A decisão do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, que aceitou denúncia para abrir processo contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT), seu esposo o ex-ministro, Paulo Bernardo poderá ter consequências para candidatos no Paraná, principalmente em Guarapuava.
O casal é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. A Procuradoria-Geral da República alega que o ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, teria retirado dos cofres da estatal R$ 1 milhão para campanhas eleitorais da petista, a pedido de Paulo Bernardo.
Com as denúncias acatadas pelo STF, o Ministério Público Federal e Polícia Federal deverão investigar as campanhas de 2010 e 2014.
De acordo com o MPF, ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse em depoimento que os recursos eram repassados via doleiro Albert Youssef, que repassava ao empresário Ernesto Krugler e este levava ao ex-ministro Paulo Bernardo, que agia como operador da sua esposa, senadora Gleisi Hoffmann.
Em entrevista ao Portal G1, ela negou as acusações e disse que o processo será a oportunidade para esclarecer os fatos, ressaltando que o STF vai analisar com profundidade o processo com imparcialidade, que não tem sustentação, sendo o órgão federal certo para provar inocência. A nossa reportagem tentou contato com a senadora para falar sobre as denúncias, mas não obteve retorno.
Recursos suspeitos
Candidato a deputado federal em 2014, Antenor Gomes de Lima, pelo Partido dos Trabalhadores (PT), obteve 43.608 votos. No Tribunal Regional Eleitoral (TRE) estão registrados na prestação de contas do candidato, o repasse de mais de R$ 120 mil, oriundos da senadora Gleisi Hoffmann que abasteceu a campanha do candidato no município de Guarapuava. Questionado pela reportagem em uma entrevista pelo fato de ter continuado no PT, após tantas denúncias de corrupção, Dr. Antenor disse que a mídia age de forma parcial e despreparada, tentando destruir um projeto social.
Para ele seria muito fácil fazer como alguns políticos da região, que pularam fora do partido. Eu não tenho vergonha em defender está causa, a minha origem, a minha história, frisou. A nossa reportagem fez contato com Dr.Antenor para falar sobre os questionamentos e aguarda retorno.
Doutor atestado
O médico Antenor Gomes de Lima está respondendo a um inquérito administrativo (Censura Pública) no Conselho Regional de Medicina (CRM), por ter praticado a distribuição indiscriminada de atestados médicos. A ação teria causado prejuízos às empresas e ao erário público, já que servidores federais vinham utilizando desta prática em conluio com o médico, para receber sem trabalharem.
A denúncia tem como embasamento, o artigo 80, do Código de Ética Médica, que dispõe sobre a expedição de atestados médicos sem ter praticado o ato profissional que o justifique, sendo tendencioso e que não corresponde com a verdade. O médico teria ferido também o Artigo 87, por não ter elaborado o prontuário legível para cada paciente atendido e expedido o atestado de afastamento do trabalho.