Estatísticas do TRE – Paraná mostram a ocupação de cada candidato às próximas eleições

No estado, mais de 100 candidatos se dizem políticos de profissão

Na declaração, entregue ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), são, ao todo, 106 políticos profissionais. Entre aqueles que ocupam cargo público (afastados, é claro) as estatísticas, divulgadas pelo TRE-PR, revelam que 60 vereadores, 45 deputados e um senador concorrem as cadeiras, nas próximas eleiçõs, dos Legislativos estadual e federal.

Extra foi às ruas, de Guarapuava, para saber o que o povo acha dessas pessoas que fazem carreira na política. “Simplesmente um absurdo”, reclama o professor de História Gabriel Maia. Para o professor, a política não é uma profissão, é uma função pública exercida em um determinado periodo de tempo.

“Cidadão recebe [por meio do voto] um cargo de confiança, uma espécie de procuração, para representar um terceiro, que é o povo, no caso. Ao final, do preíodo exercido, ele deve devolver essa “procuração”, tendo tido, ou não, um bom desempenho”, acrescenta Maia.

No quesito ocupação, os empresários ainda são maioria: 168. A disputa mais acirrada é para o cargo de deputado estadual, onde 828 inscritos disputam 54 vagas, o que resulta em 15,33 candidatos por vaga. Já para deputado federal, há 323 postulantes a 30 cadeiras, o que representa 10,77 candidatos/vaga.

Entre os concorrentes a deputado federal, 41 são empresários, 30 são servidores públicos, 25 outros, 7 policiais e 1 sacerdote ou membro de ordem ou seita religiosa. Dos candiadatos à Câmara Federal, 19 dizem que tem como ocupação o cargo de deputado, 15 são vereadores e um senador.

Já entre os 828 que disputam para deputado estadual, 127 se declaram empresários, 55 advogados, 53 professores, 48 servidores públicos e 14 jornalistas. Existem ainda 45 candidatos que declararam como ocupação o cargo de vereador e 26 deputados.

Para uma grande parcela, da população guarapuavana, os políticos não deveriam, sequer, receber salário. “Eles não deviam nem receber. Recebem pra não fazer nada”, diz o pedreiro Antônio Carlos Jocasto. De acordo com o pedreiro, político recebe muito e não faz nada. Eu, também, queria um emprego desses. Quem não queria? Você não queria”, questiona.

Já para a dona de casa, Marli Terezinha, entrar para a política é como passar num concurso público. “Pessoa faz de tudo para entrar, e, quando entra, faz de tudo pra não sair nunca mais. Isso sem contar que têm aqueles que já ganham bem [em suas profissões], e entram [na política] pra ganhar mais”, desabafa.

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