Mergulhamos num equinócio turbulento com pouco oxigênio no tubo. Vivemos dias eletrizantes, aterrorizadores, capazes de gerar descontrole emocional nos brasileiros mais equilibrados. A superposição dos fatos nos colocou no vagão 1.001 do Expresso do Amanhã. Fomos às urnas em 2018, passamos voando por um inexplicável 2020, o Ano Novo chegou, mas quem já está aí é 2022, atropelando a Ciência e trazendo na pauta o futuro da nossa Democracia.
Ano que vem vamos votar em cinco candidatos. Presidente, Governador, Senador, Deputado Federal e Deputado Estadual. Brasília – aquela que parece um cartão-postal urbanístico, mas que manda de verdade em todos nós – está de olho em apenas um grande projeto: a eleição das bancadas federais, os deputados e senadores do povo, que vão representar a divisão dos bilionários fundos Partidário e Eleitoral.
Empatia ainda é palavra nova no vocabulário da nossa gente. Os meios de comunicação vivem crise aguda de credibilidade. No panelaço durante o pronunciamento de Bolsonaro, no dia que Sérgio Moro foi transformado em suspeito, também se ouviu muitos “fora Globo lixo!”
O que então o BBB, Gilmar Mendes e a Vacina têm a ver com o Voto?
Os paredões do reality show de maior audiência do país mostram que ser influencer com milhares de seguidores não é garantia pra nada! O eleitor cancela, deleta, troca de ídolo em segundos. Volatilidade total.
E o Ministro Gilmar Mendes, usando todos os algoritmos da Lei, conduziu sua turma no STF a tornar Moro “criminoso”.
Qual a estratégia de reposicionamento de Moro? Imagina a cabeça do eleitor ao receber a notícia. Batman agora é da turma do Coringa.
Enquanto isso, o “PIB Brasileiro” escreve uma carta aberta à nação dando um pito histórico no presidente da República. A reação de Bolsonaro, em rede nacional, foi surpreendente: defendeu a Vacina, com a boca torta de tanta contradição. Agora não vamos virar jacarés.
Atônitos, os eleitores já não sabem que rumo seguir. O radicalismo e o extremismo explodindo em todos os grupos de WhatsApp pelo País, onde a diversão e o humor estão perdendo terreno pro embate político.
Pra piorar, todo mundo agora quer comprar Vacina: vereadores, prefeitos, deputados, governadores, empresários…..mas não tem Vacina à venda! Puro ilusionismo, pois nem as mais ricas economias globais estão conseguindo equacionar esse problema.
Esse tsunami diário sobre as nossas cabeças mostra que as fortalezas de quem vai buscar o voto ano que vem precisam convergir para uma narrativa inovadora: Propósito, História, Esperança e Felicidade.
Vamos ter outros equinócios, mais notícias de Brasília, mais mortos pela Covid, mais cancelados, mais gente saindo do grupo da Família. Pra saber mesmo o que virá depois, primeiro a democracia vai ter que superar o implacável paredão de 2022. A parte boa é que só depende de nós, brasileiros, fazer com que o sol cruze o equador celeste com tranquilidade.
* Marcelo Cattani, jornalista e publicitário, foi secretário de Comunicação do Estado do Paraná. Fundador da Yari – Estratégia e Inovação em Marketing.