Veias que irrigam a economia merecem todo o cuidado

Foto: Reprodução

O Paraná tem 20 mil quilômetros de estradas asfaltadas – e 200 mil de estradas rurais. Quem passa pelas primeiras, na imensidão do campo agrícola que é o Estado, vê alguns trechos do emaranhado das outras. Essas, em sua maioria de terra, são de importância vital para o escoamento das safras, para o transporte escolar dos filhos dos agricultores, para a locomoção dessa gente que é esteio de uma das maiores economias do país.

No corpo humano, as veias são responsáveis por irrigar o coração de sangue, que depois é redistribuído. Na economia paranaense, as estradas rurais funcionam no mesmo sentido. Elas alimentam um organismo que se mantém vivo graças a tudo aquilo que sai da lavoura. Assim, também é preciso manter em ordem as condições de circulação nestas vias. Mas se a conservação das rodovias asfaltadas é um problema, dá para imaginar o que acontece com as outras, onde uma chuva mais forte pode inviabilizar o tráfego de veículos.

Patrulhas do campo

O termo patrulhas do campo começou a se espalhar pelo Estado há mais de cinco anos. Alguns confundiram com alguma ação policial. Nada disso. Naquele ano foi anunciado o programa do governo estadual e 60 conjuntos de máquinas começaram a trabalhar a partir do mapeamento das estradas, que permitiu identificar as mais importantes e viáveis para reestruturação e manutenção.

Compostas por escavadeira, trator de esteira, rolo compactador, motoniveladora, pá carregadeira, caminhão comboio com operador, carreta para transporte de maquinário e um veículo, além de cinco caminhões basculantes, as patrulhas foram espalhadas por todas as regiões do Paraná. Em pouco mais de dois anos, desde que o primeiro trator foi ligado para começar a dar um trato numa estrada em meio à plantação, 3.200 quilômetros foram adequados

A crise econômica que atropelou o Brasil e fez o Paraná puxar o freio de mão para manter o equilíbrio das finanças reduziu o ritmo das patrulhas – mas por pouco tempo. Neste ano, o governo comprou mais 9 conjuntos para entregar aos consórcios de municípios. O investimento é de R$ 24 milhões, com recursos do Programa de Desenvolvimento Econômico e Territorial: renda e cidadania no campo (Pró-Rural).

O primeiro a receber foi o Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento do Território Nordeste do Paraná (Codenop), formado por 13 municípios do Norte Pioneiro. O trabalho da patrulha dá ao homem do campo a possibilidade de ir e vir com mais dignidade – e isso é uma mostra de que está sendo valorizado por saber que reconhecem sua importância de ser responsável por colocar alimentos na mesa da população, disse o prefeito Edimar Santos, de Santa Cecília do Pavão.

Cem mil pessoas serão beneficiadas com a ação da primeira patrulha. Irão se somar aos outros milhares que já foram atendidos desde que as estradas rurais começaram a ser melhoradas há cinco anos. Um trabalho fundamental para os que vivem, trabalham e fazem circular nestas estradinhas – verdadeiras veias abertas – boa parte da economia paranaense.

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