Nesta quarta-feira (9), o Governo do Paraná, em parceria com as prefeituras municipais, promoveu uma série de atividades para convocar a população a também entrar na luta contra o mosquito Aedes aegypti. O Dia D de combate ao mosquito contou com o apoio maciço da comunidade e foi marcado por ações educativas e mutirões de limpeza em todo o Estado.
Foi um dia inteiramente dedicado para chamar a atenção da sociedade sobre a importância de incorporar o combate ao mosquito à rotina diária de cada um. Só assim vamos proteger nossas casas e famílias, disse o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto.
O secretário ressaltou, ainda, a necessidade do poder público também fazer a sua parte. As prefeituras devem intensificar o trabalho de orientação e visita casa a casa. Neste momento crítico não se pode dar férias aos agentes de endemias, responsáveis por este tipo de ação, nem paralisar atendimento em Unidades de Saúde por conta de possíveis recessos de final de ano, afirmou o secretário.
AÇÕES
Em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, as atividades do Dia D aconteceram na praça de pedágio da BR 277 e também no centro da cidade. Foi montada uma tenda no calçadão da Rua XV, onde profissionais de saúde distribuíram materiais da campanha contra o mosquito e deram orientações sobre a prevenção da dengue, zika e chikungunya.
O aposentado Riva Antunes aprovou a iniciativa e disse que esse tipo de ação é essencial para lembrar a todos sobre o perigo de ter criadouros do mosquito em casa. Cada um deve ter a consciência de que a situação é séria e a responsabilidade de se combater o mosquito é de todos. Não adianta eu cuidar da minha casa e eliminar a água parada se o meu vizinho também não fizer o mesmo, enfatizou.
Já a gestante Greice Kelly Dolinski afirma que tem redobrado o cuidado para não deixar o mosquito se criar em sua casa, sobretudo por causa do bebê. Tenho acompanhado o que está acontecendo lá no Nordeste e estou com medo da zika e da microcefalia. Sei que é grave e por isso mantenho minha casa sempre limpa, livre de criadouros, explicou Greice Kelly.
No restante do Estado, a programação do Dia D envolveu blitze educativas em ruas e praças, palestras em unidades de saúde, passeatas, carreatas, mutirões de limpeza, concursos culturais e intervenções artísticas, entre outras atividades.
Em Paranaguá e Guaratuba, no Litoral do Estado, houve mutirão de limpeza e distribuição de materiais educativos em pontos estratégicos. Em Mallet, Irati e Imbituva e Fernandes Pinheiro, as ações se concentraram nas principais ruas das cidades, com a abordagem da população no comércio. Em União da Vitória, a regional de saúde aproveitou a data para reunir as equipes municipais para traçar e
Nos municípios de Siqueira Campos, Santana do Itararé, Cambará e Ribeirão Claro, voluntários da prefeitura e da comunidade percorreram os bairros conversando com a população e eliminando potenciais criadouros do Aedes aegypti. Também houve passeata educativa em algumas cidades.
Em Boa Esperança do Iguaçu, equipes de saúde promoveram palestras sobre prevenção na rede municipal de educação. Já em Campo Largo e Colombo, houve distribuição de materiais informativos nos terminais de ônibus.
Saúde monitora possibilidade de novos casos de Zika
Oficialmente, apenas dois casos de Zika vírus foram confirmados laboratorialmente pela Secretaria da Saúde do Paraná. Os pacientes são do município de São Miguel do Iguaçu, no Oeste do Estado. Eles foram diagnosticados no mês de maio e passam bem. Contudo, os profissionais da Secretaria Estadual da Saúde analisam a possibilidade de que esse número seja maior.
Registramos um grande número de casos suspeitos de dengue que não se confirmaram e isso pode indicar a circulação da zika ou mesmo outras doenças com sintomas parecidos, destaca a chefe do Centro Estadual de Vigilância Ambiental, Ivana Belmonte. No entanto, o Paraná não identificou até o momento casos de microcefalia em bebês relacionados com a doença.
Em relatório divulgado nesta semana, o Ministério da Saúde chama a atenção para a possibilidade de que os casos descartados como dengue no Paraná possam ser de zika vírus.
A dificuldade no diagnóstico e a forma silenciosa com que a doença se manifesta podem ter sido as principais causas da subnotificação, segundo o Ministério da Saúde. Para se confirmar a zika, é preciso coletar amostras de sangue do paciente suspeito até o 5º dia após o início dos sintomas.
Estudos internacionais apontam que cerca de 80% dos casos de zika não apresentam sintomas característicos da doença, como febre baixa, manchas vermelhas e coceira na pele, olhos vermelhos (sem coceira e sem secreção), dor muscular e nas articulações. Por conta disso, muita gente não procura atendimento de saúde e se recupera em casa, sem a necessidade de internação ou tratamento mais especializado, esclarece o diretor-geral da Secretaria da Saúde, Sezifredo Paz.
Assim como a dengue e a febre chikungunya, o zika vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, que já circula em 294 municípios do Paraná. Isso significa que 73% das cidades paranaenses correm o risco de registrar casos das três doenças. Vivemos uma tríplice ameaça, o que ressalta a importância de se reforçar as ações de combate ao mosquito, alertou a chefe do Centro Estadual de Vigilância Ambiental, Ivana Belmonte.
A preocupação com a zika se deve principalmente por causa da correlação entre o surto da doença e o aumento no número de casos de microcefalia na região nordeste. Até agora, já foram identificados 1.761 bebês com suspeita de microcefalia no país, distribuídos em 422 municípios de 14 unidades da federação.