDOS

Desde a noite dessa terça-feira (07), usuários do aplicativo WhatsApp estão compartilhando um laudo pericial sobre a morte de Tatiane Spitzner. O documento de 12 páginas é de propriedade da Polícia Científica do Paraná.

(Imagem: Reprodução)

Nele, o perito designado constatou que ela teve, dentre outros exames, uma fratura no pescoço, característica de quem sofreu esganadura.

Os promotores estão analisando, agora, imagens e depoimentos das testemunhas e resultados de exames da Polícia Científica que começaram a sair.

Até o momento, o MP-PR tem em mãos o inquérito da Polícia Civil, que tem 400 páginas com 18 depoimentos, relatório detalhado da imagens das câmeras de segurança e o laudo do local da morte que mostra marcas no pescoço de Tatiane.

Ainda faltam os laudos da necropsia que deve indicar se a advogada foi morta antes de cair ou com a queda; da perícias nos celulares de Tatiane e de Luís Felipe; da perícia feita com ajuda de um boneco no prédio em que o casal morava e de laudos laboratoriais nos ossos da vítima.

Segundo o promotor Pedro Henrique Brazão Papaiz, Lus Felipe não forneceu a senha para desbloqueio do aparelho, que foi encaminhado ao Instituto de Criminalística.

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