José Altamir chega aos 21 anos de luta sindical em defesa dos Trabalhadores Rurais

FOTO: João Muniz

O agricultor José Altamir de Souza, que está no 3º mandato de presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Guarapuava. Falando a reportagem o sindicalista lembra que no município são cerca de 18 mil trabalhadores rurais, mas desde número apenas 300 são associados a entidade. O Sindicato é base do pequeno agricultor ou assalariado que atua no meio rural. Precisamos fortalecer as relações para estarmos fortalecido na defesa das causas dos nossos trabalhadores, comenta José Altamir, ressaltando as inúmeras atividades sindicais em apoio aos associados ou não associados, como encaminhamento de aposentadorias, auxílio doenças, para aquisição de recursos junto aos programas de créditos via Pronaf’s.

O sindicalista não vê com bons olhos o projeto de terceirização, da Previdência Social e a reforma da legislação trabalhista. Acho perigoso está Lei, onde o trabalhador terá que negociar diretamente com o empregador. Como representantes das categorias nós temos dificuldades em negociar, imagina isso para o trabalhador sozinho, chama atenção. Quanto a mudança de idade para se aposentar, ele defende atual legislação de 57 anos para mulher e 60 anos para o homem. Existe uma diferença no trabalho do setor rural, com o do urbano. É isso que governo precisa diferenciar, que o trabalhador rural começa atual bem mais cedo, explicou.

Contribuição sindical

Questionado sobre a contribuição sindical que pode ser extinta, caso o Congresso Nacional aprove as novas legislações trabalhistas, o sindicalista considera perigoso para setor, tendo como consequência a extinção de muitos sindicatos de classes. Mesmo cobrando as taxas de contribuição os sindicatos enfrentam dificuldades financeiras. Somos nós que fiscalizamos se ocorre abusos ou não contra os trabalhadores. Caso sejamos extintos, quem vai dar este amparo ao trabalhador, questiona José Altamir, frisando que sem está cobertura das taxas sindicais, ficará inviável trabalho sindical nas cidades do interior do Paraná e do País.

Atuando há mais de 20 anos na vida sindical, ele destaca conquistas importantes para meio rural, como as moradias habitacionais, num projeto que nasceu no setor sindical. Em Guarapuava são dezenas de novas moradias construídas em parceria com a prefeitura e governo federal.

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Força feminina acelera poder de mobilização do Sistema FAEP-PR

Encontro Estadual de Coordenadoras da CEMF bate recorde de público, reunindo 270 integrantes de 95 comissões locais

O poder de mobilização das mulheres no Paraná tem sido decisivo para acelerar a representatividade rural no Estado. Essa tendência ficou evidente no 3º Encontro de Coordenadoras da Comissão Estadual de Mulheres da FAEP (CEMF), que acontece nesta segunda (31) e terça-feira (1º de abril), em Curitiba. Ao todo, 270 integrantes de 95 comissões locais estão reunidas para participar de palestras, fazer um balanço das ações e o planejamento dos próximos passos no fortalecimento do movimento feminino e do sistema sindical rural.

Na abertura, o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette, ressaltou que o papel feminino no campo inclui representatividade, inovação e, especialmente, a presença da família rural no agronegócio paranaense. “Um mundo melhor depende de um resgate da nossa base, nossa essência, onde tudo começa e tudo muda. Nosso principal desafio é fortalecermos ainda mais a família e os valores dentro do agronegócio. A família do agro unida já está fazendo e vai fazer ainda mais a diferença no Paraná e no Brasil”, apontou Meneguette.

O objetivo principal do evento, na sua terceira edição, é promover a integração e o networking das participantes, além da integração de estratégias de diferentes regiões para que a participação feminina continue aumentando no campo e nos sindicatos rurais do Paraná. Afinal, o fortalecimento dos grupos de mulheres se reflete diretamente na própria representatividade sindical rural.

Lisiane Rocha Czech, coordenadora da CEMF, relembrou o esforço dedicado nos últimos anos para construir uma base sólida de mobilização, que hoje atrai novas integrantes. “Quero pedir que todas nós sigamos com os pés no chão, que não pensemos em nós na hora de projetar nossos projetos e ações. Trabalhamos por algo muito maior. Nos organizando, nos preparando para um futuro melhor para as futuras gerações e todo mundo”, convocou.

A vice-presidente da Comissão Nacional das Mulheres do Agro, vinculada à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Simone Carvalho de Paula, fez um apanhado das ações desenvolvidas a nível nacional. “Quase a totalidade do país conta com comissões estaduais, todos os Estados com comissões, a maioria efetivadas e outras em andamento. Nosso objetivo é o fortalecimento da mulher, transformando sua capacidade política e empreendedora”, enfatizou Simone.

Histórico da CEMF

A CEMF foi criada em janeiro de 2021 e já estimulou a articulação de 101 comissões locais, cada uma vinculada a um sindicato rural, atingindo 3,3 mil representantes. O Sistema FAEP tem sido decisivo no projeto, já que cada comissão local dispõe de um consultor, que ajuda na elaboração de um planejamento estratégico individualizado, considerando o contexto regional.

O movimento tem gerado frutos também no aspecto de qualificação. Cursos específicos para o desenvolvimento do público feminino têm sido promovidos, além de visitas técnicas para auxiliar nos mais diversos desafios enfrentados por cada sindicato. Com isso, as mulheres passaram a fazer parte do sistema sindical rural de forma direta, gerando valor tanto ao sistema sindical rural quanto às suas rotinas e tomadas de decisão enquanto produtoras rurais.

No Paraná, a criação da Comissão Estadual de Mulheres da FAEP tem sido um fator determinante no crescimento da participação feminina. Nos eventos promovidos pelo Sistema FAEP, elas já vêm assumindo o protagonismo. No Encontro Estadual de Líderes Rurais, realizado em dezembro de 2024, as mulheres responderam por mais de 70% dos 4 mil participantes. O número repetiu o sucesso de público e participação feminina dos dois anos anteriores.