Indicador do boi gordo cede 4% em termos reais em 2016

A oferta restrita de animais para abate limitou a pressão que o mercado de carne bovina mais fraco em 2016 exerceu sobre os preços da arroba do boi gordo. Levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostra que ao longo do ano o Indicador Esalq/BM&FBovespa do boi gordo oscilou entre R$ 147,38 e R$ 159,49.

“A média do indicador na parcial deste mês, até o dia 27, supera em 1,7% a de dezembro de 2015, em termos nominais. Quando considerados os efeitos da inflação, no entanto, a média atual está 4,4% abaixo da de dezembro de 2015”, diz o Cepea. Já o indicador do bezerro, que tinha atingido recorde real em abril de 2015, de R$ 1.570,00 por cabeça (valor deflacionado pelo IGP-DI de novembro de 2016), na parcial de dezembro está 6,2% menor que o do mesmo mês de 2015, em temos nominais. Em termos reais, segundo o Cepea, a média atual está 12% inferior à verificada em dezembro de 2015.

O Cepea destaca o cenário “incomum” dos preços no atacado ao longo deste ano, considerada a fraca demanda. “Os valores da carcaça casada bovina atingiram patamares nominais elevados em 2016 no atacado da Grande São Paulo, com o produto sendo negociado acima da cotação da arroba em janeiro, setembro e outubro.” No ano, a maior diferença entre os preços da arroba e da carne, de R$ 14,39, foi verificada em julho, quando o boi teve média de R$ 156,59 e a carcaça casada bovina, de R$ 142,05.

“O menor poder de compra de consumidores e o recuo das exportações naquele mês pressionaram as cotações da carcaça casada em 2,7% no período. Já para o boi gordo, a baixa oferta de animais para abate sustentou os preços da arroba na casa dos R$ 155 em praticamente todo o mês de julho/16.”Em dezembro, o preço médio da carcaça casada do boi superou em 2,9% o do mesmo mês de 2015, em termos nominais. “Considerando-se os efeitos da inflação, contudo, a média atual está 3,2% inferior na mesma comparação”, diz o Cepea.

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Força feminina acelera poder de mobilização do Sistema FAEP-PR

Encontro Estadual de Coordenadoras da CEMF bate recorde de público, reunindo 270 integrantes de 95 comissões locais

O poder de mobilização das mulheres no Paraná tem sido decisivo para acelerar a representatividade rural no Estado. Essa tendência ficou evidente no 3º Encontro de Coordenadoras da Comissão Estadual de Mulheres da FAEP (CEMF), que acontece nesta segunda (31) e terça-feira (1º de abril), em Curitiba. Ao todo, 270 integrantes de 95 comissões locais estão reunidas para participar de palestras, fazer um balanço das ações e o planejamento dos próximos passos no fortalecimento do movimento feminino e do sistema sindical rural.

Na abertura, o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette, ressaltou que o papel feminino no campo inclui representatividade, inovação e, especialmente, a presença da família rural no agronegócio paranaense. “Um mundo melhor depende de um resgate da nossa base, nossa essência, onde tudo começa e tudo muda. Nosso principal desafio é fortalecermos ainda mais a família e os valores dentro do agronegócio. A família do agro unida já está fazendo e vai fazer ainda mais a diferença no Paraná e no Brasil”, apontou Meneguette.

O objetivo principal do evento, na sua terceira edição, é promover a integração e o networking das participantes, além da integração de estratégias de diferentes regiões para que a participação feminina continue aumentando no campo e nos sindicatos rurais do Paraná. Afinal, o fortalecimento dos grupos de mulheres se reflete diretamente na própria representatividade sindical rural.

Lisiane Rocha Czech, coordenadora da CEMF, relembrou o esforço dedicado nos últimos anos para construir uma base sólida de mobilização, que hoje atrai novas integrantes. “Quero pedir que todas nós sigamos com os pés no chão, que não pensemos em nós na hora de projetar nossos projetos e ações. Trabalhamos por algo muito maior. Nos organizando, nos preparando para um futuro melhor para as futuras gerações e todo mundo”, convocou.

A vice-presidente da Comissão Nacional das Mulheres do Agro, vinculada à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Simone Carvalho de Paula, fez um apanhado das ações desenvolvidas a nível nacional. “Quase a totalidade do país conta com comissões estaduais, todos os Estados com comissões, a maioria efetivadas e outras em andamento. Nosso objetivo é o fortalecimento da mulher, transformando sua capacidade política e empreendedora”, enfatizou Simone.

Histórico da CEMF

A CEMF foi criada em janeiro de 2021 e já estimulou a articulação de 101 comissões locais, cada uma vinculada a um sindicato rural, atingindo 3,3 mil representantes. O Sistema FAEP tem sido decisivo no projeto, já que cada comissão local dispõe de um consultor, que ajuda na elaboração de um planejamento estratégico individualizado, considerando o contexto regional.

O movimento tem gerado frutos também no aspecto de qualificação. Cursos específicos para o desenvolvimento do público feminino têm sido promovidos, além de visitas técnicas para auxiliar nos mais diversos desafios enfrentados por cada sindicato. Com isso, as mulheres passaram a fazer parte do sistema sindical rural de forma direta, gerando valor tanto ao sistema sindical rural quanto às suas rotinas e tomadas de decisão enquanto produtoras rurais.

No Paraná, a criação da Comissão Estadual de Mulheres da FAEP tem sido um fator determinante no crescimento da participação feminina. Nos eventos promovidos pelo Sistema FAEP, elas já vêm assumindo o protagonismo. No Encontro Estadual de Líderes Rurais, realizado em dezembro de 2024, as mulheres responderam por mais de 70% dos 4 mil participantes. O número repetiu o sucesso de público e participação feminina dos dois anos anteriores.