Relatório de gestão fiscal do 3º Quadrimestre de 2021 demonstra que Paraná segue à deriva, aumentando dividendos e enviando a maior parte dos lucros para acionistas de fora.
Na tarde desta terça-feira, o secretário de Estado da Fazenda, Renê Garcia Junior, apresenta na Assembleia Legislativa o resultado contábil do Paraná referente ao 3º quadrimestre de 2021, ou seja, do período de setembro a dezembro, e o consolidado do ano passado. Previamente, os deputados receberam as planilhas para análise de receitas, despesas, resultados, dívidas e limites sobre a contabilidade.
E nessa avaliação, o Deputado Estadual Requião Filho concluiu que a gestão de Ratinho Júnior segue apática, insegura e sem motivação, comemorando resultados positivos alcançados por acionistas da Copel e da Sanepar, que vão pra fora e não são reinvestidos no Estado, e usando como desculpas para outros déficits o cenário econômico nacional.
Segundo o parlamentar, o que mais preocupa é que comemorar esse tipo de lucro não é nada positivo, uma vez que esses recursos são recolhidos junto aos impostos das altas contas de água e luz, e ficam, em sua maioria, com acionistas de fora, que não reinvestem no Paraná.
“São investidores que sequer sabem onde fica o Paraná. Eles ficam com a maior parte do nosso dinheiro e isso demonstra, claramente, que esse governo não sabe lidar com a crise, não apresenta qualquer plano de ação para motivar e fomentar a economia paranaense. Ao longo de todo o relatório, percebemos que há um grande volume de justificativas, com déficit de investimentos baseados na inércia e no desastre do cenário nacional.
É um governo que reclama do que recebe do Governo Federal, mas que também não deixará de apoiá-lo nas próximas eleições. Ou seja, quer deixar tudo do jeito que está, seguir terceirizando e privatizando tudo para se eximir das responsabilidades. Falta criatividade, pulso firme e a coragem de investir em novos caminhos para superar esse momento de crise”.
Na análise realizada pelo gabinete do deputado, o Governo Ratinho Júnior demonstra um crescimento expressivo no recebimento de dividendos, que saltou de R$ 854 milhões para R$ 1,24 bilhão, provenientes da Copel e Sanepar. Por outro lado, esse crescimento também se reflete no bolso de acionistas que levam esses recursos para fora do Estado.
“Não é reinvestido aqui. É um dinheiro pago pelo contribuinte que não retorna em forma de investimentos. Se esse volume de recursos pudesse ser mais conservador com a aplicação no limite de 25% na remuneração de dividendos, como era no Governo Requião, teríamos um volume para aplicação em investimentos nas cias.. Ratinho deixa claro que o Governo dele quer resultado, quer altos lucros, mesmo que isso não traga qualquer benefício, ou muito pouco, para a população”.
Quanto aos gastos obrigatórios, o Requião aponta que o Governo segue dentro dos índices legais, com exceção de apenas 2% aplicados em Ciência e Tecnologia.
“Conclusão, continuamos gastando mal, passamos o quadrimestre se justificando, sem um plano de ação para uma economia paranaense que segue em inércia, parada, com leve crescimento na indústria”.