Com a venda de paçocas em semáforos dois jovens guarapuavanos iniciam projeto empresarial

Eles se conheceram há cerca de quatro meses na igreja que frequentam, ficaram amigos e começaram a conversar sobre empreendedorismo, e assim perceberam que tinham vontades e ideias parecidas. A inspiração para o projeto veio de um youtuber que tem um canal de marketing digital e também fala sobre empreendedorismo. Ele ensina um caminho, e a ideia de vender paçoca veio dele, comentou Caio.

Caio contou à reportagem que já tinha saído algumas vezes sozinho para vender paçocas e então quando conheceu Lucas, sugeriu para que continuassem com a mesma ideia com a venda em semáforos da cidade. Para a compra do primeiro pote de paçocas, Caio comentou que o dinheiro utilizado foi de economias das primeiras vendas e Lucas investiu um dinheiro que era da sua mãe.

No primeiro dia que saíram, os meninos comentaram que pensavam que não iriam vender quase nada, mas no fim do dia, conseguiram vender um pote inteiro. Fomos para casa felizes e saltitantes, disse Lucas. O objetivo naquele dia não era vender todo o pote de paçocas e sim recuperar o dinheiro investido. Como conseguiram vender tudo, começaram a se animar cada vez mais. Então foi aí que os meninos colocaram um objetivo no projeto, que é o de abrir um negócio, algo que tenha retorno. Eles pensam em algo na área da gastronomia, uma padaria, panificadora, mas o sonho e objetivo final é o de um restaurante.

Comentaram que tem consciência de que não irão sair da paçoca para o restaurante, a intenção é juntar dinheiro e montar um ponto fixo de cachorro-quente, por exemplo. Temos que ir subindo degrau por degrau, comentou Caio.

No começo os pais acharam meio estranha a ideia de saírem vender paçocas nos semáforos, mas agora já aceitaram e os apoiam nesse sonho. Os amigos também reagiram de forma estranha, faziam comentários do tipo: Vocês estão ficando loucos, mas os meninos não deixaram se abater por isso e seguiram em frente. Agora que eles viram que está dando certo, nos dão parabéns pela iniciativa, disse Lucas.

Eles estudam pela manhã e saem vender à tarde. Quando questionados sobre a reação das pessoas, Lucas disse que varia muito, algumas ajudam, outras nem abaixam os vidros de seus carros, fazem comentários negativos, mas há os que elogiam com comentários positivos, gostam muito da iniciativa, outros contribuem e nem ficam com as paçocas, algumas pessoas não ajudam com contribuição financeira mas os motivam para seguir em frente em busca do sonho, Isso nos deixa muito animados.

A abordagem é feita de forma rápida onde os meninos mostram o cartaz, contam de seu projeto e oferecem o doce. Na visão de Caio, o empreendedorismo é uma lição de vida. Empreender é aprender, você sempre tem que aprender algo novo, pra mim é uma lição, temos que dar a cara pra bater e não ter medo, na vida nós precisamos disso em tudo.

Aprendemos muito sobre perseverança, se você cair, tem que aprender a levantar e bola pra frente. Acredito que é por isso que está dando certo, nossas ideias são muito parecidas, complementou Lucas.

Os meninos disseram que sabem que no empreendedorismo há muito fracasso, mas se caso isso acontecer, irão encarar como aprendizado e buscar melhorar e crescer sempre. Caio comentou que mesmo com um objetivo não atingido, o que importa é tentar, ‘meter a cara’, ir atrás do sonho. Se não sairmos do lugar, não conseguimos nada, temos que ser positivos sempre, disse ele.

O objetivo também é passar para as pessoas irem atrás de seus sonhos. Sabemos que nosso objetivo pode levar muito tempo para ser alcançado, mas desistir é uma palavra que não existe no nosso vocabulário, finalizou Caio.

Empreender é desejo da maioria dos jovens

A realização pessoal tem sido a maior motivação para a abertura de um negócio entre os jovens empreendedores. Essa tendência entre os jovens donos de micro e pequenas empresas no Brasil foi identificada em uma pesquisa inédita realizada pelo Sebrae.

Um levantamento feito em 2018 com 2.132 empreendedores, de todas as idades, de todo o país, buscou traçar, pela primeira vez, o perfil do jovem empreendedor brasileiro. O resultado da pesquisa mostra que a ideia de se tornar um empreendedor já está presente bem cedo, tanto que 1 em cada 3 empresários (32%) já tinha algum tipo de pensamento nesse sentido antes de completar 18 anos. Quando considerado apenas o grupo de empresários com até 24 anos, 80% já haviam cogitado se tornar um um empreendedor antes dos 18 anos.

 

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