Cantar em coral traz muitos benefícios 

Estar com saúde não significa, somente, ausência de doenças, ou seja, quando os processos físicos do nosso corpo estão funcionando bem. Estar com de saúde, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), envolve o estado mental e emocional das pessoas, porque tudo isso está interligado. A ciência médica afirma que a causa de muitas enfermidades tem fundo psicossomático e que para combatê-las é preciso cuidar do corpo, da mente e do emocional.

Entretanto, isso já não é nenhuma novidade (mas que é ignorada por muitos), pois há algum tempo os meios de comunicação estão chamando atenção para essa realidade, com entrevistas, artigos e reportagens sobre o assunto. O que é novo, pelo menos para alguns, é que cantar em grupos de coral traz diversos benefícios para a saúde e o bem-estar de todas as idades. Isso mesmo, coral. Afinal, quem canta, seus males espanta, não é mesmo?

Vasculhando as publicações médicas temáticas, para produzir essa reportagem, descobrimos um estudo, desenvolvido pela Oxford Brookes University, em 2013, que avaliou 375 pessoas que cantavam em corais, cantavam sozinhas ou praticavam algum esporte. Pasmem, senhoras e senhores, o resultado da pesquisa revelou que todas as atividades proporcionam bem-estar, porém, os membros do coral são ainda mais beneficiados.

Em Guarapuava, o coral municipal tem sido um divisor de águas na vida de muitas pessoas que fizeram (ou fazem) parte dele. De acordo com a regente, Marcia Rickli, fazer parte do coral é muito mais do que cantar. É um trabalho que eu amo. Mas eu amo porque eu acredito. Tem uma coisa a mais do que simplesmente cantar. Às vezes as pessoas não conseguem ter critérios para avaliar esse aprofundamento e qual o impacto desse projeto na vida de um adolescente, declarou Marcia.

Pesquisas recentes indicam que o contato entre os participantes de um coral, juntamente com a busca por sintonia da voz individual com a voz coletiva, contribui para a sensação de pertencimento e unidade, que é oposta à de solidão e exclusão, que tanto afetam as pessoas e levam a distúrbios como depressão e pânico.

Segundo Marcia, cantar em conjunto gera uma energia transformadora, que se reflete na vida das pessoas, ao longo dos tempos. Como faz muito tempo que eu trabalho com isso, têm várias pessoas que, depois de adulta com família formada, vêm agradecer porque havia uma época que estavam sendo atraídas pelas drogas, por uma vida diferente e o coral conseguiu mantê-las numa linha. Então, além de cantar, de poder se expressar musicalmente através de sua voz, tem mais essa coisa da civilidade, da cidadania, de você poder desenvolver seu caráter, a socialização. Uma coisa que acontece só em conjunto, não acontece nada sozinho, disse a regente.

Marcia citou um exemplo recente de crianças muito tímidas, recém chegadas ao coral de Entre Rios, que está começando o trabalho agora, que não conseguiam se expressar, e depois do coral mudaram suas personalidades. Eu achei muito bonitas as respostas deles. Elas falavam que antes viam os outros se expressando e pensavam que não conseguiriam fazer o mesmo. Hoje no coral tudo mudou. Elas falam, depois que entrei no coral eu faço igual. E eu não sou assim só aqui no coral, eu consigo ser assim nos meus trabalhos da escola, na igreja. Isso é muito importante para todos. O conhecimento adquirido, esse aprendizado no local é levado para vários lugares vida, acrescentou Marcia Rickli.

Vale lembrar que o coral aceita qualquer pessoa da sociedade, a partir de 13 anos. Qualquer criança, com ou não musicalidade, com o sem conhecimento. Não precisa saber cantar para entrar no coral. O menino que melhor canta, aqui, era o que tinha mais dificuldade em cantar, que não acertava nenhuma nota. Tem uns que chegam acertando as notas, mas com uma voz engolida, uma voz para dentro, mas logo começam a cantar, finalizou.

 

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