Autismo em mulheres: Precisamos falar sobre isso

Sabe aquela menina quietinha em sala de aula, a que não dá trabalho, para muitos a filha tímida que prefere não se socializar. Algumas vezes apresenta dificuldades de aprendizagens e outras não? É assim que muitas meninas passam a vida sem diagnostico adequado e acabam descobrindo só na vida adulta que possui TEA (Transtorno do Espectro Autista).

Crenças sociais que interferem no diagnóstico precoce em meninas.

Temos uma crença social muito forte, de que meninas são mais tranquilas que meninos e quanto mais comportadas mais são admiração por parte de pais e professores. Afinal em uma sala de aula com mais de 35 anos, tudo que os professores querem é que os alunos se comportem e assim alunas com TEA e outros transtornos são passados despercebidos.

Importante ressaltar, que infelizmente tanto as escolas públicas e particulares ainda não possuem suporte adequado para lidar com muitas diferenças que existem em salas de aula. Gosto sempre de ressaltar que sempre há bons professores que fazem a diferença.

Quando o diagnóstico é tardio em qual nível as mulheres são diagnosticadas?

Para responder essa pergunta, vamos precisar aprender primeiro o que é nível em autismo.

  • Nível de suporte 1: esse é o nível de suporte conhecido como “leve” que de leve não tem nada. São muitos os desafios e preconceitos. Necessitam de suporte assim como os outros, mas com menos intensidade. Pode vir a tomar medicações de uso continuo e a realizar terapias, como ABA, Psicoeducacional, TCC. (Terapia Cognitivo Comportamental) entre outros.
  • Nível de suporte 2: são os casos “moderados” ondo o nível de suporte é maior que o anterior, onde será necessário muito mais horas semanais de terapias, precisara de mais apoio nas tarefas do dia a dia, mas claro que tudo depende de caso a caso.
  • Nível de suporte 3: esse é o tipo mais severo, em outras palavras o mais grave, além de precisar muitas vezes de medicação, também precisa de diversas terapias, alguns chegam a 20 horas de terapias por dia, dentre elas. Fonoaudiologia, psicologia, terapia ocupacional, fisioterapia e nutricionista.

“As mulheres adultas acabam geralmente recebendo o diagnóstico de nível de suporte 1, porem não quero  que se apeguem a isso e sim a outras coisas que julgo mais importante”

Por que as mulheres são subdiagnosticadas?

Por que durante muito tempo prevalecia a ideia que autismo em sua maioria era entre os homens. Como mencionei anteriormente existe fatores sociais, onde as mulheres tendem a mascarar, fingir ou camuflar seus sintomas e dificuldades de socialização. E assim acabam recebendo diagnósticos equivocados.

Quais os sinais de autismo em mulheres?

  • Dificuldade em fazer amigos.
  • Dificuldade em manter relacionamentos.
  • Hiperfoco em coisas do próprio interesse e rituais.
  • Comportamento repetitivo.
  • Rotina exagerada.
  • Organizar objetos de forma metódica e particular.
  • Nas meninas o comportamento é muito mais passivo e silencioso do que nos meninos com autismo.
  • Dificuldade em interpretar ou expressar emoções e sentimentos.
  • Sensibilidade sensorial acentuada.
  • Dificuldade em se adaptar.
  • Restrições alimentares ou seletividade.

(existem mais sinais, porem esses são os mais importantes)

A falta de diagnóstico precoce pode acarretar a uma serie de comorbidade ao longo dos anos.

  • Transtorno de ansiedade generalizada
  • Depressão
  • Transtornos alimentares
  • Transtorno do pânico
  • Transtorno obsessivo compulsivo
  • Agorafobia
  • TDAH

(E muitos outros)

Sabe como podemos ajudar alguém que acabou de ser diagnosticada com TEA?

Acolha e proporcione a inclusão, aqui vou te ensinar a identificar pessoas com autismo ou deficiências ocultas.: 

Atualmente existe o cordão de girassol e o de quebra cabeça:

  • O de quebra cabeça é para identificar os autistas, assim facilita para que todos compreendam os seus direitos e também caso tenha uma crise.
  • Já o de girassol é para identificar pessoas que possuem deficiências ocultas como por exemplo síndrome de Tourette, algumas fobias, TAG, câncer, asma, anosmia, TAB, epilepsia, fibrose cística, esclerose múltipla.

Por: Marionita Gonçalves Dias –  CRP-08/19722

Deixe um comentário