Um projeto que criou raízes profundas na comunidade universitária e não para de dar frutos. Querida por todos, a Feira Agroecológica da Unicentro chegou ao 13º ano reunindo produtores locais, acadêmicos, agentes, docentes e toda a comunidade para celebrar essa data tão especial. Tudo começou quando pequenos produtores da região buscaram parceria para vender seus produtos. “A feira começou no dia 30 de abril de 2009. A ideia foi de agricultores da comunidade, que nos procuraram para ter uma feira em que os pequenos produtores de alimentos tivessem espaço. Outra ideia é que pudesse integrar a universidade com a comunidade, aí nasceu a ideia e está até hoje”, contou o coordenador do projeto de extensão, professor Jorge Luiz Favaro.
“Há 13 anos, esse projeto iniciou com alguns produtores rurais que trabalham com produtos orgânicos, trazendo seus produtos para vender aqui para a nossa comunidade. O projeto foi aumentando e concretizando cada vez mais. As barraquinhas chegaram, as tendas e essa organização ficou de uma forma tão eficiente que toda a cadeia da produção orgânica é feita por esse projeto. Eles fazem o contato com os produtores desses produtos orgânicos, trazem para cá e o pessoal que compra esse produto – e eu sou um deles -, compra produtos de qualidade. A saúde agradece, porque esses produtos são orgânicos, são feitos de modo sustentável”, complementou o diretor do câmpus Cedeteg, Ricardo Miyahara.
Com início no câmpus Cedeteg, ao longo dos anos o projeto se expandiu para os câmpus Santa Cruz e Irati. Justamente por isso, a celebração do aniversário deste ano foi realizada em cada unidade da Unicentro, com sorteios de produtos da feira, certificação dos produtores e apresentações culturais.
Com 10 anos de participação na Feira Agroecológica, Irene Gonçalves Moreira Mendes foi uma das produtoras homenageadas. Em sua tenda, hortaliças folhosas, frutas cítricas e verduras produzidas por ela e sua família em Campina das Palmeiras, zona rural do município de Turvo. Produção que toda semana é transportada para Guarapuava, para a Feira Agroecológica, que ela considera uma segunda família. “Todos participam, se envolvem, aqui é uma família, uma segunda família”, disse Irene, segurando o seu certificado . “É um motivo de orgulho”.
Juice Ishie Macedo integra há três anos o projeto, vendendo velas, sabonetes e essências naturais. “A gente busca sempre a sustentabilidade, agredir menos e oferecer uma qualidade, um bem estar para o ambiente em que a gente vive. Sou aposentada e hoje é uma renda boa que a gente tira. É um negócio sustentável, ele se mantém, graças a Deus”. Além do complemento na renda, o ambiente da feira incentiva a qualificação e a sustentabilidade, possibilitando a estruturação e o crescimento do empreendimento. “Eu já tenho até a fidelização. Isso que é legal. O cliente vem, te procura, sabe que é uma proposta não-agressiva e o retorno financeiro é agregado à qualidade do produto que a gente faz, é muito bom isso e é um dos requisitos que a feira exige da gente. É muito bom e a gente acaba buscando conhecimento, além do retorno que é muito bom”, avaliou a feirante.
A participação na feira é diversificada em todos os sentidos, tanto de culturas, quanto de produtos ofertados e fazer parte do projeto é muito simples. “A extensão é a troca do saber popular com a universidade, com o ensino e com a pesquisa. A essência é a integração, você está vendo aqui indígenas, quilombolas, agricultores familiares. A regra é: os agricultores não podem usar agrotóxico na sua comercialização e a produção de alimentos tem que ser essencialmente feita pela família, sem intermedialismos, na linha da economia solidária”, contou o coordenador, professor Jorge Favaro.
Tantos anos de projeto possibilitaram a produção de um livro que relata as pesquisas voltadas à Feira Agroecológica. A obra “Experiências e reflexões extensionistas” conta com diversos autores e foi organizada pelos professores Jorge Luiz Favaro, Marquiana de Freitas Villas Boas Gomes e Fernanda Keiko Ikuta. “É um projeto completo. Nós tivemos o lançamento do livro para mostrar que, além do projeto de extensão e trabalho na área de ensino, junto com os acadêmicos – que são os monitores e que são estagiários que participam do projeto – também foi feito uma pesquisa, que culminou no livro. É um projeto completo que a gente tem orgulho de ter aqui no câmpus Cedeteg, todas as quintas-feiras, e aberto a toda a comunidade”, completou o diretor do câmpus Cedeteg, professor Ricardo Miyahara.
A Feira Agroecológica é realizada às terças-feiras no câmpus Santa Cruz, às quartas-feiras na UTFPR e nas quintas-feiras nos câmpus Cedeteg e de Irati. Sempre das 7h30 às 11h.