CAFS da Unicentro reintegra casal de iraras à natureza

Um casal de iraras, que estava em processo de reabilitação do Centro de Apoio à Fauna Silvestre (CAFS) da Unicentro, foi reintegrado à natureza, no final do mês de dezembro.

Os animais, contou o professor Rodrigo Antônio Martins de Souza, coordenador do CAFS, foram soltos no Parque Municipal São Francisco da Esperança.

“Eu estive presente no momento em que foram soltos, assim como uma das residentes e um estagiário curricular que atuam no CAFS. Um veterinário que trabalha da Secretaria Municipal de Meio Ambiente também ajudou. A soltura foi bem sucedida e os animais se afastaram da equipe de modo adequado”, disse.

Irara em seu primeiro contato com a natureza (Foto: Divulgação)

De acordo com o professor Rodrigo, quando chegaram ao CAFS, os animais “estavam saudáveis, mas imprintados. Com o comportamento alterado por terem sido criados por pessoas. Esse comportamento alterado requer reabilitação e treinamento para poderem voltar pra natureza”, explicou.

“Ambos foram resgatados ainda filhotes. O macho veio encaminhado de Curitiba, pelo IAT, em outubro de 2020. Já a fêmea veio de Pato Branco, em setembro de 2021”, acrescentou

Os cuidados voltados aos animais foram realizados, primeiramente, por veterinários da região de Curitiba e de Pato Branco, sob a coordenação do Instituto Água e Terra (IAT) e, depois, pela equipe do CAFS.

Durante o processo de reabilitação, pontuou o professor Rodrigo, foram trabalhados a “dessensibilização do contato humano e o aprendizado de alimentação, incluindo treinamento de procura de alimentação. Também a socialização e o pareamento de ambos”.

Depois desse período de acompanhamento e cuidados, “o comportamento próximo ao natural, receio de humanos, ferocidade e capacidade de predação”, foram determinantes para que a soltura das Iraras fosse possível, destacou o professor. A reintegração dos animais à natureza “representa o sucesso do trabalho realizado”, finalizou.

Irara – Pertencente à família Mustelidae (mustelídeo), de mamíferos carnívoros como ariranhas e lontras, a espécie tem distribuição geográfica bem ampla, ocorrendo desde o centro do México até o norte da Argentina. É uma espécie tipicamente florestal, abrigando-se em ocos de árvores e troncos, e em tocas feitas por outros animais.

No Brasil, a irara ocorre em quase todo o território, habitando principalmente áreas de vegetação mais densa nos biomas Mata Atlântica, Amazônia, Cerrado, Caatinga e Pantanal. A espécie já foi registrada em mais de 40 unidades de conservação brasileiras.

A irara possui um corpo esguio e alongado com cauda comprida e peluda. Sua pelagem pode variar desde indivíduos totalmente marrom escuros até totalmente bege amarelados. No entanto, a coloração mais comum é o corpo marrom escuro com nuca e cabeça bege.

A irara alimenta-se de frutas, mel, insetos e também de vertebrados de pequeno e médio porte. Predador ativo, usa o olfato aguçado na busca por alimento e detecção de presas. A agilidade da espécie também é destacada, o que a permite procurar por comida tanto nas copas das árvores como no chão (Fonte: WWF).

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