Criar e implantar um Centro de Funcionalidade Avançada em Guarapuava, gerenciado pela Unicentro e com funcionamento no Hospital Regional. A ideia surgiu há um ano e, desde então, cinco professores do Departamento de Fisioterapia da universidade discutem como colocá-la em prática.
Na última quinta-feira (18), mais um passo foi dado, com a apresentação do projeto para o superintendente estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona, para a deputada estadual Cristina Silvestri e para membros da comunidade acadêmica no campus Cedeteg.
O objetivo do Centro é oferecer um serviço especializado de fisioterapia com foco no paciente agudo, visando otimizar a recuperação funcional, a funcionalidade e a autonomia dessas pessoas.
A avaliação dos proponentes é que o Centro tem Funcionalidade Avançada teria capacidade de assistir a população da região centro-sul e potencial para ser referência no Paraná e no Brasil. A intenção, assim, é aproveitar que o Hospital Regional de Guarapuava será especializado em traumas e desenvolver um projeto inovador a nível nacional.
“Agora, o hospital está voltado só para Covid-19, mas a ideia do hospital sempre foi ser um hospital de referência em trauma. Então, a gente montaria um serviço de fisioterapia que estaria dentro do Hospital Regional – UTI, leitos e ambulatório, mas sendo um serviço de referência em termos de recursos humanos altamente capacitados e de tecnologia.
A gente está trazendo a proposta de equipamentos de altíssima qualidade, o que tem de melhor hoje no mundo para avaliação e tratamento e de que a gente conseguisse, sobretudo, dois objetivos principais: colocar em prática a indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão, que nós fazemos aqui dentro da instituição; e, também, melhorar a qualidade de vida da população, devolver funcionalidade. Esse é o diferencial do nosso projeto, a gente quer que as pessoas se recuperem o mais rápido possível.
Então, é a recuperação funcional e devolver esses pacientes para o trabalho de novo, para o lazer, devolver eles, realmente, para a sociedade e da melhor forma possível”, contou a professora Sibele Knaut, uma das idealizadoras do projeto, ao lado dos professores João Ruaro, Marina Pegoraro, Christiane Riedi e Andersom Frez.
Presente no encontro, o superintendente estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona, gostou do que viu e declarou que a Seti pode ser parceira na implantação do serviço.
“É um projeto extremamente interessante, inovador, que trabalha com a perspectiva de você ter a reabilitação do paciente durante o seu processo ainda intra-hospitalar; que insere efetivamente a fisioterapia com aquilo que há de mais moderno hoje no mundo dentro do processo de tratamento do paciente e não como um protocolo a parte, após o seu tratamento inicial e que trabalha com a perspectiva de a mais rápida e plena reabilitação e devolução de toda a perspectiva funcional do paciente.
Na visão da Seti, está tudo de acordo, está tudo conforme. Mas, obviamente, é preciso fazer agora o diálogo com a secretaria de Estado da Saúde. Se for do interesse da Sesa, dada a possibilidade de formação, de ensino, de pesquisa, que a instalação que esse tipo de serviço propicia, a Seti tem como ser parceira no investimento para a instalação dos serviços”, disse.
O superintendente destacou também os serviços prestados pela Unicentro que já são referência no Paraná, como a Clínica Escola de Fisioterapia, e a capacidade da universidade de se destacar mesmo longe dos grandes centros.
“Eu sou suspeito para falar, porque a Unicentro é minha casa. A gente sabe do potencial da universidade, a gente sabe que a universidade se faz essencialmente do seu capital humano, das pessoas que vivem o dia a dia – professores, funcionários e alunos – e a gente sabe da qualidade técnica que a gente tem instalada aqui.
Então, ter este grupo, que é um grupo arrojado, que é um grupo que tem feito a diferença já com a clínica existente na universidade, em termos de serviços para a toda a região, ter este grupo unido na perspectiva de fazer um trabalho inovador, ainda não existente no país como serviço pleno, sem dúvida nenhuma, enche de orgulho e pode tornar de fato esta região central do estado em uma referência nacional”.
Em participação por videoconferência, a deputada estadual Cristina Silvestri demonstrou total apoio ao projeto e a intenção de construir uma agenda conjunta com a finalidade de conquistar a implantação do centro em Guarapuava.
“Seria fantástico nós termos no Paraná um centro de reabilitação que fosse referência, com profissionais e equipamentos dessa natureza, desse gabarito, mesmo porque Guarapuava fica no centro do estado – é a menor distância de qualquer local”, avaliou.
O reitor da Unicentro, professor Fábio Hernandes, classificou a ideia como magnífica, com um potencial enorme, tendo em vista o sucesso da experiência com a Clínica Escola, a localização central de Guarapuava e a recente inauguração do Hospital Regional. “O projeto, sem sombra de dúvidas, é brilhante e, com certeza, transformaria a vida de muitos pacientes.
Os nossos professores, olhando isto, vendo a experiência que nós estamos tendo com a nossa Clínica de Fisioterapia, tiveram essa ideia de levar o projeto até a Seti, até a deputada Cristina Silvestri e vamos levar até a Sesa e, quem sabe, nós vamos implementá-la dentro do nosso Hospital Regional aqui de Guarapuava”, afirmou.
O diretor do campus Cedeteg, professor Ricardo Myahara, destacou que, além de todos os benefícios, como o tratamento com equipamentos de ponta, uma reabilitação mais rápida e eficaz, o projeto, consequentemente, irá auxiliar na formação dos acadêmicos do curso de Fisioterapia.
“Achei o projeto muito importante e, caso seja contemplado, trará equipamentos avançados para a reabilitação física, para todo tipo de trauma e tratamento fisioterapêutico. Com isso, terá uma importância muito grande para atender os pacientes da nossa região e do estado, tornando assim o curso de Fisioterapia referência no país.
Os nossos alunos se tornarão profissionais altamente qualificados, atualizados e capazes de utilizar equipamentos de ponta, com a possibilidade de gerar dados para pesquisas nesta área e, acima de tudo, no atendimento da população que necessita deste tipo de atendimento especializado”.
Esse também é o pensamento da professora Sibele Knaut ao falar sobre o que levou o grupo de docentes a se mobilizar para dar início ao projeto.
“Na verdade, esse é o nosso papel. Quando a gente está dentro de uma instituição como professor, a gente tem que ter projetos de extensão, a gente precisa dar assistência à comunidade – esse é o nosso papel principal.
Associar isso ao ensino, já mostrando desde cedo para o nosso aluno como ele pode estar atuando na assistência, a gente conseguir desses dados de aprendizado e assistência, gerar dados para pesquisa, isso só faz a nossa instituição crescer e só traz benefício para a sociedade. É o nosso papel principal como educador também”’contou.
Ao término do encontro, Sibele considerou o saldo positivo e se mostrou motivada para os próximos passos.
“A ideia dessa reunião foi justamente isso, apresentar essa proposta, mostrar o quanto isso traria de benefício para o município, para a universidade, para a gente tornar o nosso curso uma referência no Brasil, o hospital uma referência não só para o Paraná, mas para o Brasil também, e acho que foi muito produtiva.
Acho que eles conseguiram entender a nossa ideia e agora a gente trabalhar para viabilizar isso, a gente precisa colocar tudo no papel, em termos de como o governo aceitaria isso. Estamos bem animados e agora é trabalhar bastante para a gente conseguir tirar isso de um projeto e virar realidade”.