Uma iniciativa tecnológica, chamada ReciCleyde, desenvolvida por estudantes da Escola Rural Estadual Izaltino Rodrigues Bastos, do Pinhão, visa ajudar crianças na separação do lixo. O projeto está na fase de protótipo e recebe o apoio do parque de inovações Cilla Tech Park e de várias instituições de Guarapuava, assim como da UniGuairacá Centro Universitário.
A ideia partiu do professor João Manuel de Lima e das alunas Roberta Oliveira Serapio, Odaiana Keuri Jocoski e Pamela Raissa Cordeiros. Eles perceberam que as crianças da escola tinham dificuldade na separação do lixo.
A solução proposta foi uma lixeira inteligente, onde a criança aproxima o material a ser descartado nos sensores, que faz uma leitura mostrando se ele é de plástico, papel, vidro ou metal, para compartimento correto e posterior coleta, conforme explicou o professor.
“O projeto começou em 2019 com a parceria do Núcleo Regional de Educação e algumas empresas. Foi quando começamos a trabalhar com Arduino no colégio e o projeto das meninas alcançou destaque”.
Tamanho potencial, o projeto foi selecionado entre os 26 finalistas da 8ª edição do concurso ‘Solve for Tomorrow’ (Respostas para o Amanhã) da Samsung. Foram mais de 700 ideias inscritas no Brasil, de alunos de escolas públicas com o desenvolvimento tecnológico para problemas locais.
Para o professor João Manuel, chegar até aqui é uma grande conquista. “A caminhada delas foi bem difícil. São alunas do campo que aprenderam a programar sem ter internet, nem computador. Elas deram os primeiros passos no colégio e com as parcerias ganharam computadores e hoje conseguem desenvolver os trabalhos em casa mesmo”.
A aluna Roberta afirmou que o sentimento é de alegria por ter chegado tão longe com a ideia. “Temos os pés no chão, com a possibilidade de ganhar ou perder o concurso. O que importa é que adquirimos muito conhecimento até aqui”.
João afirmou que o objetivo não é parar por aqui.“As meninas vão servir de exemplo. A ideia é integrar mais alunos e expandir esse projeto”.
As alunas e o professor do Pinhão recebem mentoria da própria Samsung e de alguns voluntários para desenvolver toda a parte teórica e construção prática.
Na UniGuairacá, o professor Carlos Eduardo Iatskiu, coordenador dos cursos tecnológicos e da GuairacáLAB, trabalhou com o grupo sobre personas, para entender mais sobre o público-alvo do trabalho. Também fez todo o fluxo para a interação do usuário com a lixeira, além do protótipo da tela que a lixeira vai apresentar no visor.
“Tudo isso foi feito porque os projetos submetidos no concurso da Samsung são protótipos. Então todos os materiais já são palpáveis. A mentoria na UniGuairacá serviu para melhorar ainda mais a chance delas”.