Em seu primeiro ano de atividades, o Vale do Genoma vem fortalecendo parcerias e ampliando as pesquisas nas áreas de genética e inteligência artificial aplicadas à saúde. O novo ecossistema de inovação é composto por cerca de trezentos pesquisadores do Paraná e de outros estados de 23 instituições com ampla expertise em saúde humana, agropecuária e meio ambiente.
Com sede em Guarapuava, o objetivo da iniciativa é ampliar a prospecção de novos parceiros empresariais nas áreas correlatas com vistas, principalmente, à identificação de oportunidades de negócios inovadores contribuindo para a competitividade do setor produtivo.
Segundo Tsen Chung Kang, diretor de Pesquisas e Novos Negócios da empresa Jacto parceira do programa, a genômica é um dos temas com maior potencial de impactar a saúde humana, agricultura e pecuária, o que vem de encontro com as pretensões de inovação do Paraná.
“O Vale do Genoma, por associar Genômica e Inteligência Artificial, pode trazer oportunidades excepcionais para o estado, pois nos colocaria no ‘olho do furacão’ da convergência biodigital”, destacou.
A partir do modelo da quádrupla hélice, o Vale do Genoma é constituído por representantes da Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e da Fundação Araucária, do Instituto de Pesquisa em Guarapuava (Ipec), Fda undação Shunji Nishimura de Tecnologia, do Cilla Tech Parque (Parque Tecnológico de Guarapuava), do Centro de Inovação do Agronegócio e das universidades. Conta ainda com o importante apoio das empresas Repinho e Jacto.
O superintendente geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona, ressalta que este é um tema de interesse mundial considerando que a pesquisa genética ligada ao tema da inteligência artificial está na base dos grandes avanços, não apenas na área da saúde mais também na de produção.
“Os projetos desenvolvidos tanto de pesquisa quanto de inovação neste âmbito projetarão o Paraná no cenário internacional como um ponto de referência para a busca de marcadores e de padrões genéticos. Nos colocando no mapa da produção de conhecimento e da produção das tecnologias e inovação a respeito da temática”.
Para o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fundação Araucária, Luiz Márcio Spinosa, o Vale do Genoma tem importantes pilares como a rapidez na construção de soluções para resolver os desafios para a implantação de um ecossistema de inovação, que se deve muito à governança local.
“Rapidamente houve uma compreensão dos atores regionais entre eles as universidades, Governo do Estado, prefeitura de Guarapuava e a empresa Jacto, que tem ajudado muito nesta visão empresarial”, ressalta Spinosa. A formação de cultura pró inovação e a reunião dos principais atores para condução dos trabalhos estão entre os principais desafios a serem superados.
“Convencer a comunidade tanto a científica quanto a população em geral de que o propósito do ecossistema é de interesse de todos é algo que precisamos trabalhar muito”, avaliou.
O diretor-presidente do IPEC e um dos idealizadores do Vale do Genoma, David Livingstone Figueiredo, afirma que é preciso avançar no processo de transformar as pesquisas em negócio. “Precisamos atuar nesta ponte entre a academia e a indústria, para concretizar este processo de que as pesquisas sejam transformadas em benefício da sociedade em geral”.
O Vale do Genoma é uma das importantes ações do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (Napi) Genômica. Desde sua criação, um dos principais objetivos do novo arranjo é, por meio da associação de genômica e inteligência artificial, o desenvolvimento da medicina de precisão, ou Medicina P4 (Preventiva, Preditiva, Participativa e Personalizada).
“Um dos pontos fundamentais do Vale do Genoma é a construção do living lab em saúde, passo estratégico para a implantação da Medicina P4. Para isto o Vale do Genoma conta com a parceria com o Centro de Pesquisa Aplicada em Inteligência Artificial Recriando Ambientes (CPA IARA) e com o Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), buscando integrar e transformar conhecimentos e tecnologias em soluções para o progresso da sociedade”, comentou o pesquisador David Livingstone Figueiredo.
O diretor de pesquisa da Jacto Tsen Chung Kang complementa que, atualmente, a saúde trabalha com a medicina curativa, ou seja, é preciso procurar atendimento em caso de necessidade. Algo que, com a genômica, começa a mudar já que ela é fundamental para a medicina P4-preventiva, preditiva, personalizada e participativa.
“Com estas informações o cidadão poderá iniciar imediatamente um tratamento preventivo, para que não contraia a doença. Esta é uma importante estratégia já que melhora a qualidade de vida dos cidadãos e não sobrecarrega o sistema clínico-hospitalar”, explicou.
Além dos diversos seminários científicos ligados ao tema que acontecem todos os meses e a previsão de lançamento do Programa Genomas Paraná, o Planejamento Estratégico do Vale do Genoma prevê entre os principais projetos para 2022 a implantação do living lab em Saúde Digital, um programa de aceleração para startups do Vale do Genoma e a implantação de um Centro de Empreendedorismo e Inovação da Saúde Digital.