Biogás pode ser nova alternativa de energia limpa para o Paraná
O combustível já abastece a frota de 80 carros da Usina de Itaipu, em Foz do Iguaçu, e a intenção, segundo o Governo do Estado, é replicar o modelo em outras cidades, em parceria com a Sanepar e a Compagás. A binacional instalou em 2017 uma Unidade de Demonstração de Biogás e Biometano, localizada dentro da Central Hidrelétrica. Com um tanque de 12 metros cúbicos de combustível, cada carro tem autonomia de rodar até 120 km com um custo baixíssimo.
O diretor-presidente do Centro Internacional de Energias Renováveis – Biogás (CIBiogás), Rodrigo de Almeida Galvão, já apresentou, no início de junho, para o governador Ratinho o biometano, um biocombustível gasoso obtido a partir do processamento do biogás. Essa nova alternativa de energia limpa é mais econômica produzida 100% no Paraná.
De acordo com Galvão, enquanto a equação do etanol sai R$ 0,40 por quilômetro rodado, com biometano esse valor cai para R$ 0,24 em média. Ou seja, uma opção também ao diesel usado no transporte público, influenciando diretamente no custo das passagens. Se levarmos em consideração que de 25% a 30% do custo da passagem é por causa do diesel, o biometano é uma alternativa que mistura sustentabilidade com economia, disse.
A produção do combustível limpo é originado do tratamento de todo o resíduo orgânico gerado nos restaurantes internos da hidrelétrica, de esgoto, de parte da poda da grama e de outros materiais enviados por entidades parceiras. Como subproduto, são produzidos ainda 300 mil litros de biofertilizante mensalmente, que são utilizados como adubo para canteiros e gramados da empresa.
Processo de produção do combustível limpo
A planta instalada em Itaipu utiliza poda de grama, resíduos alimentares e esgoto para produzir o biogás. A grama é triturada e compactada, ficando 90 dias reservada até ter as características ideais para uso. Os alimentos também são separados, sendo retirados restos de ossos ou plásticos que podem prejudicar o biodigestor. Em seguida, o esgoto é usado para diluir os outros componentes.
Após chegar a uma mistura homogênea, com consistência adequada, o material é levado aos biodigestores, onde, com uma temperatura controlada em 37ºC, ocorre a degradação da matéria-prima por microorganismos de forma anaeróbica (sem oxigênio). São 60 dias dentro do biodigestor, gerando dois produtos: o gás e um substrato seco.
O substrato é tratado e usado como biofertilizante. O biogás é levado para dois gasômetros flexíveis que têm a capacidade de armazenar até 500 m³ por dia. Dali, o gás passa pelo processo de refino.