Coletores de material reciclável terão ajuda financeira do município
A pandemia do coronavírus tem atingido diversos setores da nossa sociedade, principalmente aqueles que se encontram, diretamente, ligados a pessoas de extrema vulnerabilidade social, como é o caso da coleta seletiva.
Nossa reportagem conversou com pessoas que se dedicam ao segmento, algumas com mais de 60 anos, e que sentem no bolso o impacto negativo provocado pela presença da COVID-19. Os chamados operadores ecológicos, como o casal Ana e José, se dizem expostos ao vírus, mas que precisam sair às ruas, todo santo dia, porque não tem outra maneira de se manter. “Medo a gente tem [do coronavírus], mas temos que trabalhar. Não adianta ficar em casa, sem dinheiro, e passar fome” explicou José.
Questionados sobre as ajudas financeiras dos governos federal, estadual e municipal, o casal disse estar recebendo ajuda, apenas, do município. “A prefeitura ajuda a gente. Mas não é o suficiente”, alegou Ana, que juntamente com o esposo faz parte de um programa municipal voltado a coleta seletiva de materiais recicláveis.
O que o casal, ainda, não sabe é que estão prestes a se tornar beneficiários de mais uma ação do poder público para amenizar seu sofrimento com mais uma ajuda.de custo, durante a pandemia. A nova operação financeira da prefeitura, divulgada na última sexta-feira (10), é mais uma medida preventiva para conter o avanço do novo coronavírus na cidade e, também, para minimizar os danos sociais e econômicos causados pela chegada do coronavírus.
Trata-se do Programa de Compensação Financeira Temporária, destinado aos operadores ecológicos de Guarapuava, com base na lei nº 3054/2020. De acordo com o prefeito Cesar Silvestri, a prefeitura está trabalhando, amplamente, para amparar todos os guarapuavanos. “Esse repasse financeiro, temporário, para nossos operadores ecológicos é uma forma de auxiliar essas famílias com suas necessidades emergenciais e, também, de contribuir para que se mantenham em casa, seguindo nossas recomendações de distanciamento social”, destacou o prefeito.
Segundo o programa, as famílias dos operadores ecológicos terão, durante dois meses, o repasse de R$ 500 para cada uma, sendo recebido preferencialmente pela mulher, além de cesta básica. Ainda segundo o programa, terão direito ao auxílio as famílias que comprovarem ter como renda principal a atividade de coleta de materiais recicláveis em Guarapuava e que estejam inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) do Governo Federal.
Adesão – A adesão das famílias no programa será feita pela equipe da Secretaria de Meio Ambiente, que já possui contato com os operadores ecológicos. Os servidores, distribuídos em diversos locais da cidade, incluindo Palmeirinha e Entre Rios, irão até as casas dos operadores ecológicos cadastrados para fazer a atualização de informações.
Dessa forma, como explicou o secretário de Meio Ambiente, Celso Araújo, não é necessário o deslocamento das famílias até a sede da Secretaria Municipal, que deverão aguardar o contato da equipe, mantendo, assim, o distanciamento social. “Sabemos que esse auxílio é essencial para muitas famílias, mas pedimos compreensão e tranquilidade. Nossas equipes irão até as casas dos operadores, com toda segurança e cumprindo todas as medidas preventivas, farão essa atualização de cadastro, esclarecimentos de dúvidas e repasse de orientações. O importante é que todos aguardem em casa”, recomendou o secretário.
Fundo – O Programa, conforme informado pela prefeitura, será sustentado pelo Fundo Municipal de Meio Ambiente, com estimativa de impacto orçamentário-financeiro de R$ 700 mil. A medida foi aprovada pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente, seguindo as diretrizes previstas na Lei Complementar Municipal nº 038/2013.
Vale destacar que, caso seja comprovado um outra fonte de renda principal ou a falsidade das informações prestadas para obtenção da compensação, o benefício será cancelado imediatamente.