O excesso de chuvas nos últimos dias vem prejudicando a colheita da soja, que começou há duas semanas no Paraná. Técnicos da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento estão em campo para levantar a situação das lavouras. A principal preocupação é que as chuvas possam comprometer a qualidade do grão e adiar o plantio do milho safrinha, que começa a ser semeado assim que a soja é colhida.
De acordo com o chefe da conjuntura do Deral (Departamento de Economia Rural), Marcelo Garrido, ainda é cedo para avaliar os efeitos das chuvas, mas elas impedem que os produtores entrem nas lavouras para fazer a colheita e aplicar defensivos necessários para o controle de doenças que aparecem com o excesso de umidade. Com isso, pode haver uma perda da qualidade do grão, com o produtor recebendo menos pela produção. Mas, comparativamente, a seca costuma ser mais nociva para a soja do que a chuva diz.
A previsão do Deral é que o Paraná colha 18 milhões de toneladas de soja nessa safra, produção que, se for confirmada, será 7% superior à anterior e maior da história. A área plantada é 3% maior em relação à do ano passado, somando 5,2 milhões de hectares. A produtividade estimada é de 3.438 quilos por hectare, 4% superior à safra passada. As regiões Sudoeste e Oeste são as primeiras a iniciar a colheita da soja, seguida pela região Norte do Estado, atualmente uma das mais atingidas pelas chuvas. O auge da colheita no Paraná ocorre entre a última semana de janeiro e as primeiras semanas de fevereiro. Mas, nos últimos anos, devido ao uso de cultivares precoces, a colheita tem começado mais cedo.
Os maiores prejuízos provocados pelas chuvas com alagamentos, deslizamentos, enxurradas e interrupção do fornecimento de energia elétrica foram registrados nas regiões Norte e Noroeste.