Paraná vai ofertar medidor de glicose que não precisa furar o dedo para crianças e adolescentes

Medida, aprovada na Alep, quer promover o fornecimento de aparelho digital para os pacientes com idade entre quatro e 17 anos com diabetes mellitus

Sob aplausos de visitantes nas galerias do plenário, os deputados estaduais aprovaram uma proposta para beneficiar crianças e adolescentes que sofrem com a diabetes mellitus (tipo 1 e 2). O Programa de Monitoramento Digital Contínuo de Glicemia no Estado do Paraná visa ofertar um equipamento que permite medir a glicemia sem a necessidade de picar o dedo várias vezes ao dia.

Dezesseis vezes, segundo o cartaz desenhado por Maria Fernanda Barbosa Lisboa, de 12 anos, que descobriu a doença há um ano. “A primeira vez que furei o dedo ficou roxo e sangrou bastante. Atrapalhou até na escola”, contou a estudante, que comemorou a votação favorável, em primeiro turno, no projeto de lei 1036/2023, na sessão plenária desta segunda-feira (25).

A proposta é assinada pelos deputados Luiz Claudio Romanelli (PSD), Tercílio Turini (MDB), Tito Barichello (União), Luciana Rafagnin (PT), Marcia Huçulak (PSD) e Arilson Chiorato (PT). “Um momento histórico para esta Casa, que vota uma proteção constitucional de defesa à saúde das nossas crianças, após um debate intenso. Destaco a importância da participação de todos os deputados e membros da Comissão de Constituição e Justiça, do líder do governo, deputado Hussein Bakri (PSD), que buscaram uma solução para viabilizar o avanço desse projeto. Agradeço ao ex-procurador da Assembleia, Luiz Fernando Fetran, que em 2019 estimulou uma audiência pública sobre o tema”, afirmou o deputado Luiz Claudio Romanelli.

A iniciativa quer promover o fornecimento de aparelho digital de medição e sensor de controle glicêmico para os pacientes com idade entre quatro e 17 anos com diabetes mellitus, aprimorando o monitoramento e evitando a hipoglicemia das crianças e adolescentes em todo o Estado. De acordo com o texto, o programa tem por objetivo proporcionar bem-estar, qualidade de vida e segurança às famílias, crianças e adolescentes com a doença em idade escolar e que fazem tratamento ou acompanhamento contínuo pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“É um projeto de lei essencial para o futuro, a dignidade e a qualidade de vida deles. O sensor vem para trazer paz, tranquilidade, para que eles possam fazer as aferições sozinhos, inclusive na escola, onde não se pode usar material perfurocortante. E tem a questão do valor, pois custa R$ 300, dura apenas 14 dias e muitas famílias não conseguem comprar”, destacou Gracyelle Andree Agobeti, mãe da estudante Maia, de 6 anos.

A diabetes mellitus é uma doença grave e crônica do metabolismo da glicose. É causada pela diminuição do hormônio insulina, que tem como função a mobilização da glicose de dentro das células. O benefício de que trata esta lei é restrito aos pacientes hipossuficientes cadastrados junto à Secretaria Estadual de Saúde (SESA).

Em sua justificativa, o projeto reconhece que o sensor é extremamente importante para os pacientes com dificuldade em controlar a meta glicêmica, que convivem com o grave risco de variabilidade glicêmica, com picos de hipo e hiperglicemia, e que devido ao descontrole glicêmico já sofreram complicações decorrentes mais crônicas (retinopatia, cegueira, neuropatia, insuficiência renal, amputação e incapacidade para o trabalho) ou que possuem o risco de avançar a doença.

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