Medicina da Unicentro participa da Campanha Julho Verde

O Departamento de Medicina da Unicentro) está se mobilizando para realizar uma série de eventos em apoio à campanha Julho Verde. Criada pela Associação de Câncer de Boca e Garganta (ACBG Brasil), a campanha visa promover a conscientização e a prevenção dos cânceres de cabeça e pescoço.

“O Julho Verde é uma iniciativa internacional que surgiu em 2014, pela Federação Internacional de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, e a ideia é levar à população a informação dessa patologia.

O câncer de cabeça e pescoço tem uma prevalência alta no Brasil e ele compreende doenças que pegam boca, laringe, faringe, tireoide e pele”, ressaltou o chefe do Departamento de Medicina da Unicentro, David Livingstone Alves Figueiredo.

A campanha pretende chamar atenção, através da informação, para a adoção de medidas preventivas, que incluem a realização de exames regulares e, quando necessário, a busca por tratamento adequado. Com o objetivo, portanto, de alcançar o máximo de pessoas possível, o Departamento de Medicina planejou uma série de atividades para esse mês de julho.

Uma delas é o mutirão de divulgação, que vai ser realizado em cinco dias diferentes – 15, 16, 22 e 23, no calçadão da rua XV de Novembro e no Shopping Cidade dos Lagos.

Durante esses mutirões, profissionais da saúde vão fornecer informações sobre os cânceres de cabeça e pescoço, os fatores de risco associados a essas doenças e as medidas preventivas que podem ser adotadas.

“Nós vamos ter dois sábados e dois domingos. Nós vamos atender as pessoas, informá-las, distribuir flyers e orientá-las no calçadão da XV e no shopping”, completou David.

Outra atividade de destaque é uma mesa-redonda em que médicos especialistas e pacientes compartilharão suas experiências e conhecimentos, abordando a importância da detecção precoce e do acompanhamento médico regular.

O evento será realizado no Teatro Municipal de Guarapuava, às 17h30 do dia 27 de julho – data em que é celebrado o Dia Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço.

“Infelizmente, no Brasil, grande parte, entre 60 e 70%, demoram o diagnóstico, chega avançado já. A proposta da campanha é divulgar isso para que as pessoas procurem quando tiverem sintomas precocemente”, afirmou David.

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Projeto da Unicentro produz etanol e biodiesel com resíduo da semente de seringueira

Pesquisa sobre biocombustível está entre as melhores inovações da América Latina

Uma pesquisa da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) foi considerada uma das mais inovadoras da América Latina. O projeto “Produção de etanol a partir do resíduo da semente de seringueira” teve duas patentes classificadas entre as dez melhores do Concurso Innovación Verde, promovido pela Associação Interamericana da Propriedade Intelectual (ASIPI).

“Foi algo bem interessante para o nosso grupo de pesquisa e a gente quer continuar desenvolvendo mais pesquisas nessa área. É sempre bom ter esse reconhecimento”, comentou o coordenador da pesquisa, professor André Lazarin Gallina, do Departamento de Química e do Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro.

O projeto, que ocorre desde 2019 em parceria com o Câmpus de Realeza da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), contribui com análises químicas e testes experimentais.

Para a professora Fernanda Oliveira Lima, integrante da equipe da UFFS, a parceria entre a UFFS e a Unicentro é essencial para o avanço do projeto. “Esse trabalho colaborativo permitiu que recebêssemos reconhecimento e financiamento para ampliação. Com isso, o projeto se destaca ainda mais na valorização de resíduos agroindustriais e na promoção da sustentabilidade na produção de biocombustíveis”, destacou a professora.

A proposta de pesquisa surgiu quando a empresa Kaiser Agro buscou a ajuda da Unicentro para achar uma solução para a destinação de resíduos produzidos em suas atividades no ramo de conservação de solo e preservação de florestas nativas. Segundo gestor da empresa, Fábio Tonus, no plantio da seringueira, as sementes acabam não tendo utilidade para os produtores.

“Simplesmente a árvore produzia as sementes, que caíam no solo e ali elas apodreciam. A gente observou a necessidade de fazer um melhor aproveitamento dessa semente, até para poder gerar recurso tanto para o proprietário que plantou a árvore, como para o próprio seringueiro que trabalha extraindo látex”, contextualiza.

Os pesquisadores perceberam que as sementes poderiam virar insumo para a produção de biocombustíveis, que são menos poluentes do que os combustíveis convencionais. “Em um primeiro momento a gente se propôs a fazer três projetos: um deles era para a produção de etanol, o outro para a produção de biodiesel e também um para a produção de antioxidantes”, relatou André Gallina.

As etapas de produção dos biocombustíveis começam com o recebimento da matéria-prima enviada pela empresa Kaiser Agro. Depois, a equipe universitária descasca as sementes de seringueira, extrai o óleo para produzir biodiesel e o que sobra de carboidrato, vira etanol através de um processo de segunda geração. “Fazemos, assim, dois biocombustíveis de uma semente só”, resumiu Gallina.

Entre as várias frentes dessa pesquisa, durante o seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro, o químico Giovano Tochetto focou nos carboidratos da semente de seringueira para produção de etanol, utilizando todo o potencial desse insumo.

“A semente de seringueira não é usada como alimento, ao contrário da cana-de-açúcar e do milho, sendo que o uso dessas matérias-primas alimentícias para produção de etanol cria conflitos de mercado e aumenta o custo do combustível. Como a semente de seringueira é efetivamente um resíduo, ou seja, de baixo custo, o preço do etanol produzido será reduzido”, explicou o pesquisador.

Cada 5,7 quilos de sementes de seringueira são transformados em um litro de etanol. “Dentre as fontes de energia renováveis, o etanol é especialmente interessante, pois é capaz de substituir a gasolina por completo em motores de combustão interna, muito usados em carros, com poucas mudanças nas características dos motores”, salienta o pesquisador.

Em outra pesquisa, dentro do projeto, a partir do óleo extraído da semente de seringueira, cada 3,29 quilos da matéria-prima tem capacidade de produzir um litro de biodiesel. O combustível pode substituir o óleo diesel comum, utilizado em caminhões, ônibus e outros veículos.

“Ainda existem muitas outras matérias-primas para serem descobertas, muitos métodos para produção a serem desenvolvidos e muitos métodos e processos existentes a serem melhorados”, finalizou Giovano.