Segunda Dose: Guarapuava já imunizou mais de 100 mil pessoas

Nesta quarta-feira (10), a secretaria de Saúde informou que Guarapuava alcançou um novo patamar na campanha de imunização da população contra a Covid-19, com mais de 100 mil moradores recebendo as duas doses de proteção.

“Essa é uma marca histórica, pouco mais de três meses após atingirmos 100 mil guarapuavanos com a primeira dose, superamos essa marca com as segundas doses. Isso é importante para o reforço da imunidade contra o vírus, diminuindo os sintomas graves da doença e a necessidade de internamentos”, explicou Chayane Andrade, coordenadora da Campanha.

Segundo a secretaria, hoje, mais 1.009 moradores buscaram as Unidades Básicas de Saúde (UBS) para tomar a dose de reforço. No total, foram aplicadas, até o momento, 100.567 segundas doses e 145.499 guarapuavanos tomaram ao menos uma vacina, o que corresponde a 79,66% da população. Um grupo de 9.796 pessoas já recebeu a terceira aplicação.

Calendário – Nesta quinta-feira (11), a vacinação continua nas UBS com aplicação de segundas e terceiras doses.  A vacina do laboratório AstraZeneca será aplicada exclusivamente em dois locais: em Entre Rios (100 doses disponíveis) e na UBS Santana (230 doses disponíveis) para quem deve tomar a vacina até o dia 11 novembro.

Já a vacina da Pfizer estará disponível nas mesmas UBS’s e na do Campo Velho, no Bairro Boqueirão, para pessoas que tomaram a primeira dose até 14 de setembro.

A vacinação é das 8h às 12h e das 13h às 17h, com entrega das senhas até uma hora antes do encerramento. O atendimento nas Unidades de Saúde do interior do Município vai até às 16h.

Casos – O Boletim Epidemiológico desta quarta-feira (10) registrou 5 novos casos, somando assim, 42 pessoas com o vírus ativo. Outras 10 pessoas aguardam o resultado de exames.

Um novo óbito foi registrado após 13 dias sem mortes na cidade em decorrência da Covid-19, totalizando 616 óbitos desde o início da pandemia.

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Projeto da Unicentro produz etanol e biodiesel com resíduo da semente de seringueira

Pesquisa sobre biocombustível está entre as melhores inovações da América Latina

Uma pesquisa da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) foi considerada uma das mais inovadoras da América Latina. O projeto “Produção de etanol a partir do resíduo da semente de seringueira” teve duas patentes classificadas entre as dez melhores do Concurso Innovación Verde, promovido pela Associação Interamericana da Propriedade Intelectual (ASIPI).

“Foi algo bem interessante para o nosso grupo de pesquisa e a gente quer continuar desenvolvendo mais pesquisas nessa área. É sempre bom ter esse reconhecimento”, comentou o coordenador da pesquisa, professor André Lazarin Gallina, do Departamento de Química e do Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro.

O projeto, que ocorre desde 2019 em parceria com o Câmpus de Realeza da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), contribui com análises químicas e testes experimentais.

Para a professora Fernanda Oliveira Lima, integrante da equipe da UFFS, a parceria entre a UFFS e a Unicentro é essencial para o avanço do projeto. “Esse trabalho colaborativo permitiu que recebêssemos reconhecimento e financiamento para ampliação. Com isso, o projeto se destaca ainda mais na valorização de resíduos agroindustriais e na promoção da sustentabilidade na produção de biocombustíveis”, destacou a professora.

A proposta de pesquisa surgiu quando a empresa Kaiser Agro buscou a ajuda da Unicentro para achar uma solução para a destinação de resíduos produzidos em suas atividades no ramo de conservação de solo e preservação de florestas nativas. Segundo gestor da empresa, Fábio Tonus, no plantio da seringueira, as sementes acabam não tendo utilidade para os produtores.

“Simplesmente a árvore produzia as sementes, que caíam no solo e ali elas apodreciam. A gente observou a necessidade de fazer um melhor aproveitamento dessa semente, até para poder gerar recurso tanto para o proprietário que plantou a árvore, como para o próprio seringueiro que trabalha extraindo látex”, contextualiza.

Os pesquisadores perceberam que as sementes poderiam virar insumo para a produção de biocombustíveis, que são menos poluentes do que os combustíveis convencionais. “Em um primeiro momento a gente se propôs a fazer três projetos: um deles era para a produção de etanol, o outro para a produção de biodiesel e também um para a produção de antioxidantes”, relatou André Gallina.

As etapas de produção dos biocombustíveis começam com o recebimento da matéria-prima enviada pela empresa Kaiser Agro. Depois, a equipe universitária descasca as sementes de seringueira, extrai o óleo para produzir biodiesel e o que sobra de carboidrato, vira etanol através de um processo de segunda geração. “Fazemos, assim, dois biocombustíveis de uma semente só”, resumiu Gallina.

Entre as várias frentes dessa pesquisa, durante o seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro, o químico Giovano Tochetto focou nos carboidratos da semente de seringueira para produção de etanol, utilizando todo o potencial desse insumo.

“A semente de seringueira não é usada como alimento, ao contrário da cana-de-açúcar e do milho, sendo que o uso dessas matérias-primas alimentícias para produção de etanol cria conflitos de mercado e aumenta o custo do combustível. Como a semente de seringueira é efetivamente um resíduo, ou seja, de baixo custo, o preço do etanol produzido será reduzido”, explicou o pesquisador.

Cada 5,7 quilos de sementes de seringueira são transformados em um litro de etanol. “Dentre as fontes de energia renováveis, o etanol é especialmente interessante, pois é capaz de substituir a gasolina por completo em motores de combustão interna, muito usados em carros, com poucas mudanças nas características dos motores”, salienta o pesquisador.

Em outra pesquisa, dentro do projeto, a partir do óleo extraído da semente de seringueira, cada 3,29 quilos da matéria-prima tem capacidade de produzir um litro de biodiesel. O combustível pode substituir o óleo diesel comum, utilizado em caminhões, ônibus e outros veículos.

“Ainda existem muitas outras matérias-primas para serem descobertas, muitos métodos para produção a serem desenvolvidos e muitos métodos e processos existentes a serem melhorados”, finalizou Giovano.