No Paraná, colheita da soja acelera e já alcança 41% da área plantada

A colheita da soja se intensificou nas últimas semanas e já alcança 41% da área plantada no Estado, de 5,26 milhões de hectares, de acordo com levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral) divulgado pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento. Da área que ainda falta colher, 82% estão em boas condições, 16% em médias e 2% ruins. A colheita da soja está adiantada principalmente no Oeste e no Sudoeste e avança no Norte do Estado.

As chuvas, que atrasaram o início da colheita, comprometeram a produtividade da soja no Estado, de acordo com o diretor geral do Deral, Francisco Carlos Simioni. Estamos fazendo levantamento, mas já verificamos perdas de produtividade por conta do excesso de umidade, que prejudicou a formação dos grãos diz Simioni. A estiagem, que sucedeu as chuvas e durou entre 10 a 15 dias, também prejudicou as condições do solo.

PRODUÇÃO – O Deral deve divulgar, na próxima semana, um novo relatório de previsão de produção. A última estimativa, de janeiro, previa uma produção de 18,08 milhões de toneladas de soja na safra 2015/2016 – 7% mais do que a safra 2014/2015. A redução de produtividade deve reduzir um pouco esse número, mas, ainda assim, teremos uma safra muito boa, explica o diretor do Deral. A produtividade esperada, de acordo com o relatório de janeiro, estava em 3.436 quilos por hectare, 3% acima da safra passada.

SAFRINHA – O avanço da colheita da soja abre espaço para o plantio da segunda safra de milho, que já abrange 60% da área, estimada em 2,03 milhões de hectares. No caso do milho, 95% da área é plantio direto e na soja 100% da área. Com a mecanização, a saída da soja já dá espaço imediatamente para o milho, explica Simioni. O Deral estima uma produção – a principal do milho no Estado – de 11,8 milhões de toneladas nessa safra, 2% mais do que no período 2014/2015.

PRIMEIRA SAFRA – No caso do milho da primeira safra, a colheita atingiu 24% da área de 425,4 mil hectares. Da área por colher, 90% estão em boas condições, 9% médias e 1% ruins. O volume deve alcançar 3,62 milhões de toneladas, 22% menos do que a safra anterior. Também há alguns registros de perdas de produtividade, de acordo com Simioni por conta das chuvas.Teremos perdas de produtividade na soja, no milho e no feijão, diz Simioni.

FEIJÃO – A colheita do feijão da primeira safra atingiu 91% da área, de 180, 2 mil hectares, de acordo com o Deral. Da área ainda a ser colhida, 44% estão em boas condições, 45% em médias e 11% ruins. A produção estimada é de 294,5 mil toneladas, 9% abaixo da safra anterior.

Com a melhora do tempo, os produtores também intensificaram a semeadura do feijão segunda safra. O plantio atingiu 79% da área, de 202 mil hectares. A previsão é produzir 391,4 mil toneladas, 2% superior à safra 2014/2015.

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Força feminina acelera poder de mobilização do Sistema FAEP-PR

Encontro Estadual de Coordenadoras da CEMF bate recorde de público, reunindo 270 integrantes de 95 comissões locais

O poder de mobilização das mulheres no Paraná tem sido decisivo para acelerar a representatividade rural no Estado. Essa tendência ficou evidente no 3º Encontro de Coordenadoras da Comissão Estadual de Mulheres da FAEP (CEMF), que acontece nesta segunda (31) e terça-feira (1º de abril), em Curitiba. Ao todo, 270 integrantes de 95 comissões locais estão reunidas para participar de palestras, fazer um balanço das ações e o planejamento dos próximos passos no fortalecimento do movimento feminino e do sistema sindical rural.

Na abertura, o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette, ressaltou que o papel feminino no campo inclui representatividade, inovação e, especialmente, a presença da família rural no agronegócio paranaense. “Um mundo melhor depende de um resgate da nossa base, nossa essência, onde tudo começa e tudo muda. Nosso principal desafio é fortalecermos ainda mais a família e os valores dentro do agronegócio. A família do agro unida já está fazendo e vai fazer ainda mais a diferença no Paraná e no Brasil”, apontou Meneguette.

O objetivo principal do evento, na sua terceira edição, é promover a integração e o networking das participantes, além da integração de estratégias de diferentes regiões para que a participação feminina continue aumentando no campo e nos sindicatos rurais do Paraná. Afinal, o fortalecimento dos grupos de mulheres se reflete diretamente na própria representatividade sindical rural.

Lisiane Rocha Czech, coordenadora da CEMF, relembrou o esforço dedicado nos últimos anos para construir uma base sólida de mobilização, que hoje atrai novas integrantes. “Quero pedir que todas nós sigamos com os pés no chão, que não pensemos em nós na hora de projetar nossos projetos e ações. Trabalhamos por algo muito maior. Nos organizando, nos preparando para um futuro melhor para as futuras gerações e todo mundo”, convocou.

A vice-presidente da Comissão Nacional das Mulheres do Agro, vinculada à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Simone Carvalho de Paula, fez um apanhado das ações desenvolvidas a nível nacional. “Quase a totalidade do país conta com comissões estaduais, todos os Estados com comissões, a maioria efetivadas e outras em andamento. Nosso objetivo é o fortalecimento da mulher, transformando sua capacidade política e empreendedora”, enfatizou Simone.

Histórico da CEMF

A CEMF foi criada em janeiro de 2021 e já estimulou a articulação de 101 comissões locais, cada uma vinculada a um sindicato rural, atingindo 3,3 mil representantes. O Sistema FAEP tem sido decisivo no projeto, já que cada comissão local dispõe de um consultor, que ajuda na elaboração de um planejamento estratégico individualizado, considerando o contexto regional.

O movimento tem gerado frutos também no aspecto de qualificação. Cursos específicos para o desenvolvimento do público feminino têm sido promovidos, além de visitas técnicas para auxiliar nos mais diversos desafios enfrentados por cada sindicato. Com isso, as mulheres passaram a fazer parte do sistema sindical rural de forma direta, gerando valor tanto ao sistema sindical rural quanto às suas rotinas e tomadas de decisão enquanto produtoras rurais.

No Paraná, a criação da Comissão Estadual de Mulheres da FAEP tem sido um fator determinante no crescimento da participação feminina. Nos eventos promovidos pelo Sistema FAEP, elas já vêm assumindo o protagonismo. No Encontro Estadual de Líderes Rurais, realizado em dezembro de 2024, as mulheres responderam por mais de 70% dos 4 mil participantes. O número repetiu o sucesso de público e participação feminina dos dois anos anteriores.