Colheita do Pinhão está liberada no Paraná

Neste sábado, 1 de abril, não é mentira, começou, em todo o Paraná, a colheita do pinhão. A semente, que é símbolo do Estado, se torna, a cada dia, uma das mais procuradas iguarias.

Guarapuava está entre as regiões do Estado onde mais se produz pinhão. Além do consumo humano, a semente serve como alimento para diversos animais terrestres e pássaros, e é fundamental para a conservação da fauna..

Restaurantes e empresas de alimentação têm no pinhão o diferencial na hora do preparo das mais variadas receitas. Além disso, a população vê nesta época, um verdadeiro período de celebração, pois uma “sapecada” de pinhão é capaz de reunir as famílias e os amigos para momentos ímpares de alegria e descontração.

No entanto, na hora da colheita, as regras devem ser seguidas para que o momento não se transforme em uma agressão à natureza.

Conforme orienta o Instituto Água e Terra (IAT), apenas pinhões que tenham alcançado o completo processo de maturação, poderão ser colhidos e comercializados.

A multa em caso de desobediência é de R$ 300 a cada 50 quilos apreendidos, além da responsabilização por crime ambiental. O IAT é vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (SEDEST).

As normas e instruções de comercialização do pinhão são estabelecidas na Portaria IAP nº 046/2015 e têm como objetivo conciliar a geração de renda e proteger a reprodução da araucária, ameaçada de extinção. Quando o pinhão cai no chão, é uma oportunidade para animais, como a cutia, ajudarem a semear o fruto em outros lugares, garantindo a reprodução da araucária.

Guarapuava é um dos municípios onde se concentram as maiores florestas de araucária do Estado e do país. Com isso, o volume de produção do pinhão é expressivo. Todos os anos, são registradas ocorrências envolvendo invasão de propriedade e até depredação de árvores para derrubar as pinhas.

Por isso, conforme o secretário de Meio Ambiente do município, Germano Toledo Alves, é preciso que a população fique atenta na hora de comprar o pinhão, para, com isso, não instigar práticas ilícitas como o furto e o crime ambiental.

“Todas as pessoas precisam ficar atentas neste período de comercialização do pinhão. É crime ambiental colher pinhas imaturas, ou verdes, como costumamos dizer. A plena maturação das pinhas protege a reprodução da araucária, que é considerada uma espécie em extinção no Estado.

Além disso, é preciso garantir a alimentação da fauna que vive nos remanescentes da floresta com pinheiros. Todos os anos, pessoas são detidas no Paraná por invasão de propriedade e furto de pinhão. Além disso, o consumidor deve observar a procedência do produto, para que não seja conivente com situações vexatórias e até criminosas”, detalhou Germano.

Para diferenciar as pinhas imaturas das prontas para a colheita, deve-se observar a coloração. As pinhas imaturas apresentam casca esbranquiçada e alto teor de umidade, o que favorece a presença de fungos, podendo o alimento se tornar até tóxico para o consumo humano. Se ingerido, pode prejudicar a saúde com problemas como a má digestão, náuseas e episódios de constipação intestinal. Também não é permitida a venda de pinhões trazidos de outros Estados. A safra começa em abril e normalmente se estende até junho.

A fiscalização é feita pelos agentes do IAT e pelo Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde (BPAmb-FV), com apoio da Secretaria de Meio Ambiente. A denúncia é apurada e, caso comprovada, um processo é instaurado para que seja lavrado o auto de infração ambiental. As denúncias podem ser encaminhadas à Ouvidoria do IAT, aos escritórios regionais, pelos telefones (41) 3213-3466 e (41) 3213-3873 ou 0800-643-0304 e, ainda, à Polícia Ambiental (41) 3299-1350.

Economia

A cadeia produtiva do pinhão gera incremento econômico na vida de milhares de famílias paranaenses. Movimentou R$ 17,5 milhões em 2021, de acordo com o Valor Bruto de Produção (VBP), levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). As regiões Central, Sul, Sudoeste concentram o maior volume de produção de pinhão.

“Além do consumo humano, o pinhão serve como alimento para diversos animais terrestres e pássaros, ou seja, é fundamental para conservação da fauna”, afirmou o engenheiro agrônomo e gerente de Restauração Ambiental do IAT, Mauro Scharnik.

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