Parabéns, Guerreiros!

Não poderia ter terminado melhor a temporada de 2015 para o Poker/Óleo Leve/Guarapuava Futsal. No último sábado (dia 5) a equipe foi até o ginásio Amário Vieira da Costa, em Umuarama, para encarar o Gazin/Umuarama/Penalty no segundo jogo da decisão do Campeonato Paranaense de Futsal, Chave Ouro. Mesmo com toda a pressão da torcida adversária e saindo perdendo, depois de um belo gol de Caio, no primeiro tempo, a equipe guarapuavana concentrou suas forças, na segunda etapa, para virar o jogo com gols de Márcio e Deivão (2×1) e garantir seu terceiro título estadual (os anteriores foram nos anos de 2010 e 2014).

O feito colocou o clube guarapuavano de vez entre as maiores equipes da história do futsal paranaense, apenas atrás do Cascavel Futsal, que venceu a Chave Ouro cinco vezes (2003, 2004, 2005, 2011 e 2012) e do São Miguel Futsal que foi tetracampeão estadual (nos anos de 1998, 1999, 2000 e 2002). Empado em número de títulos com o Guarapuava está a lendária equipe do Foz Futsal (campeão em 1996, 1997 e 2001). Seguem com dois títulos o Umuarama Futsal (2007 e 2008) e a Copagril/Marechal Cândido Rondon (2009 e 2014). Completam a lista de campeões o Clube Curitibano, que foi o primeiro campeão da Chave Ouro (em 1995) e o Atlético Patobranquense, único campeão da região sudoeste (no ano de 2006).

O fato é que, apesar de ter passado por um ano de altos e baixos o grupo guarapuavano conseguiu se superar na reta final para garantir a principal meta traçada no início do ano: o título da Chave Ouro. Em termos de resultados, inclusive, a temporada pode ser considerada excelente, já que, além do tricampeonato estadual, a equipe conquistou a Copa dos Campeões e, embora não tenha se classificado para os playoffs, foi o melhor time paranaense na Liga Nacional de Futsal (LFN).

Apesar destes resultados, muitos não acreditavam que o ano terminaria tão bem para o time de Guarapuava. Isso porque, no decorrer de 2015 vários fatores complicaram a sequência dos trabalhos. Em primeiro lugar, a própria mudança da comissão técnica já seria um bom motivo para que os resultados, dentro de quadra, não surgissem à contento. No final de 2014, o técnico Baiano confirmou sua saída para a equipe do Keima, de Ponta Grossa, e Banana chegava como uma incógnita. A implantação de um novo sistema de marcação teve seus momentos de falhas, mas no final das contas o time assimilou a nova metologia de trabalho, mesmo que com alguns ruídos visíveis na comunicação entre comissão técnica e jogadores.

Outro fator que dificultou bastante a situação da equipe com um todo foi a crise financeira que abalou todo o país neste ano. Com o recuo da economia, vários empresários resolveram diminuir o investimento em comunicação e em patrocínios. O resultado foi que o Guarapuava Futsal não conseguiu fechar seu terceiro patrocinador master e até mesmo nas placas do Joaquinzão era possível ver a mensagem anuncie aqui na grande maioria dos jogos. A falta de verba fez com que o clube atrasasse salários, causando uma insegurança natural no elenco. Um momento marcante da crise foi a estreia da equipe na Liga Nacional de Futsal (LNF), quando os jogadores ameaçaram não entrar em quadra contra o Cascavel Futsal. No final das contas, apesar dos atrasos, os atletas mostraram seu profissionalismo, jogando com grande intensidade, principalmente na reta final do estadual.

Não bastasse a crise financeira, o grande número de lesões, após a desgastante maratona de jogos entre Chave Ouro e LNF foi outro fator que quase tirou a possibilidade da equipe ser tricampeã estadual. Em vários jogos o clube teve que recorrer aos juvenis para completar os relacionados. Além disso, dois jogadores-chave deixaram a equipe na metade da temporada, se transferindo para o mercado europeu: o goleiro Roncaglio e o pivô André Maluko. Com as saídas e os desfalques, os atletas tiveram que se desdobrar em quadra, demonstrando muita raça e perseverança.

Por todos estes motivos, a equipe deste ano pode ser chamada, realmente, de um Time de Guerreiros. O apelido que o time ganhou nas últimas temporadas nunca foi tão verdadeiro quanto nesta reta final de estadual quando o elenco buscou uma reação incrível, revertendo o que seria um vexame, em um dos títulos mais valorosos da história do CAD.

Parabéns, Guarapuava! Parabéns, Guerreiros!

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