Requião Filho comenta acusações contra os mentores da Lava Jato

Em seu discurso na terça-feira (28), o Deputado Estadual Requião Filho comentou o depoimento do advogado Rodrigo Tacla Duran ao juiz Eduardo Fernando Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba, de que teria sido vítima de extorsão pelos magistrados que conduziam a Operação Lava Jato, o ex-juiz Sergio Moro, hoje senador, e o ex-procurador Deltan Dallagnol, hoje deputado federal. Além de enviar o caso ao STF, Appio determinou que Tacla Duran seja colocado no programa de proteção a testemunhas.
“Quem com ferro fere, com ferro será ferido. Sabemos que o ex-juiz da Lava Jato vazou gravações e inúmeros depoimentos – ou parte deles – com intenções políticas, e agora sofre com o vazamento do depoimento do advogado Tacla Duran. Acusações pesadíssimas de extorsão, contra Moro e Deltan, que irão ensejar uma investigação por parte da Polícia Federal e trarão à luz da verdade os fatos se eles aconteceram ou não. Mas eu repudio esse vazamento.
Não podemos concordar que seja feito com os nossos inimigos aquilo que foi feito com um cidadão por pretenções políticas. A lei que não protege meu amigo não protegerá meu inimigo. É um absurdo que vazamento seletivos sejam feitos para prejudicar politicamente quem quer que seja. Mas agora cabe aos acusados o devido processo legal, o direito à legítima defesa e ao contraditório. Espero que eles tenham o que dizer, porque as acusações foram muito pesadas”.

Assista na íntegra:

Duran x Moro

(Fonte: Revista Consultor Jurídico)

Tacla Duran, que foi detido na Espanha em 2016 e obteve liberdade provisória três meses depois, continua vivendo no país europeu e acusa Moro de fazer “negociações paralelas” na condução da finada “lava jato”.

O advogado foi incluído na lista de procurados da Interpol, mas teve seu nome retirado por decisão do Comitê de Controle de Arquivos, que considerou que ele teve seus direitos violados por Moro.

De acordo com a Interpol, a conduta do ex-juiz, responsável pela “lava jato” em Curitiba, lançou dúvidas sobre a existência de um julgamento justo contra o ex-empregado da Odebrecht. A organização apontou violação de leis, princípios, tratados e normas do Direito Internacional reconhecidos pelo Brasil.

Entre as evidências apresentadas pela defesa de Duran à Interpol estavam as reiteradas decisões de Moro de negar o arrolamento do advogado como testemunha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao fazê-lo, segundo o advogado de Duran, Sebastian Suarez, Moro desqualificou a fala de seu cliente antes mesmo de ouvi-la, como se a tivesse prejulgado.

Outra das evidências é a entrevista de Moro ao programa Roda Viva, da TV Cultura. Nela, o então magistrado fala abertamente sobre o processo, o que viola regras éticas da magistratura.

Deixe um comentário