Tivemos uma grande primeira fase. Com muitas goleadas e gratas surpresas. O que dizer da Costa Rica, que se classificou em primeiro lugar em um grupo que tinha três campeões mundiais: Itália, Uruguai em Inglaterra? Ingleses e italianos tiveram que voltar para casa mais cedo, depois das boas apresentações costa-riquenhas e do jogo 'mordido' dos uruguaios.
As goleadas da Holanda sobre a Espanha e da Alemanha sobre Portugal também serão relembradas por muito tempo. Não eliminaram, mas abriram o caminho para a eliminação dos atuais campeões do mundo, os espanhóis, e para a atuação apagada do melhor jogador da atualidade, Cristiano Ronaldo.
Foram tantas hitórias, tantos personagens nesta primeira fase, que até é difícil deixar de fazer alguma injustiça, ao citar alguns destaques. No grupo A, por exemplo, o goleiro mexicano Ochoa parou o ataque do Brasil e foi um dos responsáveis pela classificação mexicana. No grupo B, os chilenos mostraram muita força, ajudando a eliminar a Espanha. No grupo C, a Colômbia sobrou, sob a batuta do camisa 10, James Rodrigues. No grupo D, tivemos jogos memoráveis entre Uruguai, Itália e Inglaterra e da grande surpresa Costa Rica, já citada neste texto. No grupo E, a França renasceu, mostrando um belo futebol, enquanto o Equador ficou no quase. No grupo F, a Argentina passou ilesa, mas teve que suar muito para vencer Bósnia, Irã e Nigéria. No grupo G, Estados Unidos se portou muito bem, aumentando o interesse dos americanos no Soccer (os EUA, inclusive, estão muito interessados em sediar mais um mundial). No grupo H, da badalada Bélgica, a Argélia roubou a cena, sendo a sensação africana.
Nas oitavas e nas quartas-de-final, os jogos foram marcados por muito equilíbrio. É bem verdade que a lógica prevaleceu, já que os primeiros colocados passaram nas oitavas e as seleções mais tradicionais levaram vantagem nas quartas, mas quem foi eliminado vendeu muito caro sua desclassificação. Menções honrosas para Chile, México, Costa Rica, Argélia, Suíça e Colômbia, que chegaram perto, mas perderam na hora H.
Mas e agora? O que esperar das semifinais e da final? Infelizmente alguns nomes não estarão presentes nesta festa, como Neymar, do lado do Brasil, e Di Maria, pelo lado da Argentina. Mesmo assim não há favoritos. Todas as quatro seleções que chegaram até aqui, por um motivo ou outro tem totais chances de terminar o mundial no lugar mais alto do pódio.
Vamos torcer para que o Brasil consiga superar seus desfalques e deficiências. Que o time verde-amarelo cresça na hora certa e garanta o sexto título mundial para lavar a alma deste povo sofrido que, muitas vezes, chega a duvidar de seu próprio potencial, até mesmo para sediar uma Copa do Mundo.
E independente se o título vier ou não, que o sucesso deste mundial ajude a nos livrarmos do nosso 'complexo de vira-latas'. Que possamos acreditar que somos, sim, capazes de grandes feitos. Até por que, logo depois da Copa teremos a grande chance de realmente fazer a diferença. Desta vez nas urnas.