Campanha sobre assédio expõe abuso entre 9 e 10 anos

Foto: Divulgação

O levantamento do Think Olga  fez uma nuvem de palavras para identificar as mais citadas nos tuítes. Entre as palavras que aparecem estão “casa”, “pai” e “escola”.

Um levantamento feito pelos criadores da hashtag #PrimeiroAssédio mostrou que a maioria das vítimas que compartilhou sua história nas redes sociais durante a campanha foi assediada pela primeira vez quando tinha entre 9 e 10 anos de idade.

A hashtag foi lançada por Juliana de Faria, fundadora do coletivo feminista Think Olga e criadora da campanha Chega de Fiu Fiu , depois que uma criança de 12 anos que participa do programa de culinária MasterChef Júnior foi vítima de comentários de teor sexual na internet.

Juliana afirma que é preciso buscar outros dados sobre o assunto, mas diz que a conclusão do levantamento é preocupante. “É absurdamente preocupante pensar que não está nas mãos das mulheres decidir quando começar a vida sexual delas. A gente passa por um ritual cruel muito antes de estarmos preparadas”, afirma ela, que deu início à campanha contando sua própria experiência, de ter sofrido assédio aos 11 anos de idade.

Casa, pai e escola

O levantamento do Think Olga também fez uma nuvem de palavras para identificar as mais citadas nos tuítes. Entre as palavras que aparecem estão “casa”, “pai” e “escola”.

Segundo Juliana, é sabido que grande parte dos abusos acontece na infância, são praticados por conhecidos e normalmente em uma casa, da própria vítima ou de alguém em que ela confia. “(Assédios) acontecem numa relação de confiança. A gente acha que machistas criminosos, pedófilos, são pessoas sem rosto, monstros andando na rua de capuz, mas não, são homens integrados na sociedade, com família, emprego, às vezes doutorado. Precisamos parar de tratar esse criminosos como loucos que não estão integrados na sociedade”, diz ela.

A ativista afirma que, ao mesmo tempo em que essa proximidade traz desafios, tem um lado bom por indicar que a solução também está mais próxima. “Não estamos tentando lutar contra um monstro desconhecido”, diz.

O aparecimento da palavra “escola” na nuvem também chamou atenção da criadora da campanha. “Não tenho dados brasileiros, mas uma pesquisa no Reino Unido mostra que 1 em cada 3 meninas já tinha sofrido assédio físico na escola. É urgente ter educação de gênero na primeira infância.”

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Guarapuava tem crescimento no número de leitos de hospitais e enfermeiros

Em contrapartida, a cidade tem falta de fonoaudiólogos e assistentes sociais, aponta pesquisa

Guarapuava apresentou um crescimento significativo no número de leitos de hospitais, entre 2018 e 2023. O total de vagas hospitalares passou de 364 para 425, um aumento de 16,8%. Esse crescimento acompanha a tendência observada em níveis estadual e nacional, refletindo investimentos na infraestrutura de saúde. Os dados são da pesquisa “Guarapuava em Números” encomendada pela ACIG no ano de 2023/2024.

Os números mostram que tanto os leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto os não SUS cresceram neste período. Em Guarapuava, os leitos SUS passaram de 250 em 2018 para 284 em 2023, representando um aumento de 13,6%. Já os leitos não SUS cresceram de 114 para 141, um avanço expressivo de 23,7%.

No Paraná, o número total de leitos passou de 27.392 para 26.219, mostrando uma leve redução na oferta estadual. No Brasil, porém, houve um crescimento geral de 432.788 para 450.167 leitos, com destaque para o aumento de leitos SUS, que passaram de 300.280 para 309.606, e os não SUS, que subiram de 132.508 para 140.561.

Crescimento e Desafios – O crescimento dos leitos hospitalares é uma conquista importante para a região de Guarapuava, garantindo maior capacidade de atendimento à população. No entanto, o desafio permanece em manter a qualidade dos serviços e a distribuição equilibrada desses leitos, principalmente considerando a queda no número total de leitos no estado do Paraná.

Os investimentos na saúde pública e privada têm sido essenciais para essa evolução, e a tendência de crescimento reforça a necessidade de planejamento contínuo para atender à demanda da população. A evolução do número de leitos em Guarapuava e no Brasil demonstra um cenário positivo, porém, exige atenção para garantir que a ampliação da infraestrutura hospitalar acompanhe as necessidades dos cidadãos.

Número de Profissionais – Guarapuava conta com um total de 2.814 profissionais da saúde, número que representa uma proporção de 15,35 profissionais para cada 1.000 habitantes, índice superior à média estadual do Paraná (13,38) e à nacional (13,08). A presença desses profissionais é fundamental para garantir atendimento qualificado à população.

Distribuição dos Profissionais – Entre as categorias analisadas, os enfermeiros são o grupo mais numeroso em Guarapuava, totalizando 486 profissionais, seguidos pelos técnicos de enfermagem (945) e médicos (421). A relação de médicos por 1.000 habitantes na cidade é de 2,30, um pouco abaixo da média estadual (2,72) e nacional (2,54). Já a categoria de enfermeiros apresenta um índice de 2,18 por 1.000 habitantes, próximo à média do Paraná (2,18) e superior à nacional (1,86).

Outras categorias importantes também possuem representatividade significativa na cidade, como cirurgiões-dentistas (240), fisioterapeutas (233), farmacêuticos (112) e psicólogos (189). Entretanto, algumas áreas apresentam um número mais reduzido de profissionais, como fonoaudiólogos (47) e assistentes sociais (45), o que pode indicar desafios na oferta de serviços especializados.

Apesar de Guarapuava apresentar um número de profissionais por habitante superior à média nacional e estadual, a distribuição por especialidade ainda pode ser um ponto de atenção. Algumas categorias, como médicos e enfermeiros, estão relativamente equilibradas, enquanto outras, como auxiliares de enfermagem (42)) e assistentes sociais (45, têm menor representatividade.

Desafios e Perspectivas – A presença de profissionais da saúde em Guarapuava é um indicativo positivo da estrutura da rede de atendimento no município. Ententanto, desafios como a necessidade de mais especialistas em algumas áreas e a distribuição equilibrada dos serviços seguem como pontos de atenção.

O fortalecimento de políticas públicas voltadas à formação e fixação desses profissionais pode ser um caminho para garantir que a população tenha acesso a um atendimento de qualidade e adequado às suas necessidades.

Confira estas e outras informações da pesquisa Guarapuava em Números acessando aqui.