29 de agosto é o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Neste ano, os materiais desenvolvidos pelo Ministério da Saúde, em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde, destacam a importância da proteção a saúde de crianças, jovens e adolescentes.
Para Rafaela Silvestri, diretora do programa de Combate ao Tabagismo da secretaria municipal de Saúde, grande preocupação, atualmente, são os cigarros eletrônicos e narguilés, que chamam a atenção dos jovens e são igualmente ou ainda mais nocivos que os cigarros industrializados.
O tabagismo é considerado uma doença pediátrica, porque 90% dos fumantes, independente da idade atual, começaram a fumar quando estavam na infância ou adolescência.
E nessa fase, o jovem busca muito por aceitação social e amenização das transformações emocionais, então o nosso papel é lembrar que esse produto pode trazer danos irreversíveis”, salientou.
Programa de Tratamento
Em Guarapuava, todas as unidades de saúde estão aptas a realizar o cadastro para o tratamento contra o tabagismo. As turmas são abertas mensalmente, a participação depende apenas da disponibilidade de vagas e da vontade do paciente, que precisa estar disposto a participar da intervenção.
Os encontros contam com equipe multiprofissional, com médico, fisioterapeuta, nutricionista, enfermeiro, dentista, farmacêutico e psicólogo.
Num primeiro momento, os pacientes recebem informações sobre todos tipos de dependência. Também são realizados testes para identificar o grau de dependência.
Isso determina o perfil de tratamento individual. Cada um marca um dia para parar de fumar, durante esse caminho eles vão reduzindo o número de cigarros e nós vamos orientando sobre todo o período de abstinência”, explica Rafaela.
Entre os relatos feitos pelos participantes, existe o medo de ganhar peso ao parar de fumar, mas com orientação as dificuldades são superadas. “Nós aconselhamos sobre os melhores tipos de alimento para diminuir o estresse. No quarto encontro, 90% da turma já parou de fumar, então fazemos a prevenção às recaídas e marcamos retorno em 30 dias, para nova consulta e reavaliação”, explicou Rafaela.
Saúde Pública
No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer, por ano, 162 mil pessoas morrem em decorrência de doenças relacionadas ao tabagismo, custando R$ 125 bilhões aos cofres públicos, em gastos diretos e indiretos com o tratamento das doenças.
Apesar de ainda ser preocupante, com o passar dos anos o percentual de consumo diminuiu gradativamente. Em 1989, a cada 100 brasileiros, 35 eram fumantes. Em 2021, esse número caiu para 9 entre 100.
Segundo Rafaela, a atenuação tem ligação direta com a criação de leis de controle do fumo, como a proibição da venda para menores de idade e do uso em lugares fechados.