Na última semana foi uma enxurrada de reclamações com a chegada das primeiras contas de água, que gerou centenas de manifestações nas redes sociais e centrais de jornalismo. Nossa reportagem foi a campo averiguar e presenciou duas faces: a do consumidor, que se recusa em aceitar que houve gastos excessivos no consumo de água, e a da Sanepar que alegou diversos fatores para justificar os valores nas tarifas. Entre eles estão: vazamentos, obras, período de férias onde se lavou o carro mais vezes em casa, como também o uso de piscinas infláveis de forma indiscriminada.
De acordo com levantamento do Portal ODS, que publicou dados levantados pela Proteste, a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), desses serviços avançou 34% no período, enquanto a inflação subiu 11%. Em alguns Estados, as tarifas chegaram a dobrar de preço, como no caso do Paraná. O maior reajuste foi constatado na Sanepar, que atua no Paraná. O valor repassado ao consumidor aumentou 126% em um período de dois anos e meio. A Sanepar alegou que a alta ocorreu por conta de altos investimentos, que teriam sido de aproximadamente R$ 5 bilhões nos últimos sete anos.
Pelo que ficou constatado dificilmente os usuários vão reverter os valores nas faturas, com exceção em alguns casos, onde a Sanepar promete rever caso a caso. A Companhia obteve um lucro líquido de R$ 132,0 milhões, em 2018. Se é uma empresa que presta serviço público, qual as vantagens para população, essa obtenção de lucros, tendo o Paraná como o Estado com maior tarifa de cobrança de água e esgoto do Brasil?
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