Cesar Filho Fala de sua pré-candidatura ao Governo do Estado

Em entrevista ao jornal Extra, o ex-prefeito de Guarapuava, recém filiado ao PSDB, disse que é mais candidato do que nunca ao governo do estado, colocando-se como uma alternativa concreta contra as candidaturas de Ratinho Junior (PSD) e Roberto Requião (sem partido), que, na sua opinião, representam uma polarização artificial e a obsolescência da política brasileira.

“Eu tô iniciando uma candidatura ao Governo do Estado. Já tinha iniciado em 2018, acabei adiando, mas, nessas eleições vou levar essa candidatura até o final. Eu tô muito animado, muito motivado, tenho sentido muito respaldo na sociedade, na política, das pessoas que fazem política. Há uma percepção generalizada, hoje, de que a polarização entre Ratinho e Requião é artificial, que há um oceano de insatisfação entre esses dois nomes, com muita gente procurando uma alternativa e acredito que meu nome se apresente como essa alternativa, uma alternativa concreta.”

Com uma biografia política respaldada por quem já passou pela experiência do legislativo, pela experiência bem sucedida no executivo, onde foi duas vezes prefeito, Silvestri pretende levar para todo o estado a experiência construída em Guarapuava. “Deixei um legado importante para nossa cidade. Nossa administração é reconhecida localmente, conclui meu mandado com quase 80% de aprovação, e é reconhecida fora de Guarapuava, devido as transformações feitas aqui”, comentou Cesar.

“As modernização da economia as grandes conquistas estruturantes que nós conseguimos aqui, desde a questão do aeroporto, Hospital Regional, curso de medicina, acesso das rodovias, habitação, saneamento, infraestrutura urbana, teatro. Todas essas coisas, que são muito emblemática, elas acabaram criando legados que, hoje, ultrapassam as fronteiras de Guarapuava, que criaram esse reconhecimento político do meu nome ser adotado como mais uma opção. Tenho convicção que nós entraremos nessa disputa de maneira competitiva”, completou.

Governo do Estado – O ‘neotucano’ fez duras críticas ao governador do Paraná, com quem, até ontem, mantinha boas relações. Segundo o ex-prefeito, o Paraná “já foi melhor governado, e o governo de Ratinho Junior está aquém das expectativas dos paranaenses”.

O ex-prefeito disse que, ao contrário do que foi feito em Guarapuava em termos de inovação, o Paraná deixa a desejar em questões de tecnologia e desenvolvimento econômico. “O estado tem um potencial enorme para criar, efetivamente, uma estratégia de inovação em todo o estado e não temos isso. A inovação que o Ratinho Junior tanto falou ficou apenas no discurso de campanha. Agora, a propaganda do governo é boa, não dá pra negar isso, o governo Ratinho sabe fazer propaganda. Mas vemos uma absoluta incapacidade de gestão em diversas áreas como na saúde, por exemplo, com pessoas na fila de espera de consultas. O Paraná já foi melhor governado”, apontou.

Para Cesar, o Paraná não deve ficar refém da escolha forçada entre Ratinho e Requião, que sua candidatura vai favorecer a democracia, o processo eleitoral, apresentando propostas que, como ele explicou, são alternativas à paralisia do governo paranaense. Uma falta de criatividade, um envelhecimento precoce da forma de fazer política, uma falta de iniciativa que faz com que os paranaenses comecem a se questionar, a que esse governo veio, qual legado está deixando. Eu acredito que nossa candidatura vai ajudar as pessoas a refletir muito sobre o que está acontecendo, e ter a convicção que eu tenho, que o Paraná merece ter mais do que tem hoje, ponderou o ex-homem forte do Podemos no Paraná.

Saída do Podemos – Ele afirmou, também, que o motivo de sair do Podemos e ir para o ninho tucano foi o fato de Álvaro Dias priorizar sua reeleição ao Senado em troca da candidatura da sigla ao Governo do Estado. “Esse é um assunto que já está saturado”, respondeu. Mesmo assim ele fez questão de esclarecer rapidamente o ocorrido, botando um ponto final, de modo genérico, no assunto

Na política, assim como na vida, o que é combinado não é caro. Eu entrei no Podemos já como pré-candidato ao governo do estado. Quando eu percebi que os entendimentos foram outros, que essa candidatura começou a servir muito mais como moeda de troca, ou até instrumento de pressão para o senador Álvaro Dias conseguir essa aliança com o Ratinho, eu percebi que não fazia mais sentido [continuar no Podemos]”, disse o ex-prefeito.

“Alvaro Dias usou toda a força que tem dentro do Podemos para priorizar a reeleição dele e em detrimento de uma construção do Podemos para o governo do Paraná e eu não concordei. Eu entrei no Podemos como pré-candidato ao governo e isso já vinha desde o partido que estava, que era o Cidadania. Então diante disso, serei candidato ao governo pelo PSDB, que me recebeu muito bem”.

Terceira Via – Ratinho Junior que, até então vinha ‘nadando de braçada’ na corrida eleitoral, tendo que se preocupar, somente, com o ex-governador, agora, tem mais um candidato de peso para enfrentar, que se apresenta como a terceira via no Paraná.

Para o ex-prefeito, ser governador é botar Guarapuava como protagonista do Paraná (Foto: Luca Soares)

“Nossa candidatura pegou, talvez, o governo de surpresa, de ‘calça curta’, porque eles estavam imaginando que tinham uma posição hegemônica, onde pegariam todos os partidos do Centro pra frente, inclusive alguns da Esquerda, e iriam enfrentar somente o Requião, isolado, que nem partido político tem ainda. Então, eles estavam numa postura, num clima de já ganhou, uma certa soberba, ignorando muitas lideranças políticas do estado. A nossa candidatura vem, justamente, para dizer que vai ter eleição este anos, que vai ter disputa. Que ele [Ratinho Junior] vai ter que mostrar a que veio. Nossa candidatura tem potencial de crescer, vai crescer, eles sabem disso”.

Cesar Silvestri enxerga na indecisão do atual governador, em não saber quem apoiar para presidente da república, um fato que pode ser positivo à sua candidatura para o pleito de 2022.

“Essa postura do Ratinho Junior de querer agradar a todos, em algum momento ia dar errado. Além de constrangedor, não era lógico que partidos tão antagônicos aceitassem ficar todos no mesmo barco. O Ratino até tentou, por excesso de ganância ou inexperiência política, imaginar que conseguiria. Chegou o momento em que isso não deu certo. O grupo do presidente Bolsonaro acabou fazendo um gesto político, muito claro, de que não aceita dividir o palanque com Sérgio Moro. O Ratinho vai ter que fazer uma escolha. Essa falta de posição política não passa impunemente. Muitas lideranças do estado estão vendo isso com desconfiança e descontentamento. Claro que isso vai repercutir nas eleições”, avaliou Silvestri.

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