Deputados destacam atuação firme da Oposição/Bloco PT-PDT no escândalo de corrupção envolvendo presidente da Assembleia

Os deputados Requião Filho (PT) e Professor Lemos (PT) destacaram hoje (19) a atuação firme da Oposição e do Bloco PT-PDT nas cobranças ao presidente da Assembleia Legislativa (Alep), Ademar Traiano, pelo escândalo de corrupção que envolve o recebimento de propina para renovação de contrato entre a TV Icaraí e a TV Assembleia.

“É um absurdo que o presidente Traiano continue à frente da Casa, mas nós buscamos que as coisas sejam feitas da maneira correta, não no afogadilho, não na pressa. Ninguém denuncia e combate mais a corrupção do que os deputados de Oposição. Só que nós fazemos as coisas juntos: pensamos juntos e encaminhamos as decisões juntos. Acredito que meu colega Renato Freitas está sob muita pressão e não tem uma memória correta dos fatos. Estamos seguros, como oposição, toda a bancada do PT/PDT, que fizemos o correto na hora certa”, disse Requião Filho.

Da mesma forma, o deputado Professor Lemos destacou que a bancada assinou o requerimento de pedido de CPI para investigar Traiano e apenas não subscreveu a Representação por Quebra de Decoro do presidente da Alep porque o autor do pedido, deputado Renato Freitas, protocolou o documento em uma sexta-feira no final da tarde, às 17h28 do dia 8 de dezembro, sem que houvesse tempo hábil para a bancada subscrever a representação.

“O deputado Renato fez o requerimento da CPI e assinou no dia 5 de fevereiro, segunda feira, às 18h03. Na sequência, às 20h11, a deputada Ana Julia assinou. No outro dia, assinaram os deputados Requião Filho, Doutor Antenor, Luciana Rafagnin, Goura, Arilson Chiorato e Professor Lemos. Os oito deputados da Oposição assinaram a CPI. A bancada não assinou o a representação porque o deputado Renato apresentou numa sexta-feira e protocolou no mesmo dia, quando todos sabem que os deputados estão no interior, e por isso quando chegamos segunda-feira já estava protocolado.

Por isso não assinamos, não foi porque não quiséssemos assinar. O deputado Renato não está sozinho, nós não aceitamos a cassação do seu mandato, nós, eu e o deputado Requião Filho fomos na Comissão de Ética defendê-lo, a deputada Ana Julia fez um voto em separado solicitando que fosse retirado qualquer punição. Nós não deixamos o deputado Renato sozinho”, reforçou Lemos.

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Projeto da Unicentro produz etanol e biodiesel com resíduo da semente de seringueira

Pesquisa sobre biocombustível está entre as melhores inovações da América Latina

Uma pesquisa da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) foi considerada uma das mais inovadoras da América Latina. O projeto “Produção de etanol a partir do resíduo da semente de seringueira” teve duas patentes classificadas entre as dez melhores do Concurso Innovación Verde, promovido pela Associação Interamericana da Propriedade Intelectual (ASIPI).

“Foi algo bem interessante para o nosso grupo de pesquisa e a gente quer continuar desenvolvendo mais pesquisas nessa área. É sempre bom ter esse reconhecimento”, comentou o coordenador da pesquisa, professor André Lazarin Gallina, do Departamento de Química e do Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro.

O projeto, que ocorre desde 2019 em parceria com o Câmpus de Realeza da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), contribui com análises químicas e testes experimentais.

Para a professora Fernanda Oliveira Lima, integrante da equipe da UFFS, a parceria entre a UFFS e a Unicentro é essencial para o avanço do projeto. “Esse trabalho colaborativo permitiu que recebêssemos reconhecimento e financiamento para ampliação. Com isso, o projeto se destaca ainda mais na valorização de resíduos agroindustriais e na promoção da sustentabilidade na produção de biocombustíveis”, destacou a professora.

A proposta de pesquisa surgiu quando a empresa Kaiser Agro buscou a ajuda da Unicentro para achar uma solução para a destinação de resíduos produzidos em suas atividades no ramo de conservação de solo e preservação de florestas nativas. Segundo gestor da empresa, Fábio Tonus, no plantio da seringueira, as sementes acabam não tendo utilidade para os produtores.

“Simplesmente a árvore produzia as sementes, que caíam no solo e ali elas apodreciam. A gente observou a necessidade de fazer um melhor aproveitamento dessa semente, até para poder gerar recurso tanto para o proprietário que plantou a árvore, como para o próprio seringueiro que trabalha extraindo látex”, contextualiza.

Os pesquisadores perceberam que as sementes poderiam virar insumo para a produção de biocombustíveis, que são menos poluentes do que os combustíveis convencionais. “Em um primeiro momento a gente se propôs a fazer três projetos: um deles era para a produção de etanol, o outro para a produção de biodiesel e também um para a produção de antioxidantes”, relatou André Gallina.

As etapas de produção dos biocombustíveis começam com o recebimento da matéria-prima enviada pela empresa Kaiser Agro. Depois, a equipe universitária descasca as sementes de seringueira, extrai o óleo para produzir biodiesel e o que sobra de carboidrato, vira etanol através de um processo de segunda geração. “Fazemos, assim, dois biocombustíveis de uma semente só”, resumiu Gallina.

Entre as várias frentes dessa pesquisa, durante o seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Bioenergia da Unicentro, o químico Giovano Tochetto focou nos carboidratos da semente de seringueira para produção de etanol, utilizando todo o potencial desse insumo.

“A semente de seringueira não é usada como alimento, ao contrário da cana-de-açúcar e do milho, sendo que o uso dessas matérias-primas alimentícias para produção de etanol cria conflitos de mercado e aumenta o custo do combustível. Como a semente de seringueira é efetivamente um resíduo, ou seja, de baixo custo, o preço do etanol produzido será reduzido”, explicou o pesquisador.

Cada 5,7 quilos de sementes de seringueira são transformados em um litro de etanol. “Dentre as fontes de energia renováveis, o etanol é especialmente interessante, pois é capaz de substituir a gasolina por completo em motores de combustão interna, muito usados em carros, com poucas mudanças nas características dos motores”, salienta o pesquisador.

Em outra pesquisa, dentro do projeto, a partir do óleo extraído da semente de seringueira, cada 3,29 quilos da matéria-prima tem capacidade de produzir um litro de biodiesel. O combustível pode substituir o óleo diesel comum, utilizado em caminhões, ônibus e outros veículos.

“Ainda existem muitas outras matérias-primas para serem descobertas, muitos métodos para produção a serem desenvolvidos e muitos métodos e processos existentes a serem melhorados”, finalizou Giovano.