Em Guarapuava, moradores de rua recebem atenção do poder público

Foto: Divulgação

Retratos do abandono, da falsa sensação de liberdade, desvinculação familiar e uso de álcool e drogas. Esses são apenas alguns dos motivos que levam pessoas a morarem nas ruas, relatos nada encantadores descrevem a vida diária de quem faz de espaços públicos, uma morada, sem privacidade tampouco cuidado da maioria da população e que trazem em cada palavra, a narração de histórias com enredos tristes.

Mas em meio a tanta escuridão, as luzes se acendem aos poucos e dão destaque para um sentimento nobre: a solidariedade. Ações diárias que buscam minimizar o desconforto dos moradores de rua e proporcionar um pouco de dignidade, estão sendo promovidas no município, como conta a psicóloga da Secretaria de Desenvolvimento Social de Guarapuava, Elenita Lodi. Essas pessoas estão sendo atendidas pelo Creas, que é o Centro de Referência Especializada em Assistência Social. Durante o dia, eles têm atendimento com avaliação do técnico de serviço social, café, banho e roupas. No período noturno, nós trabalhamos com a abordagem social feita por um assistente social, esse profissional vai aos locais onde esses indivíduos estão para atendê-los. No carro de apoio, nós temos alguns benefícios que podem ser disponibilizados no momento e é feito o convite para que esses moradores possam ir até o albergue, explica Elenita.

Embora não exista um Censo para disponibilizar informações referentes aos números de quantas pessoas estão em situação de vulnerabilidade nas ruas de Guarapuava, a psicóloga relata que há uma estimativa por parte da Secretaria de que atualmente, vinte pessoas estão vivendo nas ruas do município. Segundo Elenita, é preciso distinguir o morador de rua dos indivíduos que estão apenas de passagem pela cidade. O indivíduo em situação de rua em Guarapuava, é aquele que é da cidade e não tem vínculo com a família e está na rua, são aproximadamente vinte pessoas, desses, seis estão em tratamento de dependência química, as outras pessoas estão em trânsito por Guarapuava. São itinerantes, não são da cidade, só estão passando por aqui, eles vêm até mesmo de outros países.

Trabalho Social

Elenita, ressalta que algumas atitudes estão sendo tomadas para tentar retirar essas pessoas dessas situações de rua e minimizar o sofrimento, entre essas ações, a principal é buscar a reaproximação da família, mas em muitos casos essa é uma das grandes dificuldades enfrentadas pela equipe. Em alguns casos, existe resistência por parte dos parentes e até mesmo do morador para que essa reaproximação aconteça. A psicóloga enfatiza que o trabalho não é de obrigar a pessoa a voltar para casa, mas sim de esclarecer a importância do vínculo familiar. O nosso foco é tentar reaproximar eles da família, fortalecer ou reestabelecer o vínculo que já não existe mais, porque isso se perde enquanto eles ficam na rua. Há também, o encaminhamento para outros serviços porque muitos têm a questão da dependência química, transtorno mental, problemas de saúde, mas depende muito do usuário, a intervenção só funciona se ele aceitar.

Desde 2012, as pessoas em situação de rua tem direito a serem incluídas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, com isso, em Guarapuava, todos os moradores de rua são inscritos no programa Bolsa Família, como explica a psicóloga. Todos são inscritos no Cadastro Único, então, todos os indivíduos em situação de rua em Guarapuava, recebem o Bolsa Família, o que está na política social, nós estamos atendendo, claro que ainda existe muito a evoluir, mas estamos trabalhando para aprimorar esse serviço.

Abrigo

O inverno chegou e nessa época do ano, a situação dessas pessoas se torna ainda mais difícil, na cidade, os moradores de rua podem encontrar refúgio no Albergue Noturno Frederico Ozanan, a instituição auxilia essas pessoas disponibilizando um abrigo confortável e seguro durante as noites geladas. O Albergue não tem fins lucrativos e desenvolve o trabalho por meio de doações feitas pela comunidade. A instituição fica localizada na Rua Jaime Amaral Pacheco, 191, bairro Conradinho e o telefone para contato é  o (42) 36243121.